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Brasil : Senado aprova PL que flexibiliza licenciamento ambiental
Enviado por alexandre em 22/05/2025 00:30:00

Projeto cria legislao aplicvel em todo o pas, reunindo temas hoje dispersos em competncia estadual, municipal ou da Unio

O plenrio do Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (21/5), o projeto de lei (PL) n 2.159/2021, que institui a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. A proposta celebrada pelo agronegcio, enquanto alvo de crticas de ambientalistas.

Foram 54 votos favorveis e 13 contrrios. O PT foi o nico partido a orientar votao contrria ao projeto, PSB e PDT liberaram a bancada.

Agora, os senadores continuam a votar um destaque ao texto, trecho votado separadamente que pode alterar a proposta original. Na tera-feira (20/5), o texto foi aprovado rapidamente, em duas comisses: a de Meio Ambiente e a de Agricultura e Reforma Agrria.

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A avaliao feita por entidades ligadas ao meio ambiente que o texto reduz o nmero de projetos que necessitariam de anlise para conquistar o licenciamento. O projeto foi aprovado na Cmara em 2021, e como sofreu alteraes pelos senadores, vai precisar retornar Casa Baixa para que as modificaes sejam avaliadas.

O PL cria uma legislao aplicvel em todo o pas, reunindo temas hoje dispersos em competncia estadual, municipal ou da Unio. Os relatores, Confcio Moura (MDB-RO) e Tereza Cristina (PP-MS), decidiram apresentar um relatrio nico nos dois colegiados aps chegar a um consenso, para o qual o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (Unio-AP), foi pea importante.

Um dos pontos de crticas dos ambientalistas o trecho que diz que a licena ambiental poder ser dispensada, por meio da chamada licena por adeso e compromisso (LAC), que auto declaratria, para empreendedores de pequeno e mdio porte, com baixo ou mdio potencial poluidor.

Alcolumbre apresentou uma emenda, acatada por Tereza Cristina, que cria o Licenciamento Ambiental Especial, liberada por decreto do governo. O Conselho de Governo poderia definir quais projetos considerados estratgicos para o pas estariam elegveis. O presidente do Congresso celebrou, no plenrio, a aprovao do projeto.

Entre as principais crticas de ambientalistas e membros do Ministrio do Meio Ambiente est a definio de que apenas terras indgenas homologadas e territrios quilombolas titulados devem ser considerados, o que exclui processos em andamento.

De acordo com relatrio divulgado pelo Instituto Socioambiental (ISA), com a nova regra, 3 mil reas de conservaes, indgenas ou quilombolas ficariam fora da anlise de impacto ambiental. So 259 terras indgenas afetadas (quase um tero do total existente no pas) e mais de 1,5 mil territrios quilombolas (cerca de 80%).


O documento tambm identificou 75 obras do Novo Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) que seriam beneficiadas pela simplificao das normas. Tambm ariam a estar desprotegidos 18 milhes de hectares de floresta, rea equivalente ao estado do Paran.


Veja como votou cada senador no projeto que implode o licenciamento ambiental 6e1c5s

Aprovada no Senado na noite desta quarta-feira (21), proposta segue para anlise da Cmara

Salada Verde
Sua poro fresquinha de informaes sobre o meio ambiente

O Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (21), o projeto que modifica profundamente o que o pas entende como Licenciamento Ambiental. Votado pouco antes das 22h, aps mais de quatro horas de discusses, o PL 2159/21 foi aprovado por 54 votos a favor e 13 contrrios.Quatorze senadores no estavam presentes na votao.

O texto que ou pelos senadores foi costurado pelos relatores Tereza Cristina (PP-MS) e Confcio Moura (MDB-RO) e prev mudanas nas regras atuais de licenciamento que enfraquecem a proteo a indgenas, quilombolas e unidades de conservao, cria amplas possibilidades de procedimentos autodeclaratrios, de dispensa de licenciamento e de renovaes automticas.

Alm disso, ele enfraquece condicionantes ambientais e abre possibilidade para que os estados e municpios possam definir, sem coordenao nacional, as atividades que devem – e, principalmente, que no devem – ar por licenciamento ambiental. Organizaes ambientalistas apontam que esta a “boiada das boiadas”.

Veja a lista de como votou cada senador:

NomeUFPartidoComo votou?
Alan RickACUNIOSIM
Alessandro VieiraSEMDB
Ana Paula LobatoMAPDTNO
Angelo CoronelBAPSDSIM
Astronauta Marcos PontesSPPLSIM
Augusta BritoCEPTNO
Beto FaroPAPTNO
Carlos PortinhoRJPLSIM
Carlos VianaMGPODEMOSSIM
Chico RodriguesRRPSBSIM
Cid GomesCEPSB
Ciro NogueiraPIPPSIM
CleitinhoMGREPUBLICANOSSIM
Confcio MouraROMDBSIM
Damares AlvesDFREPUBLICANOSSIM
Daniella RibeiroPBPP
Davi AlcolumbreAPUNIO
Dr. HiranRRPPSIM
Dra. EudciaALPLSIM
Eduardo BragaAMMDBSIM
Eduardo GiroCENOVOSIM
Eduardo GomesTOPL
Efraim FilhoPBUNIOSIM
Eliziane GamaMAPSDNO
Esperidio AminSCPPSIM
Fabiano ContaratoESPTNO
Fernando DueirePEMDB
Fernando FariasALMDBSIM
Flvio ArnsPRPSB
Flvio BolsonaroRJPLSIM
GiordanoSPMDB
Hamilton MouroRSREPUBLICANOSSIM
Humberto CostaPEPTNO
IrajTOPSDSIM
Ivete da SilveiraSCMDBSIM
Izalci LucasDFPLSIM
Jader BarbalhoPAMDBSIM
Jaime BagattoliROPLSIM
Jaques WagnerBAPTNO
Jayme CamposMTUNIOSIM
Jorge KajuruGOPSBNO
Jorge SeifSCPLSIM
Jussara LimaPIPSDSIM
Larcio OliveiraSEPPSIM
Leila BarrosDFPDTNO
Lucas BarretoAPPSDSIM
Luis Carlos HeinzeRSPPSIM
Magno MaltaESPLSIM
Mara GabrilliSPPSDNO
Marcelo CastroPIMDBSIM
Marcio BittarACUNIOSIM
Marcos do ValESPODEMOSSIM
Marcos RogrioROPLSIM
Margareth BuzettiMTPSDSIM
Mecias de JesusRRREPUBLICANOSSIM
Nelsinho TradMSPSDSIM
Omar AzizAMPSDSIM
Oriovisto GuimaresPRPSDBSIM
Otto AlencarBAPSD
Paulo PaimRSPTNO
Plnio ValrioAMPSDBSIM
Professora DorinhaTOUNIOSIM
Randolfe RodriguesAPPT
Renan CalheirosALMDBSIM
Rodrigo PachecoMGPSD
Rogrio CarvalhoSEPTNO
Rogrio MarinhoRNPLSIM
RomrioRJPL
Sergio MoroPRUNIOSIM
Srgio PetecoACPSDSIM
Soraya ThronickeMSPODEMOSSIM
Styvenson ValentimRNPSDBSIM
Teresa LeitoPEPTNO
Tereza CristinaMSPPSIM
Vanderlan CardosoGOPSDSIM
Veneziano Vital do RgoPBMDB
Wellington FagundesMTPLSIM
WevertonMAPDTSIM
Wilder MoraisGOPLSIM
Zenaide MaiaRNPSD
Zequinha MarinhoPAPODEMOSSIM
  • Cristiane Prizibisczki 3t6s2e

    Jornalista com quase 20 anos de experincia na cobertura de temas como conservao, biodiversidade, poltica ambiental e mudanas climticas. J escreveu para UOL, Editora Abril, Editora Globo e Ecosystem Marketplace e desde 2006 colabora com ((o))eco. Adora ser a voz dos bichos e das plantas.


