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Cincia & Tecnologia : Astrnomos detectam molculas de gua em estrela a 1.300 anos-luz
Enviado por alexandre em 16/03/2023 10:50:40

Astrnomos do Observatrio Nacional de Radioastronomia dos Estados Unidos detectaram um mistrio surpreendente localizado a 1.300 anos-luz de distncia. Na jovem estrela conhecida como V883 Orionis, foram identificadas molculas de gua em torno de um enorme disco de material, sugerindo potencial para ceder mais informaes sobre as origens da composio atmica no apenas no planeta Terra, mas em locais longnquos do espao sideral.

A descoberta ocorreu por meio do poderoso equipamento de observao ALMA e concluiu que a gua gasosa circulante teria propriedades semelhantes dos tipos encontrados em cometas prximos da Terra. Segundo John J. Tobin, o lder do projeto, a pesquisa aponta que a gua distribuda pelos cometas seria derivada de nuvens de gs que se espalharam h 4,6 bilhes de anos. Assim, essa estimativa estaria localizada em um perodo anterior prpria formao do Sol.

Esse estudo tambm complementa teses anteriores sobre a jornada das nuvens de gs pelo espao. At a nova concluso, os cientistas conheciam apenas como as substncias se deslocavam para estrelas jovens e para planetas atravs dos cometas. Porm, a pesquisa do observatrio revela como elas ocupavam corpos gelados no espao a partir da expanso e da fuso dos discos de materiais em estrelas.

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“O V883 Orionis o elo perdido neste caso”, disse Tobin. “A composio da gua no disco muito semelhante dos cometas do nosso prprio Sistema Solar. Esta a confirmao da ideia de que a gua nos sistemas planetrios se formou bilhes de anos atrs, antes do Sol, no espao interestelar, e foi herdada tanto pelos cometas quanto pela Terra, relativamente inalterada.”

Considerada atipicamente quente, a estrela V883 Orionis tinha uma proporo de gua dispersa por todo o disco de material ao redor, porm com uma quantidade absoluta de ao menos 1.200 vezes se comparada quantidade de gua nos oceanos da Terra. Diferentemente do H2O tradicional, a molcula teria um tomo de hidrognio substitudo pelo istopo pesado deutrio, sendo formada em condies diferentes das que conhecemos.

“Conclumos que os discos herdam diretamente a gua da nuvem de formao de estrelas e essa gua se incorpora a grandes corpos gelados, como cometas, sem alterao qumica significativa”, escreveram os astrnomos no estudo. No momento, a V883 Orionis a por uma exploso de crescimento acelerado, com temperaturas superiores s das condies normais. Em breve, seus materiais perifricos devem se fundir com planetas em rbita.

RESPOSTAS SOBRE A ORIGEM DA GUA NA TERRA

Margot Leemker, Ph.D. estudante do Observatrio de Leiden, na Holanda, comentou que essa estrela pode fornecer informaes valiosas sobre a composio espacial no Sistema Solar antes da formao do prprio Sol. Essas descobertas sugerem que basicamente toda a gua de um sistema planetrio teria origem direta das nuvens de onde nasce sua estrela, ao se incorporar em corpos gelados como cometas e no sofrerem alteraes qumicas.

"Embora o mecanismo especfico de entrega de gua na Terra permanea debatido (cometas e/ou asteroides), a [razo de istopos de hidrognio] encontrada em V883 evidncia de que as molculas de gua em nosso Sistema Solar se originaram no meio interestelar frio antes da formao do Sol. Portanto, observaes de gua espacialmente resolvidas em direo a discos de formao de planetas jovens so cruciais para ligar o reservatrio de gua e a formao de planetas terrestres", completa.

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No futuro, os astrnomos pretendem expandir as pesquisas com o Extremely Large Telescope do Observatrio Europeu do Sul, a fim de ajudar a solidificar a relao entre o caminho da gua nas nuvens e o nascimento dos sistemas solares.

Fonte: Mega Curioso

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Cincia & Tecnologia : Esttua de Buda avaliada em R$ 600 mil encontrada na Austrlia
Enviado por alexandre em 15/03/2023 15:17:51

Uma esttua de Buda chamou ateno por suas caractersticas peculiares e preo considervel. Veja do que se trata a descoberta.

