O processo ento, reduz a produo exagerada de lquido
Aps uma pequena inciso no couro cabeludo, a equipe inseriu um neuroendoscpio flexvel no crebro de Heitor. O instrumento foi guiado at o terceiro ventrculo cerebral, uma cavidade em forma de fenda, localizada no centro do diencfalo, entre o tlamo direito e o esquerdo, onde foi feita ento uma abertura.
O mecanismo preciso criou uma via alternativa para drenar o excesso de lquor e restaurou o equilbrio hidrodinmico natural do crebro de Heitor. Em seguida, o endoscpio foi direcionado ao plexo coroide, estrutura responsvel pela secreo do lquor, para cauterizao de pelo menos 90% dessa regio, nos lados direito e esquerdo. O processo ento, reduz a produo exagerada de lquido.
Estes dois procedimentos, realizados juntos, integram uma abordagem inovadora chamada "terceira ventriculostomia endoscpica com cauterizao do plexo coride (ETV/C)" ou simplesmente, “Mtodo Warf”, em homenagem ao seu criador. Criada h cerca de uma dcada, pelo neurocirurgio americano Benjamin Warf, de Harvard, a tcnica considerada uma alternativa segura e eficaz ao tratamento padro para crianas de at dois anos de idade.
Desde a dcada de 1960, o principal tratamento para hidrocefalia em crianas a colocao de uma vlvula que drena o lquido que est se acumulando no crebro para a cavidade abdominal, cujo nome oficial derivao ventrculo-peritoneal. O grande problema que esses dispositivos so propensos a infeces e quase sempre falham ou demandam revises, exigindo cirurgias adicionais ao longo da vida.
— Metade dessas vlvulas complicam por alguma razo. Isso faz com que a criana tenha que ar por uma nova cirurgia — explica a neurocirurgi peditrica Giselle Coelho, da Santa Casa de So Paulo e mentora do Projeto Neurokids.
— As complicaes mais frequentes surgem no primeiro ano de vida ps-instalao. Elas podem ser infecciosas ou mecnicas e, para ns, o impacto infeccioso um grande problema porque as crianas chegam com condies graves, como meningite ou ventriculite, que podem gerar leses cerebrais que alteram seu prognstico cognitivo e motor — completa a neurocirurgi peditrica Simone Rogerio, responsvel tcnica pelos servios de neurocirurgia da Fundao Santa Casa do Estado do Par e do Hospital Oncolgico Infantil Octvio Lobo.
Alm de menos complicaes, outras vantagens do novo mtodo incluem menos infraestrutura mdica, menos manuteno ps-cirrgica, menor perodo de internao e tempo cirrgico e, consequentemente, menos custo para o sistema de sade. A cirurgia de Heitor, por exemplo, teve cerca de 1 hora de durao. Em seguida, ele foi encaminhado UTI, onde ou a noite. No dia seguinte, foi para o quarto e em apenas mais um dia, foi liberado para voltar para casa. Agora ele s precisar voltar ao hospital para as consultas de rotina.
O Projeto Neurokids, ONG dedicada a melhorar o prognstico de crianas com hidrocefalia e espinha bfida no mundo todo, foi o responsvel por treinar a Coelho e trazer a tcnica ao Brasil, que foi o primeiro pas da Amrica Latina beneficiado. Desde o incio do projeto, em 2022, mais de 70 crianas brasileiras j foram operadas com essa tcnica e a expectativa que esse nmero aumente ainda mais.
At o momento, o procedimento no Brasil realizado apenas por Coelho e Rogerio, nas Santas Casas de So Paulo e doPar, respectivamente. Mas outros neurocirurgies j esto em treinamento e a expectativa que, em 2025, mais 10 centros com treinamento e capacidade para realizar a cirurgia sejam abertos, em especial nas regies Norte e Nordeste, em um projeto financiado pelos Institutos Nacionais de Sade dos EUA (NIH). — A ideia criarmos centros para que essa tcnica possa ser replicada. Focamos na regio Amaznica, que muito carente e onde o tratamento sem a vlvula faz muita diferena — pontua Coelho.