Fonte: Metrpoles

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Brasil : Trpicos registram perda recorde de floresta primria
Enviado por alexandre em 21/05/2025 10:52:01

Levantamento mostra destruio de 18 campos de futebol por minuto

Em 2024, pases dos trpicos, como o Brasil e a Bolvia, perderam 6,7 milhes de hectares de floresta primria. A rea, que corresponde do Panam inteiro, a maior j registrada pelo Laboratrio de Anlise e Descoberta de Terras Globais (Glad Lab), da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

Os dados, que podem ser vistos na plataforma Global Forest Watch (GFW), do World Resources Institute (WRI), confirmam a destruio de 18 campos de futebol por minuto.

Os incndios florestais so o principal fator para a perda vegetal - algo que os especialistas destacam, a fim de diferenciar de desmatamento, j que esse pressupe ao humana e nem sempre o contexto de todas as situaes monitoradas.

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Eles acrescentam que, ainda que os incndios sejam um fenmeno natural em certos ecossistemas, em florestas tropicais so quase sempre provocados pelo ser humano.

Os incndios queimaram cinco vezes mais floresta tropical primria em 2024 do que em 2023. Um grupo de apenas dez pases responderam por 87% da perda registrada no ano ado, estando no topo da lista o Brasil, onde 42% da perda nos trpicos ficaram concentrados.

Tambm compem a relao a Bolvia, que subiu para a segunda posio nesse ltimo ano de anlise, a Repblica Democrtica do Congo, Indonsia, o Peru, Laos, a Colmbia, Camares, a Nicargua e o Mxico.

Em todo o mundo, houve tambm um recorde de perda de cobertura arbrea, ou seja, o agravamento do quadro no ficou limitado s florestas tropicais primrias.

O monitoramento indicou aumento de 5% na perda total, na comparao com 2023, o que elevou a soma da rea devastada para 30 milhes de hectares e fez com que, pela primeira vez, os pesquisadores constatassem grandes incndios consumindo vegetao tanto nos trpicos quanto em florestas boreais.

O acadmico e codiretor do Glad Lab, Peter Potapov, explicou que foram identificadas perdas significativas, inclusive em locais remotos, como o Alasca, em pontos do Canad e tambm na Sibria. Para Potapov, h preocupao com o fato de atingir florestas em pontos mais recuados porque "nos cenrios intactos no h atividade industrial".

Quanto ao caso especfico do Brasil, Potapov apontou os fatores que contribuem para o avano na devastao de florestas intactas."A agricultura industrial, a minerao e a explorao madeireira so os principais responsveis por sua perda", afirmou, em resposta ao questionamento da Agncia Brasil.

O resultado da generalizao atribudo tambm ao volume de gases de efeito estufa produzido pelos incndios. Foram expelidas 4,1 Gt, quantidade quatro vezes maior do que em 2023.

"Isso tem que ser um chamado para todos os pases, os negcios, porque, se continuar nesse caminho, vamos devastar tudo, no vamos frear a mudana climtica e teremos grandes impactos", recomendou a codiretora da GFW.

Segundo o catedrtico Matt Hansen, tambm codiretor do Glad Lab, o documento com as informaes consolidadas completa uma dcada com indicativos crticos. "Estamos vendo esse relatrio como ms notcias", resumiu.

BIOMAS BRASILEIROS

No relatrio, constam mais detalhes sobre o perodo atravessado pelo Brasil, pas com o maior nmero de florestas primrias tropicais do mundo. De acordo com a equipe do Glab Lab, as taxas de perda no relacionada a incndios tambm subiram 13% em 2024, mas permaneceram abaixo dos picos do incio dos anos 2000 e tambm dos alcanados durante o governo anterior.

No documento, os pesquisadores atribuem, principalmente, ao desmatamento de florestas para monocultivo de soja e para a pecuria a responsabilidade pela perda de floresta primria.

Eles reconhecem que o presidente Luiz Incio Lula da Silva tem buscado garantir a preservao dos biomas por meio de polticas socioambientais, com a revogao de leis, a demarcao de terras indgenas e aes que visam ao cumprimento da legislao em vigor, mas que essa evoluo ainda est ameaada pela expanso agropecuria.


A Amaznia teve a maior perda de vegetao desde o recorde em 2016, saltando 110% de 2023 a 2024, sendo os incndios o elemento central no ano ado. O Pantanal, por sua vez, foi o bioma que apresentou o maior percentual de perda de cobertura arbrea.

Fonte:Agncia Brasil

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Brasil : Governo federal padroniza aes por alimentao saudvel nas escolas
Enviado por alexandre em 21/05/2025 10:50:36

Governo pretende oferecer apoio tcnico a estados e municpios para a promoo da alimentao saudvel no ambiente escolar

Com o objetivo de desestimular o consumo de guloseimas e de promover uma alimentao mais saudvel no ambiente escolar, o governo federal est lanando um projeto para implementar um decreto assinado em 2023 pelo presidente Luiz Incio Lula da Silva (PT).

O decreto 11.821/2023 estabelece princpios, objetivos, e eixos estratgicos para orientar aes voltadas para instituir uma alimentao adequada e saudvel nas escolas.

As maneiras de colocar em prtica o que est no texto sero debatidas na 5 Conferncia One Planet, que ser realizada em Braslia, de 27 a 29 de maio. A edio vai abordar o tema “Superando os obstculos transformao dos sistemas alimentares – Polticas coerentes e solues sensveis equidade para combater simultaneamente a fome e a desnutrio, a perda de biodiversidade e a crise climtica”.

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A secretria nacional de Segurana Alimentar e Nutricional do Ministrio do Desenvolvimento e Assistncia Social, Famlia e Combate Fome (MDS), Lilian Rahal, afirmou que o decreto um “ato normativo poderoso porque padroniza as aes, com base nos Guias Alimentares para a Populao Brasileira”.

Formalizado por meio de um Termo de Execuo Descentralizada com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o projeto tem o objetivo de oferecer apoio tcnico a estados e municpios na reviso, atualizao e/ou elaborao de atos normativos voltados promoo da alimentao adequada e saudvel no ambiente escolar.

Rahal reforou a importncia de unir sociedade civil, governos e academia para debater as melhores formas de promover essa alimentao adequada. “A sociedade civil tem um papel importante nesse processo, mas os governos tm um poder muito grande, por isso, nosso compromisso enquanto gesto pblica ainda maior”.