Na costa ocidental da Austrlia, foi descoberta uma esttua de Buda minscula que pode mudar a histria das migraes humanas. O artefato de bronze, avaliado em R$ 600 mil, pertence dinastia Ming, de acordo com especialistas.

Os cineastas e exploradores Leon Deschamps e Shane Thompson encontraram a relquia enquanto detectavam metal em busca de objetos da era napolenica para seu documentrio sobre a explorao sa da Austrlia no incio dos anos 1800.

At aquele momento, a nica descoberta havia sido uma lata de cerveja vazia.

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VIAJANTES CHINESES

Foto: Reproduo

A descoberta de um pequeno artefato na Austrlia pode ser uma prova da presena de marinheiros chineses no pas sculos antes dos europeus.

O objeto em questo uma esttua de Buda de bronze, avaliada em R$ 600 mil e pertencente dinastia Ming. Os cineastas Leon Deschamps e Shane Thompson encontraram a relquia enquanto procuravam objetos da era napolenica para um documentrio.

Acredita-se que a esttua tenha vindo para a praia por Bao Chuan, um navio do tesouro chins, por volta de 1420.

Deschamps entrou em contato com o programa britnico Antiques Roadshow, cujos especialistas em arte asitica examinam objetos trazidos pelo pblico, para tentar provar sua teoria sobre a jornada de Buda.

No entanto, o especialista Lee Young no confirma que a esttua possa ser usada como evidncia concreta da presena dos viajantes chineses no continente h mais de 600 anos. Contudo, essa informao precisa de reviso e confirmao por especialistas da rea.

Mesmo assim, a descoberta e autenticao da esttua de Buda a tornam o artefato chins mais antigo encontrado em solo australiano. Para Young, a histria por trs do objeto o torna um tesouro mundial.

“Ocasionalmente, aparece um objeto com uma histria incrvel que o torna quase um tesouro mundial. A histria sobre esse pequeno Buda e sua jornada para chegar aqui hoje, para mim, torna este um objeto excepcional”, diz o especialista.

ESTTUA DE BUDA

Lee Young, especialista em arte asitica, confirmou que a esttua de Buda na Austrlia pertence dinastia Ming, que governou a China entre 1368 e 1644.

De acordo com ele, trata-se de uma representao infantil para cerimnias para celebrar o aniversrio do lder religioso.

Durante as cerimnias, gua purificada ou ch caam sobre os ombros de Buda. No entanto, para evitar danos, as esttuas eram feitas de bronze. Essa tradio responsvel pela representao infantil de Buda na praia da Austrlia.

QUEM FOI BUDA?

A esttua de Buda encontrada possui um valor ainda maior referente a quem ela representa.

Buda foi um lder espiritual e fundador do budismo, uma das principais religies do mundo. Seu nome real era Siddhartha Gautama e ele nasceu no sculo VI a.C. na regio que hoje o Nepal.

Contudo, tornou-se Buda adulto, que significa “o iluminado”, aps alcanar a iluminao atravs da meditao.

Buda ensinou a seus seguidores a importncia do autoconhecimento, da compaixo, da busca pela sabedoria e do caminho do meio, que consiste em evitar os extremos e buscar equilbrio em todas as reas da vida.

Assim, o budismo no possui um Deus criador ou um conjunto de regras divinas, e sim um conjunto de ensinamentos e prticas que visam levar os indivduos a alcanar a paz interior e a liberao do ciclo de reencarnao, conhecido como samsara.

PROVAS

Existem diversas fontes histricas e arqueolgicas que atestam a existncia de Buda e de sua influncia na sia. No entanto, Buda viveu h mais de 2500 anos. Por isso, no h muitos registros escritos ou materiais originais que tenham sobrevivido at os dias de hoje.

As principais fontes de informao sobre Buda so os textos budistas, que foram escritos alguns sculos aps a morte de Buda e que relatam sua biografia, ensinamentos e os eventos importantes de sua vida.

Esses textos foram transmitidos oralmente por muitos anos antes de serem registrados por escrito, o que significa que podem conter algumas imprecises histricas.