Rogerio explica que algumas crianas levam at trs dias de barco para chegarem ao hospital. A desnutrio infantil, tambm comum na regio, aumenta o risco de complicaes com a vlvula, o que por sua vez aumenta a probabilidade de elas precisarem de novas intervenes para tratar complicaes. Como o “Mtodo Warf” definitivo, isso representa um grande avano.
Fotos: Reproduo
— Estamos muito animados porque isso proporciona melhor qualidade de vida a longo prazo para essas crianas, alm de ter um impacto socioeconmico importante, inclusive para o SUS — afirma Rogerio. Warf criou a tcnica aps uma visita Uganda, em 2000, para ajudar a abrir um hospital. Na poca, o mdico ficou impressionado com o quo comum era a hidrocefalia infantil no pas. Ele comeou tratando seus pacientes da maneira padro, mas notou que muitos implantes falhavam ou infeccionavam, o que poderia ser desastroso se o paciente vivia muito longe do hospital ou se a famlia no tivesse dinheiro para chegar l.
Ento Warf combinou e adaptou duas tcnicas usadas anteriormente, embora no juntas. E funcionou. De forma geral, a taxa de sucesso do procedimento criado por Warf de cerca de 76%. No Brasil, a taxa de 82% - considerando as Santas Casas de So Paulo e do Par - que j o maior de todo o projeto. Se considerado apenas a Santa Casa de So Paulo, o ndice sobe para 93%. — incrvel o Brasil estar liderando a maior taxa de sucesso do projeto — comemora Coelho, que se tornou a primeira treinadora do programa, alm de seu criador.
Os motivos para o tratamento no ser bem-sucedido incluem infeco - como pneumonia, que gera uma reao inflamatria no crebro e pode levar ao fechamento da agem - ou caractersticas anatmicas ou fisiolgicas da criana, que impedem sua realizao. — Todo procedimento realizado com base em critrios. Atualmente, nossa primeira opo querer deixar a criana sem vlvula, mas isso nem sempre possvel e a colocao da vlvula sempre ter sua indicao — diz Rogerio.
Neurologista destaca a importncia dos cuidados multidisciplinares e intensivos para reduzir as sequelas do acidente vascular cerebral (AVC)
O acidente vascular cerebral (AVC) ocorre quando h o entupimento de um dos vasos que levam sangue at o crebro. A doena promove uma paralisia na rea afetada do crebro, resultando em diversas incapacitaes. As sequelas da enfermidade afetam diretamente a independncia do paciente, com impactos na qualidade de vida.
Por isso, o processo de recuperao do AVC demanda uma srie de cuidados intensivos e abordagens multidisciplinares. Essa dinmica tem como objetivo estabelecer uma maior autonomia e proporcionar qualidade de vida aos indivduos. Assim, a aplicao de tratamentos especializados fundamental para acelerar o processo de reabilitao, reduzindo os danos.
A neurologista Vanessa Hachiman, especialista em doenas cerebrovasculares (AVC) do Hospital de Transio Revitare, explica que a recuperao pode ser desafiadora. Isso porque requer inmeros cuidados individualizados com o intuito de favorecer a reabilitao do paciente.
“Cada caso deve ser analisado de forma nica, levando em conta fatores como idade, tipo e gravidade do AVC, alm das condies de sade preexistentes. Com o apoio adequado, possvel alcanar avanos significativos na qualidade de vida, mesmo em situaes mais complicadas,” explica a profissional.
Para que esse processo de recuperao tenha a maior eficcia possvel, fundamental adotar uma abordagem multidisciplinar. O trabalho conjunto de profissionais como fonoaudilogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais busca promover a reabilitao neurofuncional.
Anvisa informa que certificados de vacinao oferecidos na internet so falsos (Foto: Divulgao/FVS)
Da Agncia Gov 611lj
BRASLIA – A Anvisa (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria) alerta a populao sobre a existncia de golpes na internet de servios falsos para a emisso do Certificado Internacional de Vacinao ou Profilaxia (CIVP). Criminosos esto disponibilizando formulrios semelhantes ao oficial para coletar dados e arrecadar com a cobrana de taxas indevidas.