Segundo a diretora do Departamento de Promoo da Alimentao Adequada e Saudvel do MDS, Patrcia Gentil, promover ambientes escolares mais saudveis um grande desafio, uma vez que o h um excesso de oferta e publicidade de alimentos ultraprocessados. “O governo enfrenta o desafio de desenvolver um olhar mais atento e integrado sobre o ambiente escolar urbano, construindo metodologias e caminhos que possibilitem o dilogo com cidades e municpios em torno da organizao dos sistemas alimentares urbanos”.


“Nossa ideia implementar uma ao estratgica nas 27 Unidades da Federao, com o objetivo de fortalecer a incidncia poltica voltada melhoria, reviso ou elaborao de marcos legais que promovam a alimentao adequada e saudvel nas escolas, em consonncia com as diretrizes do Decreto n 11.821/2023. Essa iniciativa busca articular esforos multissetoriais e intergovernamentais, contribuindo para a consolidao de polticas pblicas alinhadas aos princpios da segurana alimentar e nutricional no espao urbano”, explica Patrcia Gentil.

Fonte: Metrpoles

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https://portaldozacariouropretoonline.atualizarondonia.com.br/site/noticia/governo-federal-padroniza-acoes-por-alimentacao-saudavel-nas-escolas/" data-width="100%" data-numposts="10" style="width: 100%;">
Brasil : Projeto que reduz licenciamento ambiental a em comisses do Senado e vai ao plenrio
Enviado por alexandre em 21/05/2025 00:38:13

PL 2159/21 prev autorizao autodeclaratria e menos proteo a povos tradicionais e unidades de conservao. “Imploso”, define o Observatrio do Clima

As comisses de Meio Ambiente e de Agricultura do Senado aprovaram nesta tera-feira (20) seus relatrios na tramitao do Projeto de Lei (PL) 2159/21. O projeto, que flexibiliza radicalmente o licenciamento ambiental no pas sob o nome de “Lei Geral do Licenciamento Ambiental”, foi encaminhado e ser votado pelo plenrio da Casa. Grande parte da bancada das comisses trabalha para que a votao acontea ainda nesta quarta-feira (21) – um pedido de urgncia tambm foi aprovado. Parte do chamado “Pacote da Destruio” que avanou no Congresso durante o governo Bolsonaro, a proposta foi aprovada na Cmara dos Deputados em maio de 2021, sob o nome de PL 3729/04.

Impulsionado pela ala ruralista do Parlamento, o texto prope mudanas nas regras atuais de licenciamento que enfraquecem a proteo a indgenas, quilombolas e unidades de conservao, cria amplas possibilidades de procedimentos autodeclaratrios, de dispensa de licenciamento e de renovaes automticas, enfraquece condicionantes ambientais e abre possibilidade para que a estados e municpios possam definir, sem coordenao nacional, as atividades que devem – e, principalmente, que no devem – ar por licenciamento ambiental. Organizaes ambientalistas apontam inconstitucionalidades.

Entre os empreendimentos que podero receber licena autodeclaratria – a chamada Licena por Adeso e Compromisso (LAC) – esto a ampliao e pavimentao de “estruturas preexistentes” em faixas de domnio (onde am estradas) e de servido (onde am dutos ou linhas de transmisso de energia).

Assim, fica prejudicada a possibilidade de anlise individualizada e criteriosa de obras como, por exemplo, a pavimentao da BR-319, entre Manaus e Porto Velho – que conecta o Arco do Desmatamento a uma das reas mais preservadas da Amaznia no chamado “trecho do meio” da rodovia. Sem um acompanhamento minucioso, segundo pesquisadores e ambientalistas, a obra causaria grande devastao na floresta. Esse impacto “indireto”, por sinal, no poderia ser considerado para a elaborao de condicionantes ambientais, segundo o projeto, que determina que apenas impactos diretos da obra em si sejam levados em conta. Em nenhuma parte do texto, por sinal, a emergncia climtica citada.

Alm disso, empreendimentos classificados como de “baixo” e “mdio” impacto ambiental poderiam ar por procedimentos autodeclaratrios – nisso esto includos, por exemplo, Pequenas Centrais Hidreltricas (PCHs) e projetos de minerao, em grande parte considerados hoje como de mdio impacto. A barragem da Mina Crrego do Feijo, da Vale, que rompeu Brumadinho (MG) em 2019, matando 272 pessoas e gerando um desastre ambiental de enormes propores, era classificada como de mdio impacto pelo Conselho Estadual de Poltica Ambiental (Copam) de Minas Gerais, como lembra nota tcnica do Observatrio do Clima sobre o PL 2159/21.

Com o projeto sendo analisado simultaneamente nas duas comisses, os relatores – Confcio Moura (MDB-RO) na de Meio Ambiente e Tereza Cristina (PP-MS) na de Agricultura – fizeram um acordo por um parecer comum entre os dois colegiados, acelerando a tramitao do projeto. A votao dos relatrios tambm foi a toque de caixa – feita de forma simblica, com os parlamentares favorveis permanecendo parados em suas cadeiras e os contrrios levantando a mo, sem registro individualizado dos votos favorveis e feita em segundos. Caso e pelo plenrio, o projeto ainda ter suas alteraes votadas novamente na Cmara.

Apresentado na Casa dos deputados federais em 2004, o projeto inicialmente era considerado um avano na proteo ambiental, chegando a ser apoiado pelo movimento ambientalista, mas acabou sendo completamente modificado pela bancada ruralista, com direito a lobby de grandes indstrias, como apontou a nota tcnica do Observatrio do Clima. O texto original foi assinado por 15 deputados do PT na poca – incluindo Iriny Lopes (PT-ES), hoje deputada estadual; Iara Bernardi (PT-SP), hoje vereadora de Sorocaba (SP); Ivan Valente (PSOL-SP), ainda deputado federal, e Joo Alfredo (PSOL-CE), hoje superintendente do Instituto do Desenvolvimento Agrrio do Cear (Idace).

O texto atualmente no Senado tem “probabilidade grande de ser aprovado”, ite fonte ligada Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso. Porm, a expectativa na Frente de que a mobilizao da sociedade por conta dos retrocessos trazidos pelo projeto possa frear o seu avano antes da aprovao final, embora seja “difcil fazer qualquer prognstico”.

“Na forma atual, o projeto no apenas ameaa intensificar a poluio, o desmatamento, as emisses de gases de efeito estufa e a perda de biodiversidade, mas tambm as desigualdades sociais”, resume o Observatrio do Clima em sua nota tcnica. O projeto “est repleto de inconstitucionalidades, promovendo a fragmentao normativa entre estados e municpios e criando um cenrio de insegurana jurdica que tende a gerar, como um dos seus principais efeitos, uma enxurrada de judicializaes”, avalia a organizao, que classificou o projeto como “me de todas as boiadas”.

“Em vez de estabelecer regras claras, juridicamente coesas e efetivas, como se espera de uma Lei Geral, o projeto abre caminho para o caos regulatrio e o aumento da degradao ambiental”, conclui a nota do Observatrio do Clima.