Alm disso, existem diversas relquias e locais sagrados associados a Buda, como templos, mosteiros e stupas (monumentos sagrados em forma de cpula), que so considerados pelos budistas como locais importantes de peregrinao e venerao.

De maneira geral, as provas da existncia de Buda se baseiam em uma combinao de relatos histricos, tradies orais e arqueologia.

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Posteriormente, novas provas se adicionaram, como a influncia duradoura que seus ensinamentos tiveram na histria e cultura da sia, e, eventualmente, esttuas que demonstram a f de seus seguidores.

Fonte: Fatos Desconhecidos

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Cincia & Tecnologia : Novas imagens de james webb podem mudar nossa compreenso do universo
Enviado por alexandre em 13/03/2023 09:52:14

Nos primeiros milhes de anos aps o Big Bang, os astrnomos acreditavam que universo ou por um perodo conhecido como idade das trevas. Foram algumas centenas de milhes de anos nas quais ele estaria se esfriando o suficiente para que o gs se aglutinasse e colapsasse nas primeiras estrelas e as galxias comeassem a se formar.

Todos os modelos cosmolgicos apontavam para isso. As primeiras galxias seriam pequenas e menos massivas — muito menores que a Via Lctea, por exemplo —, do que as que surgiram aps a idade das trevas. Porm, toda essa compreenso do nosso universo pode estar prestes a mudar.

Na ltima semana, o telescpio espacial James Webb detectou o que parecem ser seis galxias muito antigas. Elas teriam surgido em uma poca em que o universo tinha apenas 3% de sua idade atual. Elas no so nem as galxias mais antigas que o telescpio j detectou e nem esto em um local desconhecido. Mas o que realmente importa que elas parecem ser to massivas quanto as galxias que surgiram alguns bilhes de anos depois delas. E isso algo que no faz muito sentido.

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QUEBRADORES DO UNIVERSO

Joel Leja professor assistente de astronomia e astrofsica da Penn State University e coautor do estudo que apresenta a descoberta. Segundo ele, “esses objetos so muito mais massivos do que se esperava. Espervamos apenas encontrar galxias pequenas, jovens e bebs neste momento, mas descobrimos galxias to maduras quanto a nossa no que antes era entendido como o alvorecer do universo”.

Como a regio do universo em questo est muito longe, as informaes que o James Webb consegue captar so de alguns bilhes de anos no ado. E o que se esperava que ali as galxias fossem menores, com estrelas pouco massivas. Porm, ao perceber os pontos vermelhos, os astrnomos ficaram confusos.

Na astronomia, a cor vermelha um indicativo importante para determinar a idade de astros e objetos, porque medida que a luz viaja pelo universo em expanso, ela esticada ou deslocada para o vermelho. O artigo publicado na revista Nature explica que, at o momento, os astrnomos no obtiveram o espectro das imagens, que o que vai confirmar se realmente se tratam de galxias to massivas, ou se a colorao vermelha pode ter outra explicao.

Uma das possibilidades que os seis pontos vermelhos sejam, na verdade, buracos negro supermassivos que foram obscurecidos por poeira csmica. Isso poderia deix-los avermelhados como na imagem. Os astrnomos planejam em breve voltar o espelho do James Webb para essas galxias novamente para, desta vez, obter espectros de luz desses pontos distantes. Os espectros quebram a luz observada de acordo com sua composio de comprimento de onda e, assim, revelam as propriedades qumicas e fsicas de sua fonte.

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"O mais importante que os espectros fornecem distncias muito precisas a esses objetos", disse Leja. "A 'distncia' e a 'identidade' desses objetos esto correlacionadas: se soubermos a distncia, podemos definir a identidade e vice-versa. Portanto, um espectro nos dir imediatamente se nossas hipteses esto corretas".