A Agncia refora que no feita nenhuma cobrana para a emisso do Certificado Internacional de Vacinao ou Profilaxia. O documento pode ser solicitado gratuitamente peloportal Gov.brou peloaplicativo Meu SUS Digital.
Em 2014, o CIVP ou por uma importante alterao: sua validade agora para a vida toda. Isso vale tanto para certificados recentes, quanto para certificados mais antigos e que tenham data de validade. Portanto, se voc j tem o CIVP, mesmo que tenha data de validade, e ele est em boas condies, voc pode utiliz-lo em suas viagens. No preciso pedir um novo.
Mas se vocj tomou a vacina contra a febre amarela eainda no tem o Certificado Internacional de Vacinao, pode receb-lo de duas formas:
– Pelo aplicativo Meu SUS Digital, que o caminho mais rpido e fcil,que apresenta informaes da vacinao enviadas diretamente das salas de vacina;
– Se o CIVP no estiver disponvel para voc no Meu SUS Digital, s procurar pelo servio “Tirar o Certificado Internacional de Vacinao” noGov.bre fazer seu pedido:
Quem j teve o CIVP emitido pela Anvisa deve ar o Gov.br e solicitar a opo “Desejo recuperar meu CIVP emitido presencialmente”; o sistema verificar automaticamenteinformaes para seu F e retornar em 60 minutos com o certificado, ou informar a ausncia de registro.
Se ainda no teve o CIVP emitido, solicite a opo “Gostaria de solicitar novo CIVP”, verifique aps 60 minutos se o certificado foi emitido ou a solicitao foi distribuda para anlise, que pode levar at cinco dias teis.
Alm disso, voc deve saber que existem diferentes formatos do CIVP em uso no Brasil, porque ele ou por algumas melhorias ao longo do tempo. Mas todos esses modelos seguem o contedo e as regras de preenchimento obrigatrias previstas no Regulamento Sanitrio Internacional (RSI 2005).
Por isso, mesmo que o seu Certificado Internacional de Vacinao no tenha QR code ou cdigo para autenticao, e seja daquele modelo de carto com manual de quem o emitiu, ainda assim ele vlido e deve ser aceito pelas companhias areas para o seu embarque. Lembre-se que o CIVP precisa estar em boas condies e legvel.
J as pessoas que no podem tomar a vacina contra febre amarela, por questes de sade, no tero o CIVP. Mas elas podem viajar com um atestado emitido por um mdico. Esse atestado no precisa seguir um modelo especfico, porm precisa ter os dados mnimos para sua validade, como nome completo e nmero do documento do viajante, motivo da contraindicao da vacina, alm de identificao e do mdico que o emitiu. Alm disso, ele deve ser escrito preferencialmente em ingls ou espanhol.
Mais orientaes e outras informaes paraviajar com mais tranquilidade voc encontraAQUI
indicado evitar o celular ao menos 30 minutos antes de dormir Foto: Freepik
O uso do celular antes de dormir tem se mostrado um fator prejudicial qualidade do sono. De acordo com uma pesquisa recente da NordVPN, 96% da populao leva o dispositivo para a cama, seja para navegar nas redes sociais, assistir a vdeos ou conferir mensagens. No entanto, esse hbito pode comprometer o descanso, com 65% dos usurios reconhecendo que o uso excessivo de telas noite impacta negativamente o sono, resultando em cansao e baixa produtividade no dia seguinte.
Mas, afinal, o que acontece quando usamos o celular antes de dormir? De acordo com Sara Giamp, pesquisadora cientfica da healthtech Biologix, especializada em medicina do sono, o principal vilo est na luz emitida pelas telas dos dispositivos mveis.
– Essa luz interfere na produo de melatonina, hormnio responsvel por regular o sono. Quando a melatonina suprimida, a sensao de sonolncia diminui e o crebro acredita que ainda dia, o que dificulta o processo de adormecer – apontou.