A senadora Leila Barros (PDT-DF) expressou preocupao com o texto. “Ao enfraquecer a autoridade tcnica dos rgos ambientais federais, estaduais e municipais, o PL desestrutura os pilares do sistema de governana ambiental, construdos ao longo de dcadas”, alertou. “Alm disso, preocupa-nos profundamente a excluso de dispositivos de mitigao e adaptao s mudanas climticas; a rejeio avaliao ambiental estratgica e ao zoneamento ecolgico e econmico como instrumentos que trazem racionalidade e planejamento ao processo de licenciamento, e a reduo das garantias de participao social, em especial aos povos indgenas”, afirmou a senadora, citada pela Rdio Senado.

Os senadores Confcio Moura (MDB-RO) e Tereza Cristina (PP-MS), relatores do PL do licenciamento ambiental nas comisses. Foto: Edilson Rodrigues / Agncia Senado

Impacto em territrios indgenas e quilombolas 1q3a26

O texto a ser votado limita a atuao das autoridades envolvidas (como Funai, Incra, ICMBio, Iphan, entre outras) avaliao de impacto ambiental e exigncia de condicionantes apenas a terras indgenas homologadas e territrios quilombolas titulados. Isso faria com que fossem totalmente desconsiderados os impactos sobre 259 terras indgenas em estgios anteriores de demarcao, o equivalente a 32,6% do total; e sobre 1553 territrios Quilombolas, o equivalente a 80,1% do total, segundo nota tcnica do Instituto Socioambiental (ISA).

As manifestaes de rgos ligados proteo de indgenas, quilombolas e unidades de conservao ariam a ser no-vinculantes, ou seja, no necessariamente seriam levadas em conta pelos rgos licenciadores federal, estaduais e municipais, e limitadas a situaes em que as reas estejam dentro da rea de Impacto Direto (ADA) do empreendimento, ou seja, que recebam canteiros de obras, por exemplo – o que “sequer abrange os impactos diretos e muito menos os impactos indiretos”, critica o ISA. Com essas mudanas, “a proposta institucionaliza o racismo ambiental”, define o Observatrio do Clima.

J o Ministrio Pblico Federal, em nota, relembrou as protees a povos e comunidades tradicionais estabelecidas na Conveno 169 da Organizao Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil signatrio, e destacou que o projeto “ silente sobre o licenciamento de empreendimentos que atinjam territrios de povos e comunidades tradicionais, que no sejam indgenas e quilombolas”.

As manifestaes ariam ento a ser meramente formais, aponta a nota tcnica do Observatrio do Clima, inclusive excluindo a necessidade de autorizao do rgo gestor de uma unidade de conservao diretamente afetada para a concesso de licenciamento – um “retrocesso absolutamente inissvel nas regras que protegem as UCs”, diz a organizao.

O MPF, por sua vez, afirma que o fato de o projeto tratar as manifestaes das autoridades envolvidas como no-vinculantes “ofende o princpio do desenvolvimento sustentvel, da integrao e da eficincia, hierarquizando bens jurdicos e relevando a capacidade institucional que esses rgos tm o dever legal de desenvolver para atenderem a suas finalidades institucionais”.

A nota dos procuradores federais critica ainda o prazo de 30 dias, prorrogveis por mais 10, para a manifestao dessas autoridades. “A combinao do prazo exguo e o fato de no ser vinculante transformam a manifestao do rgo em pea ilustrativa do licenciamento ambiental”, diz a nota. “Na prtica, a licena ser concedida independentemente da manifestao do rgo ou mesmo no caso de ser uma manifestao pelo indeferimento”, prev.

Alm disso, caso as autoridades envolvidas no se manifestem dentro do prazo determinado, o processo de licenciamento segue assim mesmo, no impedindo seu andamento e nem a expedio da licena. Para o Observatrio do Clima, isso constitui uma “flagrante inconstitucionalidade, pois permite a emisso de licenas sem a devida avaliao dos impactos sobre povos indgenas, comunidades quilombolas, bens histrico-culturais, UCs e a sade humana”.

O parecer dos senadores Confcio Moura e Tereza Cristina ainda retirou, em relao ao texto aprovado na Cmara, a necessidade de que a autoridade licenciadora avalie e decida “motivadamente” (palavra retirada) sobre o procedimento de licenciamento, “com ou sem recebimento da resposta da autoridade envolvida” – o que foi classificado como uma mudana “negativa” no texto pelo Observatrio do Clima.

ariam ainda a ser considerados na anlise apenas os impactos classificados como “diretos”, excluindo as reas de Impacto Indireto (AII) dos empreendimentos. Tanto o ISA quando o Observatrio do Clima criticam a mudana, argumentando que a classificao entre “direto” e “indireto” no significa uma hierarquia de importncia, sendo mera classificao formal para auxiliar no endereamento de todos os impactos ambientais.

A nota tcnica do ISA cita estudos que afirmam que “95% do desmatamento acumulado na Amaznia se concentra em uma distncia de at 5,5 km de rodovias” e que “85% das queimadas concentram-se em at 5 km de estradas na Amaznia”, impactos de grande importncia, porm indiretos, e que deixariam de ser considerados no licenciamento ambiental segundo o projeto de lei.

Alm disso, a proposta estabelece, em anexo, uma tabela com distncias para a rea de impacto presumido de diversos tipos de empreendimentos, como rodovias, ferrovias, parques elicos, portos e usinas hidreltricas, com distncias maiores para a Amaznia. As distncias foram definidas sem critrios tcnicos, apontam o Observatrio do Clima e o ISA, o que teria potencial de gerar judicializaes. A rea de impacto presumido para a implantao de rodovias na Amaznia, atualmente de 40 km segundo a Portaria Interministerial 60/2015, por exemplo, cairia para 15 km caso a lei entre em vigor.

Com isso, aponta o ISA, as mudanas propostas afetariam exatamente 3 mil reas protegidas no pas, sendo 259 terras indgenas, 340 unidades de conservao federais, 847 unidades de conservao estaduais e 1554 territrios quilombolas, que “ficariam desprotegidos do licenciamento ambiental, sem quaisquer medidas de preveno, mitigao e compensao de impactos socioambientais”.

A nota cita levantamento da Rede Amaznica de Informao Socioambiental Georreferenciada (RAISG), que aponta que as reas protegidas da Amaznia concentram 56,8% do carbono armazenado no bioma, o equivalente a cerca de 26,2 bilhes de toneladas – mais do que est armazenado em todas as florestas da Repblica Democrtica do Congo e da Indonsia, dois pases com grande cobertura de florestas tropicais.

O projeto, portanto, tende a “intensificar o desmatamento e a degradao ambiental na rede de reas protegidas do Brasil, o que poderia inviabilizar o cumprimento das metas assumidas no mbito do Acordo de Paris”, afirma a nota tcnica.

Levando em considerao as obras que compem o Novo Programa de Acelerao do Crescimento (PAC), o ISA aponta que um total de 53 obras de infraestrutura pressionariam 277 reas protegidas, num total de 20,5 milhes de hectares nessas reas (tamanho similar ao do estado do Paran) que precisam ar por avaliao de impacto ambiental e estabelecimento de condicionantes para evitar, mitigar ou compensar consequncias socioambientais negativas.