Fonte: Mega Curioso

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Cincia & Tecnologia : Aplicativo permite que usurio interaja com qualquer lembrana gravada em vdeo; confira!
Enviado por alexandre em 11/03/2023 13:13:48

Quem no gosta de guardar momentos preciosos por meio de vdeos? Mas o designer americano de softwares Andrew McHugh decidiu ir alm e criou o aplicativo Wist, por enquanto exclusivo para iPhone, que permite que usurios “vivenciem” gravaes antigas como se fossem memrias em 3D imersivas. A interao feita por meio de celulares habilitados com a tecnologia AR (realidade aumentada) ou por meio de headset de realidade virtual.

“Minha av morreu quando eu estava no ensino mdio. Tenho alguns flashes de memria daquela poca, mas no lembro muito bem. [Com o Wist] o mesmo que estar l…”, comenta o designer em entrevista verso italiana da revista Wired.

Como funciona o aplicativo? Segundo a revista, o Wist pega um vdeo da galeria do sistema iOS e, em seguida, transforma as imagens 2D em uma experincia 3D imersiva. McHugh explica que o aplicativo capaz de coletar dados 3D da gravao original, incluindo profundidade, cor e informaes de udio.

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Desocupados: Cientistas revivem vrus ?zumbi? que ou 48.500 anos congelado no permafrost

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Depois que o contedo transformado em memrias espaciais, os usurios podem usar a realidade aumentada do iPhone ou um headset de realidade virtual para “interagir” com o ambiente. As memrias criadas pelo Wist podem ser experimentadas individualmente ou compartilhadas com amigos e familiares – desde que todos tenham telefone da Apple.

No vdeo de divulgao do aplicativo, possvel ter uma prvia de como as memrias so inseridas no ambiente em que o usurio est. Parece at cenas de filmes de fico cientfica, que retratam o futuro distante.

https://portaldozacariouropretoonline.atualizarondonia.com.br/site/noticia/aplicativo-permite-que---interaja-com-qualquer-lembranca-gravada-em-video--confira-/

O Wist ainda no est disponvel na loja App Store da Apple, mas os interessados podem se cadastrar na whitelist (lista de espera), por meio deste questionrio.

Fonte: Trendsbr

VEJA VDEO:

Cincia & Tecnologia : Desocupados: Cientistas revivem vrus ?zumbi? que ou 48.500 anos congelado no permafrost
Enviado por alexandre em 10/03/2023 01:01:37

Temperaturas mais altas no rtico esto descongelando o permafrost da regio – uma camada congelada de solo abaixo do cho– e potencialmente ativando vrus que, depois de permanecerem inativos por dezenas de milhares de anos, podem colocar em risco a sade animal e humana. Enquanto uma pandemia desencadeada por uma doena do ado distante soa como o enredo de um filme de fico cientfica, os cientistas alertam que os riscos, embora baixos, so subestimados. Resduos qumicos e radioativos que remontam Guerra Fria, que tm o potencial de prejudicar a vida selvagem e perturbar os ecossistemas, tambm podem ser liberados durante o degelo.

“H muita coisa acontecendo com o permafrost que preocupante e realmente mostra por que super importante mantermos o mximo possvel do permafrost congelado”, disse Kimberley Miner, cientista do clima no Laboratrio de Propulso a Jato da NASA, no Instituto de Tecnologia da Califrnia em Pasadena, Califrnia. O permafrost cobre um quinto do hemisfrio norte, tendo sustentado a tundra rtica e as florestas boreais do Alasca, Canad e Rssia por milnios.Ele serve como uma espcie de cpsula do tempo, preservando – alm de vrus antigos – os restos mumificados de vrios animais extintos que os cientistas conseguiram desenterrar e estudar nos ltimos anos, incluindo dois filhotes de leo das cavernas e um rinoceronte lanudo .

A razo pela qual o permafrost um bom meio de armazenamento no apenas porque frio; um ambiente livre de oxignio que a luz no penetra. Mas as temperaturas atuais do rtico esto esquentando at quatro vezes mais rpido do que no resto do planeta, enfraquecendo a camada superior do permafrost na regio. Para entender melhor os riscos representados por vrus congelados, Jean-Michel Claverie, professor emrito de medicina e genmica na Escola de Medicina da Universidade Aix-Marseille em Marselha, Frana, testou amostras de terra retiradas do permafrost siberiano para ver se alguma partcula viral contidos nele ainda so infecciosos.