Outro aspecto importante o contedo consumido no celular. Muitas vezes, as informaes geram ansiedade e aumentam a produo de hormnios do estresse, elevando o estado de alerta e dificultando a manuteno do sono. Alm disso, a pesquisadora alerta que o uso excessivo do celular pode prejudicar pessoas que j enfrentam algum tipo de distrbio do sono, como a apneia do sono.
– Os principais sintomas da apneia do sono incluem o ronco e o sono no reparador, que podem levar sonolncia durante o dia. O diagnstico pode ser feito por meio da polissonografia, seja em laboratrio ou em casa – explica Giamp.
Dicas para melhorar o sono e reduzir os efeitos do celular Para quem tem dificuldade em deixar o celular de lado antes de dormir, a especialista listou algumas mudanas simples na rotina que podem melhorar a qualidade do sono.
– Estabelea uma rotina de desintoxicao digital: tente limitar o uso do celular pelo menos 30 minutos antes de deitar. Aproveite esse tempo para praticar atividades relaxantes, como ler um livro ou ouvir uma msica tranquila. – Use o modo noturno: muitos celulares possuem uma funo que ajusta a luz da tela para uma tonalidade mais quente, diminuindo a emisso da luz azul. Ative essa funo, principalmente noite. – Crie um ambiente propcio: alm de deixar o celular de lado, procure um ambiente silencioso, escuro e confortvel. A temperatura tambm deve ser agradvel, nem muito quente nem muito fria.
– Evite redes sociais e notcias de ltima hora: o contedo consumido antes de dormir pode afetar sua mente. Evite temas que possam causar ansiedade ou tenso.
– Exerccios de relaxamento: tcnicas de respirao, meditao ou at um banho quente podem ajudar a acalmar o corpo e a mente, preparando voc para um sono mais tranquilo.
As descobertas surgem da compreenso de que os ataques de asma ou DPOC no so todos iguais
O benralizumabe, j utilizado em casos mais graves, pode, segundo pesquisas recentes, ser empregado rotineiramente para tratar cerca de dois milhes de ataques anuais no Reino Unido. De acordo com o peridico, a equipe de pesquisa do King's College London disse que o medicamento um "divisor de guas" que poderia "revolucionar" o tratamento.
As descobertas surgem da compreenso de que os ataques de asma ou DPOC no so todos iguais. Em diferentes pacientes, distintas partes do sistema imunolgico reagem de forma exagerada.
"Agora que identificamos diferentes padres de inflamao, podemos agir de forma mais precisa, oferecendo o tratamento certo, ao paciente certo, no momento certo", explicou a professora Mona Bafadhel, do King's College.
O benralizumabe direcionado a um tipo especfico de glbulo branco, os eosinfilos, que podem causar inflamao e danos aos pulmes. Os eosinfilos esto envolvidos em cerca de metade dos ataques de asma e em um tero dos surtos de DPOC. Os ataques, com sintomas como falta de ar, chiado, tosse e aperto no peito, quando no controlado por inaladores convencionais, os mdicos recorrem ao uso de esteroides. O estudo acompanhou 158 pacientes e monitorou os participantes por trs meses aps o tratamento de um surto.
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Os resultados publicados no The Lancet Respiratory Medicine revelaram uma taxa de falha no tratamento de 74% com o uso de esteroides e 45% com a nova terapia. Pacientes tratados com a nova abordagem apresentaram menor probabilidade de serem internados, precisarem de uma nova rodada de tratamento ou de evolurem a bito.
O professor Mona Bafadhel destacou que essa terapia pode beneficiar inmeras pessoas, considerando os dois milhes de ataques anuais: "No um nmero pequeno". Isso um divisor de guas. No tivemos avanos no tratamento nos ltimos 50 anos. Essa inovao revolucionar a forma como cuidamos das pessoas em momentos crticos de sade", afirmou Bafadhel. Os participantes do estudo tambm relataram alvio nos sintomas e uma melhora significativa na qualidade de vida com o novo medicamento.