Com as novas distncias propostas, calcula a nota do instituto, o nmero de reas protegidas dentro das reas de impacto presumido sofreria “drstica reduo” para apenas 119. Porm, outras 17 reas protegidas, sendo 5 terras indgenas e 12 territrios quilombolas, seriam excludos das anlises, j que ainda no esto homologados ou titulados, sobrando 102 reas ainda sujeitas s condicionantes. Dessa forma, 175 TIs, TQs e unidades de conservao perderiam a proteo contra impactos de obras que tm atualmente – juntas, essas reas armazenam 2,6 bilhes de toneladas de carbono, o equivalente a 2,5 vezes as emisses do Japo em 2022, compara a nota.

Dessa forma, o ISA conclui que uma eventual aprovao do PL 2159/21 “resultar no aumento do desmatamento e degradao ambiental nas reas protegidas em nveis que impediro o Brasil de cumprir suas metas assumidas em acordos internacionais relacionados ao combate ao desmatamento e proteo da biodiversidade”.

Terra Indgena Ba, dos Kayaps, prxima ao Rio Curu, no Par. Foto: Alberto Csar Arajo / Amaznia Real

Licenciamento por autodeclarao 671r5d

O projeto estabelece a possibilidade de licenciamento por meio de Licena por Adeso e Compromisso (LAC), destinada a empreendimentos classificados como de baixo e mdio impacto ambiental que declarem se comprometer a seguir parmetros preestabelecidos pela autoridade licenciadora – ou seja, uma autodeclarao que autorizaria o empreendimento a funcionar “sem qualquer anlise tcnica prvia”, o que “esvazia o papel do rgo ambiental, transforma o licenciamento em mera formalidade e abre margem para tragdias”, alerta o Observatrio do Clima.

Para a concesso da LAC, exigida apenas a apresentao de um Relatrio de Caracterizao do Empreendimento (RCE), um documento apenas descritivo que, por sua vez, teria previso de anlise por amostragem. “As vistorias tambm aro a ser exceo, realizadas depois que o empreendimento j estiver autorizado a operar”, diz o Observatrio do Clima. A anlise por amostragem “a prova contundente de que a LAC equivale a autolicenciamento”, afirma a nota.

A anlise do projeto relembra ainda, como dito acima, que a barragem da Mina Crrego do Feijo, da Vale, que rompeu em Brumadinho (MG), gerando uma catstrofe ambiental, era considerada de mdio impacto ambiental, ou seja, vel de receber uma “autolicena” de acordo com o projeto.

Segundo dados de 2021 da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel do Estado de Minas Gerais, citados pelo Observatrio do Clima, “apenas 14,4% dos empreendimentos minerrios em licenciamento eram considerados de potencial significativo de impacto/degradao ambiental”, ou seja, 85,6% poderiam receber a LAC.

A nota tcnica argumenta ainda que apenas uma “frao nfima” dos processos de licenciamento so considerados de alto impacto no pas, exigindo Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Dessa forma, a previso de concesso de LAC para empreendimentos de baixo e mdio impacto “implica na transformao da maioria das licenas ambientais do pas em atos istrativos gerados automaticamente, emitidos com base apenas na autodeclarao do responsvel pelo empreendimento, sem anlise prvia da autoridade licenciadora”, avalia a nota.

“Na prtica, a LAC abandona a avaliao prvia dos impactos e a anlise de alternativas tcnicas e locacionais, que so elementos essenciais do licenciamento ambiental”, diz a nota tcnica. “O Estado perde a capacidade de prevenir danos, enquanto o empreendedor dispensado de grande parte de suas obrigaes”.

“Dessa forma, a aprovao do texto da Cmara levaria imploso de mais de 40 anos de construo do licenciamento ambiental no pas. (…) Praticamente extinguiria a aplicao do instrumento, j que sua concepo abrange, necessariamente, a avaliao prvia dos impactos ambientais e a posterior deciso da autoridade licenciadora”, diz trecho da publicao do Observatrio do Clima.

J o prazo de validade da LAC, que no era tratado no texto da Cmara, recebeu a previso de durao entre cinco e dez anos, “consideradas as informaes apresentadas no RCE”, segundo o projeto. Para o Observatrio do Clima, “o problema assegurar prazo de validade entre cinco e dez anos para licenas geradas sem apresentao de estudo ambiental e sem nem mesmo garantia de realizao de vistoria em todos os casos”, o que representa “a imploso do licenciamento ambiental no Pas”.

A nota lembra ainda que as LACs j chegaram a ser implementadas por alguns estados, e foram declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para empreendimentos de mdio e alto impacto – ou seja, somente podem ser aplicadas aos de baixo risco e pequeno potencial poluidor. O Congresso, at agora, no levou esse entendimento em considerao no processo legislativo.

Renovao automtica sem reviso externa 6u6u6e

O pargrafo 4 do Artigo 7 do PL prev hipteses de renovao automtica de licenas, baseadas apenas em “declarao do empreendedor em formulrio disponibilizado na internet” de que no tenham sido alterados as caractersticas e o porte do empreendimento, a legislao aplicvel, e que tenham sido (ou estejam sendo) cumpridas eventuais condicionantes ambientais aplicadas. Essa regra valeria para todos os tipos de licena ambiental.

Para o Observatrio do Clima, a renovao automtica sem anlise prvia de autoridade competente “pode no refletir a realidade sobre os impactos ambientais”, “sobretudo para LI [Licena de Implantao] e LO [Licena de Operao]”. Esse dispositivo, segundo a organizao, “ um dos fatores trazidos pela Lei Geral que levar imploso do sistema de licenciamento ambiental brasileiro”.

Alm disso, o cumprimento de eventuais condicionantes seria atestado apenas por um relatrio assinado por um “profissional habilitado”, o que classificado como insuficiente pelo Observatrio do Clima. “A autodeclarao de cumprimento de condicionantes faz com que o sistema de licenciamento ambiental seja implodido, afastando as competncias dos rgos licenciadores, os quais so os nicos aptos a verificar o cumprimento de condicionantes no licenciamento ambiental”, argumenta a organizao.

Alm da renovao, os prazos de validade das licenas tiveram sua durao ampliada em todos os casos. “Isso no necessariamente negativo, mas considerando as muitas alteraes da nova norma que contribuem para procedimentos de licenciamento menos rigorosos, configura ponto de ateno”, alerta a nota tcnica.

O artigo 13 do projeto prev a fixao de condicionantes com os objetivos prioritrios de preveno, mitigao e compensao dos impactos ambientais negativos, nessa ordem de prioridade. Porm, outros dispositivos nesse artigo criam uma srie de regras que enfraquecem sua implementao.

O pargrafo 1, por exemplo, define que as condicionantes “no se prestam a mitigar ou a compensar impactos ambientais causados por terceiros e em situaes nas quais o empreendedor no possua ingerncia ou poder de polcia”, enquanto os incisos do pargrafo 2 estabelecem que as condicionantes no devem ser utilizadas para “mitigar ou compensar impactos ambientais causados por terceiros” e “suprir deficincias ou danos decorrentes de omisses do poder pblico”.