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O CAADOR DE VRUS

Foto:Reproduo

Claverie estuda um tipo especfico de vrus que descobriu pela primeira vez em 2003. Conhecidos como vrus gigantes, eles so muito maiores do que a variedade tpica e visveis sob um microscpio de luz comum, em vez de um microscpio eletrnico mais poderoso – o que os torna um bom modelo para isso.

Seus esforos para detectar vrus congelados no permafrost foram parcialmente inspirados por uma equipe de cientistas russos que em 2012 reviveram uma flor silvestre de um tecido de semente de 30.000 anos encontrado na toca de um esquilo. Desde ento, os cientistas tambm trouxeram de volta vida antigos animais microscpicos.

Em 2014, ele conseguiu reviver um vrus que ele e sua equipe isolaram do permafrost, tornando-o infeccioso pela primeira vez em 30.000 anos, inserindo-o em clulas cultivadas. Por segurana, ele escolheu estudar um vrus que s poderia atingir amebas unicelulares, no animais ou humanos.

Ele repetiu a faanha em 2015, isolando um tipo diferente de vrus que tambm tinha como alvo as amebas. E em sua pesquisa mais recente, publicada em 18 de fevereiro na revista Viruses, Claverie e sua equipe isolaram vrias cepas de vrus antigos de vrias amostras de permafrost retiradas de sete lugares diferentes da Sibria e mostraram que cada uma delas poderia infectar clulas de ameba cultivadas.

Essas ltimas cepas representam cinco novas famlias de vrus, alm das duas que ele havia revivido anteriormente. O mais antigo tinha quase 48.500 anos, com base na datao por radiocarbono do solo, e veio de uma amostra de terra retirada de um lago subterrneo 16 metros abaixo da superfcie.

As amostras mais jovens, encontradas no contedo estomacal e na pelagem dos restos de um mamute lanoso, tinham 27.000 anos.
O fato de os vrus que infectam amebas ainda serem infecciosos depois de tanto tempo indicativo de um problema potencialmente maior, disse Claverie. Ele teme que as pessoas considerem sua pesquisa uma curiosidade cientfica e no percebam a possibilidade de vrus antigos voltarem vida como uma sria ameaa sade pblica.

“Vemos esses vrus que infectam amebas como substitutos de todos os outros vrus possveis que possam estar no permafrost”, disse Claverie CNN “Vemos vestgios de muitos, muitos, muitos outros vrus”, acrescentou. “Ento sabemos que eles esto l. No sabemos ao certo se ainda esto vivos. Mas nosso raciocnio que, se os vrus da ameba ainda esto vivos, no h razo para que os outros vrus no continuem vivos e sejam capazes de infectar seus prprios hospedeiros”.

PRECEDENTE PARA INFECO HUMANA

Traos de vrus e bactrias que podem infectar humanos foram encontrados preservados no permafrost. Uma amostra do pulmo do corpo de uma mulher exumada em 1997 do permafrost em uma vila na Pennsula de Seward, no Alasca, continha material genmico da cepa de influenza responsvel pela pandemia de 1918. Em 2012, os cientistas confirmaram que os restos mumificados de 300 anos de uma mulher enterrada na Sibria continham as s genticas do vrus que causa a varola.

Um surto de antraz na Sibria, que afetou dezenas de humanos e mais de 2.000 renas entre julho e agosto de 2016, tambm foi associado ao degelo mais profundo do permafrost durante veres excepcionalmente quentes, permitindo que velhos esporos de Bacillus anthracis ressurgissem de antigos cemitrios ou carcaas de animais.

Birgitta Evengrd, professora emrita do Departamento de Microbiologia Clnica da Universidade de Umea, na Sucia, disse que deveria haver uma melhor vigilncia do risco representado por patgenos potenciais no descongelamento do permafrost, mas alertou contra uma abordagem alarmista.