As regras propostas apresentam “graves retrocessos ao buscar reduzir significativamente as responsabilidades do empreendedor decorrentes dos impactos do empreendimento”, avalia o Observatrio do Clima, que cita como exemplos de condicionantes que seriam restringidas o “apoio do empreendedor para a fiscalizao do aumento expressivo do desmatamento como ocorrer na reconstruo e asfaltamento do Trecho do Meio da BR 319” e o “apoio do empreendedor para enfrentar problemas graves no meio socioeconmico que so gerados com a exploso populacional causada por determinados empreendimentos, como falta de escolas, hospitais e outros”.

Se aprovado, o PL permitir que empreendimentos de mdio impacto – a barragem de rejeitos de Brumadinho era um deles – em a ser permitidos por um mecanismo de autolicenciamento Foto: Felipe Werneck

Descentralizao e dispensas de licenciamento 3dd3j

O projeto prev dispensas de licenciamento para diversas atividades, em particular para o agronegcio. estabelecido ainda que estados e municpios possam definir suas prprias classificaes de empreendimentos sujeitos a licenciamento (sem uma lista nacional mnima dos que necessitam de licena), alm de liber-los para definir tambm quais tipos de empreendimentos podem ser dispensados de EIA e RIMA (Relatrio de Impacto Ambiental) – o que constitui um “cheque em branco” para autoridades licenciadoras sujeitas a presses polticas, diz o Observatrio do Clima.

“A liberdade plena, sem regras claras, para a deciso das autoridades licenciadoras poder desencadear uma corrida nefasta entre os entes subnacionais pelo enfraquecimento do licenciamento ambiental”, alerta a nota tcnica.

O Artigo 8 prev a dispensa de licenciamento para uma srie de atividades, como obras de manuteno ou melhoramento em “instalaes preexistentes ou em faixas de domnio (onde am as estradas) e de servido (onde am dutos ou linhas de transmisso)” – dispositivo classificado como “muito preocupante” e “inconstitucional” pelo Observatrio do Clima, que lembra: nessa categoria entraria o asfaltamento da BR-319, entre Porto Velho e Manaus.

So dispensadas de licena ainda quaisquer obras emergenciais ou realizadas sob vigncia de estado de calamidade pblica ou estado de emergncia declarados por qualquer ente federativo.

J o Artigo 9 prev ainda a dispensa de licenciamento para atividades agrossilvipastoris – o que j foi declarado inconstitucional pelo STF at mesmo quando elas so de baixo impacto –, citando o cultivo de espcies de interesse agrcola, a pecuria intensiva de pequeno porte e a pesquisa agropecuria. “A proposta continua liberando, de forma automtica, atividades que deveriam ser analisadas com cuidado. uma medida que favorece o agronegcio mais predatrio, enfraquece o papel do Estado e abre caminho para conflitos, danos ambientais e insegurana jurdica para os prprios produtores”, resume o Observatrio do Clima.

Outro ponto de preocupao o Artigo 29, que prev a possibilidade de reaproveitamento, para fins de licenciamento, de estudos ambientais anteriores, feitos para outro empreendimento, caso o estudo tenha sido realizado na mesma rea. O texto prev apenas que o estudo seja “adequado realidade da nova atividade ou empreendimento” e que seja “resguardado o sigilo das informaes”.

De acordo com a nota tcnica, “a reutilizao de diagnstico ambiental de outro empreendimento, mesmo que na mesma regio, causa insegurana correta identificao dos impactos da atividade, bem como do correto mapeamento das consequncias da sua implantao e operao”. “Assim”, conclui o documento, “h grandes chances de judicializao por inconstitucionalidade e ilegalidade”.

Flexibilidade no uso de gua e solo k185q

O Artigo 16 do projeto determina que o licenciamento ambiental “independe da emisso da certido de uso, parcelamento e ocupao do solo urbano emitida pelos municpios, bem como de autorizaes e outorgas de rgos no integrantes do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente)”.

Essa desvinculao abriria possibilidade para concesso de licena a empreendimentos “inviveis considerando a legislao urbanstica ou o gerenciamento dos recursos hdricos”, diz o Observatrio do Clima, j que a autoridade licenciadora no necessariamente conheceria a legislao urbanstica de cada municpio.

“ desconsiderada a importncia de planos de bacias hidrogrficas, da oitiva de comits de bacias hidrogrficas e dos conselhos Federal e Estadual de Recursos Hdricos, responsveis por definir prioridades e regras para o uso da gua, de acordo com o enquadramento dos corpos d’gua”, aponta o Observatrio do Clima. Assim, empreendimentos como hidreltricas, reservatrios e estaes de tratamento teriam a eficcia das anlises de seus licenciamentos prejudicada.

“A falta de viso integrada um enorme retrocesso, cria insegurana jurdica, dificuldade burocrtica e conflito com municpios e comits de bacias hidrogrficas”, afirma a nota tcnica.

Senadores durante a reunio da Comisso de Meio Ambiente (CMA) desta tera-feira (20) Edilson Rodrigues/Agncia Senado

Participao popular reduzida 3e4rr

Diferentes trechos do projeto de lei abrem possibilidade para o enfraquecimento das audincias pblicas, instrumentos essenciais de participao popular durante o processo de licenciamento, especialmente nos de grande impacto.

O Artigo 3, em seu inciso V, por exemplo, prev a possibilidade de audincias pblicas remotas com as comunidades afetadas pelos empreendimentos. Segundo o Observatrio do Clima, essas comunidades “necessitam ser ouvidas presencialmente”, deixando as reunies remotas para as consultas pblicas, reunies participativas e tomadas de subsdios.

J o pargrafo 2 do Artigo 36 indica que a realizao de mais de uma audincia pblica deve ser “motivada pela inviabilidade de realizao de um nico evento, pela complexidade da atividade ou do empreendimento, pela amplitude da distribuio geogrfica da rea de influncia ou pela ocorrncia de caso fortuito ou fora maior que tenha impossibilitado a realizao da audincia prevista” – na prtica, colocando um empecilho para um processo mais amplo de escuta.

“Este dispositivo expe a inteno de conter a participao ao mnimo necessrio”, avalia a nota tcnica do Observatrio do Clima. Caso entre em vigor, ele “reduz as possibilidades de participao pblica via audincias pblicas e, consequentemente, pode ocasionar uma menor aceitao do empreendimento/projeto e um aumento na judicializao, o que inevitavelmente ocasionar maior tempo e dispndios financeiros pelo empreendedor”, diz o documento.

Outro ponto crtico a previso de que as consultas pblicas no suspendam os prazos dos processos de licenciamento, que deve receber resposta da autoridade licenciadora entre 15 e 60 dias. Para o Observatrio do Clima, “h a possibilidade de, justamente pela concomitncia de prazos, a figura da consulta pblica no ser utilizada e, assim, se tornar somente uma ‘possibilidade’ e no uma ‘realidade’”.

Alm disso, a publicidade do processo poderia ser prejudicada pelo pargrafo 1 do Artigo 33, que estabelece que o pedido de licenciamento ambiental de uma atividade potencialmente causadora de “significativa degradao do meio ambiente” seja publicado apenas em “jornal oficial”. Atualmente, esse tipo de pedido publicado em jornais de grande circulao, alm dos Dirios Oficiais.

Bancos no sero responsabilizados por danos 3n5p6n

O projeto de lei, caso aprovado, ainda impossibilitar a responsabilizao de quem contratar com atividades ou empreendimentos sujeitos a licenciamento ambiental que causem danos ao meio ambiente, caso seja exigida a apresentao da licena. Segundo o texto, a pessoa fsica ou jurdica no possui “dever fiscalizatrio da regularidade ambiental do contratado”. Porm, caso a apresentao da licena no seja solicitada, haver responsabilidade subsidiria pelos danos “na medida e proporo de sua contribuio”.

O pargrafo 2 do Artigo 54 do relatrio do Senado (pargrafo 3 no da Cmara) ainda explicita que “instituies supervisionadas pelo Banco Central do Brasil” – bancos – e demais contratantes “no sero responsabilizados por eventuais danos ambientais ocorridos em razo da execuo da atividade ou do empreendimento”.

Para o Observatrio do Clima, as instituies financeiras precisam ter uma responsabilidade maior do que apenas a de exigir a apresentao da licena ambiental. “Elas tm de se comprometer com muito mais do que verificar um documento, e incluir medidas que representem de fato compromisso com meio ambiente e clima”, defende a organizao.

“ importante refletir que haver na futura lei modalidades de licena ambiental que no garantem instituio financeira ou aos demais envolvidos que h regularidade na atividade/empreendimento, pois so emitidas automaticamente”, lembra a nota, que cita precedentes no Superior Tribunal de Justia (STJ) e outros tribunais de responsabilizao a instituies que liberam crdito para atividades danosas ao meio ambiente.

“A proposta muda o sistema de responsabilizao ambiental ao qual a instituio financeira (assim como qualquer outra pessoa fsica ou jurdica no Brasil), est sujeita, pois a Poltica Nacional do Meio Ambiente trabalha com responsabilidade objetiva e solidria”, analisa a nota tcnica. “No h razo para a instituio financeira ter um tratamento diferenciado nesse campo”, conclui.

  • Gabriel Tussini c66

    Estudante de jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), redator em ((o))eco e interessado em meio ambiente, poltica e no que no est nos holofotes ao redor do mundo.

Brasil : Conhea os oito parques nacionais mais visitados em 2024
Enviado por alexandre em 20/05/2025 11:04:50

Das areias de Jericoacoara s trilhas da Serra da Bocaina e uma das maiores florestas urbanas do mundo, ((o))eco lista os parques nacionais que receberam mais visitantes em 2024

O turismo de natureza tem despontado com cada vez mais fora no Brasil. Um retrato disso, so os nmeros crescentes de visitao em reas protegidas. No final de abril, o Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio) divulgou um novo recorde quebrado: mais de 25 milhes de visitantes nas unidades de conservao (UCs) federais em 2024. Um aumento de quase 5% em relao ao ano anterior. Grande parte desse turismo se concentra nos parques nacionais, que tem como misso promover o lazer alinhado com a proteo da biodiversidade.

Os parques representam 75 das mais de 300 UCs federais e se encontram espalhados pelo territrio nacional, nos diferentes biomas do pas. Desses, 61 monitoram a visitao e, juntos, receberam mais de 12 milhes de pessoas – quase metade do total contabilizado pelo ICMBio.

Apesar da vocao ao turismo dos parques, vale ressaltar que o lder de visitao nas UCs federais a rea de Proteo Ambiental (APA) da Baleia Franca, no litoral de Santa Catarina. O destino, muito procurado para observao de baleias, recebeu mais de 8,6 milhes de visitantes em 2024, quase o dobro do segundo colocado.

Nesta lista, entretanto, ((o))eco se debrua apenas sobre os parques nacionais, que representam seis entre as dez UCs mais visitadas do pas. Desde uma das maiores florestas urbanas do mundo no corao do Rio de Janeiro, at as trilhas da Serra da Bocaina e as areias de Jericoacoara, ((o))eco apresenta os oito parques nacionais que receberam mais visitantes em 2024.

Confira a lista:

1. Parque Nacional da Tijuca e6t3x

O Corcovado e o Cristo Redentor foram considerados uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno e representam o ponto turstico mais reconhecido do pas. Foto: Luciola Vilella/MTUR

Localizado no corao da cidade do Rio de Janeiro, o Parque Nacional da Tijuca recebeu mais de 4,6 milhes visitantes ao longo do ano de 2024 e h mais de dez anos lidera o ranking de visitao entre os parques nacionais. Boa parte em razo do Cristo Redentor, situado no Alto Corcovado e carro-chefe da visitao do parque.

O parque carioca representa uma das maiores florestas urbanas do mundo, com um territrio de cerca de 4 mil hectares, e um remanescente de Mata Atlntica em plena metrpole. A transformao da rea em parque nacional ocorreu em 1961.

Frequentada por trilheiros, ciclistas, escaladores ou simplesmente famlias em busca de um piquenique na floresta, o parque conta com trs setores abertos visitao, com os pela zona sul, norte e oeste da cidade.

Alm do carto-postal no Corcovado, turistas possuem diversas opes de lazer, que incluem trilhas – a exemplo da Transcarioca – a maior trilha urbana da Amrica Latina, vias de escalada, cachoeiras e mirantes. No setor Pedra Bonita e Gvea, visitantes ainda podem se aventurar nos voos livres de asa delta e parapente.

2. Parque Nacional do Iguau 384r6t

As Cataratas do Iguau, principal atrativo e carto -postal do Parque Nacional do Iguau . Foto: Zig Koch/MTUR

Na vice-liderana da lista, est o Parque Nacional do Iguau, situado no oeste do Paran, na fronteira com a Argentina. Em 2024, mais de 2 milhes de visitantes exploraram a rea protegida. O nmero representa um crescimento significativo em relao ao ano anterior (cerca de 12% acima de 2023), e, pela primeira vez, o parque volta a atrair um volume de visitantes superior ao perodo pr-pandemia.

Entre trilhas, eios de barco, bicicleta e at mesmo de helicptero, o destaque est, sem dvidas, nas Cataratas do Iguau, o principal atrativo da rea protegida. O parque Patrimnio Natural da Humanidade desde 1986, enquanto as cataratas so consideradas uma das Sete Maravilhas da Natureza.

Criado em janeiro de 1939, o Parque Nacional do Iguau protege uma rea de 185 mil hectares de Mata Atlntica. A rea protegida divide as fronteiras, a catarata – e os esforos de conservao – com o Parque Nacional Iguaz, do lado argentino. O corredor internacional de florestas considerado um dos ltimos refgios para onas-pintadas na Mata Atlntica.

3. Parque Nacional de Jericoacoara 2x2m5u

A Pedra Furada uma das formaes mais famosas em meios s dunas e praias do Parque Nacional de Jericoacoara. Foto: Jade Queiroz/MTUR

Quem fecha o top 3 de parques nacionais mais visitados o Parque Nacional de Jericoacoara. Situado a cerca de 300 quilmetros da capital do estado, Fortaleza, a unidade de conservao abrange quase 9 mil hectares no litoral cearense. Em 2024, foram mais de 1,5 milho de visitantes.

O parque conta com paisagens marcadas por dunas, praias, restingas e manguezais. Entre os atrativos naturais mais procurados pelos turistas esto a Pedra Furada, a Lagoa do Paraso, a Lagoa Azul e a Praia da Malhada, esta ltima muito famosa entre surfistas. O espetculo do pr do sol e do nascer da lua tambm so destaques entre os turistas.

Enquanto o turismo segue crescendo, o ICMBio enfrenta desafios para garantir que a atividade no viole as regras da unidade de conservao ou comprometa o objetivo de conservao do parque. Uma reportagem da BBC News Brasil apurou que, entre janeiro e outubro de 2024, foram aplicadas 190 multas no Parque Nacional de Jericoacoara – um recorde entre as UCs federais. A maior parte delas direcionada para turistas e empresas da regio pelo uso indevido de veculos motorizados, seja por pessoas que eiam em locais proibidos ou empresas que usam veculos sem autorizao.

4. Parque Nacional da Serra da Bocaina 5163

Cachoeira Santo Isidro, no Parque Nacional Serra da Bocaina. Foto: Entreparques

Em quarto lugar na lista, o Parque Nacional da Serra da Bocaina registrou pouco mais de 717 mil visitas no ano de 2024. Localizado entre os estados de Rio de Janeiro e So Paulo, o parque abrange seis municpios, dois do lado fluminense e quatro do lado paulista. Os principais atrativos tm o por Paraty (RJ) e por So Jos do Barreiro (SP).

Alm dos atrativos naturais, como cachoeiras e montanhas, o parque tambm conta com notvel valor histrico-cultural. Um dos destaques nesse sentido a trilha conhecida como Caminho do Ouro, utilizada no perodo colonial para transporte do ouro que vinha de Minas Gerais at o porto de Paraty. Outros pontos muito procurados pelos visitantes esto a Pedra da Macela, a Pedra do Frade e a Cachoeira Santo Isidro.

O parque cobre 104 mil hectares de Mata Atlntica, e abriga diferentes paisagens – de territrios com altitude de 2 mil metros acima do nvel do mar, at reas com piscinas naturais, praias e costes rochosos. Ele tambm reconhecido como Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO (Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura) desde 1992.

5. Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha 1o112o

Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, um santurio para vida marinha e um destino de ecoturismo. Foto: Bruno Lima/MTUR

A cerca de 545 quilmetros de Recife, Oceano Atlntico adentro, est o arquiplago de Fernando de Noronha, protegido por um parque nacional marinho desde 1988. Reconhecido como um santurio natural da vida marinha, o parque recebeu pouco mais de 670 mil visitas ao longo do ano ado.

O Parque Nacional Marinho inclui opes como trilhas, mergulhos autnomos, eios de barco, alm de o s mais diferentes praias e baas, a exemplo da Praia do Leo ou a Baa do Sueste – nico mangue de ilhas ocenicas do Atlntico Sul.

A visitao no se restringe ao parque nacional, que divide o territrio da ilha com a rea de Proteo Ambiental (APA) de Fernando de Noronha, categoria de unidade de conservao mais permissiva onde se encontram estruturas diversas de apoio aos turistas, como pousadas, restaurantes, escolas e hospitais. Em 2024, a APA contabilizou mais de 700 mil visitantes, frente do parque na lista das UCs federais mais visitadas.

As duas UCs fazem a governana conjunta do territrio por meio do Ncleo de Gesto Integrada (NGI) Fernando de Noronha,

6. Parque Nacional dos Lenis Maranhenses 53b6h

Areia branca e lagoas azuis, as cores do Parque Nacional dos Lenis Maranhenses. Foto: Duda Menegassi

O Parque Nacional dos Lenis Maranhenses foi criado em 1981 e abriga uma das paisagens mais emblemticas da regio nordeste do pas. Com dunas de areia branca e lagoas que se formam sazonalmente a partir das chuvas, o parque nacional recebeu cerca de 440 mil visitantes em 2024.

Com rea de 155 mil hectares, dos quais 90 mil so compostos por dunas livres e lagoas interdunares, o parque possui a maior extenso de dunas, tanto fixas quanto mveis da Amrica do Sul. A rea protegida est inserida em uma zona de transio dos biomas Cerrado, Caatinga e Amaznia, e inclui ecossistemas de restingas, campos de dunas, alm da costa ocenica.

Assim como outros parques citados nesta lista, os Lenis Maranhenses obteve reconhecimento internacional, ao receber o ttulo de Patrimnio Mundial Natural da Humanidade pela UNESCO, em julho de 2024. Entre os principais critrios para honraria, esto suas raras formaes geolgicas e geomorfolgicas no local.

7. Parque Nacional da Serra dos rgos 2v1x9

Dedo de Deus, cone do montanhismo no Parque Nacional da Serra dos rgos. Foto: Bruna Prado/MTUR

Considerado um dos melhores locais no Brasil para a prtica de esportes como trilhas e escaladas, o Parque Nacional da Serra dos rgos um dos beros do montanhismo no pas. Ao todo so mais de 200 quilmetros de trilhas e picos icnicos entre escaladores como o Dedo de Deus e a Agulha do Diabo. Em 2024, foram registrados cerca de 240 mil visitantes no parque.

A travessia Petrpolis x Terespolis, trilha que pode ser feita em dois a trs dias, com acampamento no parque, uma das atraes mais procuradas. Para os menos adeptos da caminhada, a parte baixa do parque abriga cachoeiras, piscinas naturais, poos e at rea de piquenique.

O parque tambm um dos mais antigos do pas, criado em 1939. A rea protege mais de 20 mil hectares da Serra do Mar, na regio serrana do estado do Rio de Janeiro, onde engloba os municpios de Terespolis, Petrpolis, Mag e Guapimirim. As montanhas cobertas pela Mata Atlntica abrigam mais de 2.800 espcies de flora conhecidas e mais de 700 de fauna, sendo 130 espcies ameaadas de extino.

8. Parque Nacional de Ubajara 4114f

O Parque Nacional de Ubajara, no Cear, teve um salto de visitao nos ltimos anos e entrou na lista dos parques nacionais mais visitados. Foto: ICMBio/Divulgao

O Parque Nacional de Ubajara registrou a visitao mais alta da sua histria desde o incio do monitoramento do ICMBio, em 2001. Pode-se dizer que o parque nunca esteve to popular, com pouco mais de 238 mil visitantes no ano ado. Para fins comparativos, os ndices pr-pandemia eram abaixo de cem mil visitantes anuais.

O parque est situado na serra da Ibiapaba, a cerca de 300 quilmetros da capital Fortaleza. As principais atividades no parque incluem visita Gruta Ubajara, que possui mais de um quilmetro de extenso, alm do eio de telefrico, cachoeiras, mirantes e mesmo caminhadas noturnas em perodo de lua cheia.

Criado em 1959, o parque abrange uma rea de 6,2 mil hectares situado na Caatinga, mas com influncia e ecossistemas associados Mata Atlntica. Essa mistura de biomas resulta numa rica biodiversidade, com espcies ameaadas como a ave maria-do-nordeste (Hemitriccus mirandae) e o macaco guariba-da-caatinga (Alouatta ululata).

  • Vinicius Nunes 5d4155

    Cientista Social pela FGV/DOC e estudante de Jornalismo na ESPM-Rio. Entusiasta da pauta ambiental, poltica e esportes.

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