“Voc deve se lembrar que nossa defesa imunolgica foi desenvolvida em contato prximo com o ambiente microbiolgico”, disse Evengrd, que faz parte do CLINF Nordic Center of Excellence, um grupo que investiga os efeitos das mudanas climticas na prevalncia de doenas infecciosas em humanos e animais nas regies do norte. “Se houver um vrus escondido no permafrost com o qual no temos contato h milhares de anos, pode ser que nossa defesa imunolgica no seja suficiente”, disse ela. “O correto ter respeito pela situao e ser proativo e no apenas reativo. E a maneira de combater o medo ter conhecimento.”

CHANCES DE PROPAGAO VIRAL

claro que, no mundo real, os cientistas no sabem quanto tempo esses vrus podem permanecer infecciosos uma vez expostos s condies atuais, ou qual a probabilidade de o vrus encontrar um hospedeiro adequado. Nem todos os vrus so patgenos que podem causar doenas; alguns so benignos ou mesmo benficos para seus hospedeiros. E embora seja o lar de 3,6 milhes de pessoas, o rtico ainda um lugar pouco povoado, tornando muito baixo o risco de exposio humana a vrus antigos.

Ainda assim, “o risco tende a aumentar no contexto do aquecimento global”, disse Claverie, “no qual o degelo do permafrost continuar acelerando e mais pessoas povoaro o rtico na sequncia de empreendimentos industriais”. E Claverie no est sozinho em alertar que a regio pode se tornar um terreno frtil para um evento de transbordamento – quando um vrus salta para um novo hospedeiro e comea a se espalhar.

No ano ado, uma equipe de cientistas publicou pesquisas sobre amostras de solo e sedimentos de lagos retirados do Lago Hazen, um lago de gua doce no Canad localizado no Crculo rtico. Eles sequenciaram o material gentico no sedimento para identificar s virais e os genomas de potenciais hospedeiros – plantas e animais – na rea.

Usando uma anlise de modelo de computador, eles sugeriram que o risco de vrus se espalhar para novos hospedeiros era maior em locais prximos a onde grandes quantidades de gua derretida glacial fluam para o lago – um cenrio que se torna mais provvel medida que o clima esquenta.

CONSEQUNCIAS DESCONHECIDAS

Identificar vrus e outros perigos contidos no permafrost em aquecimento o primeiro o para entender o risco que eles representam para o rtico, disse Miner do Laboratrio de Propulso a Jato da NASA. Outros desafios incluem quantificar onde, quando, com que rapidez e profundidade o permafrost ir derreter. O degelo pode ser um processo gradual de apenas alguns centmetros por dcada, mas tambm acontece mais rapidamente, como no caso de grandes depresses de terra que podem expor repentinamente camadas profundas e antigas de permafrost.

O processo tambm libera metano e dixido de carbono na atmosfera – um fator negligenciado e subestimado da mudana climtica. Miner catalogou uma srie de riscos potenciais atualmente congelados no permafrost do rtico em um artigo de 2021 publicado na revista cientfica Nature Climate Change. Esses possveis perigos incluam resduos enterrados da minerao de metais pesados e produtos qumicos, como o pesticida DDT, que foi proibido no incio dos anos 2000. Material radioativo tambm foi despejado no rtico – pela Rssia e pelos Estados Unidos – desde o advento dos testes nucleares na dcada de 1950.

“O degelo abrupto expe rapidamente velhos horizontes de permafrost, liberando compostos e microorganismos sequestrados em camadas mais profundas”, observaram Miner e outros pesquisadores no artigo de 2021 . No trabalho de pesquisa, Miner rotulou a infeco direta de humanos com patgenos antigos liberados do permafrost como “atualmente improvvel”. No entanto, Miner disse que est preocupada com o que chamou de “microrganismos Matusalm” (em homenagem figura bblica com o maior tempo de vida). Estes so organismos que podem trazer a dinmica de ecossistemas antigos e extintos para o rtico atual, com consequncias desconhecidas.


O ressurgimento de microrganismos antigos tem o potencial de alterar a composio do solo e o crescimento vegetativo, possivelmente acelerando ainda mais os efeitos das mudanas climticas, disse Miner. No sabemos ao certo como esses micrbios vo interagir com o ambiente moderno”, disse ela. “No realmente um experimento que eu acho que qualquer um de ns queira fazer.” O melhor curso de ao, disse Miner, tentar interromper o degelo e a crise climtica mais ampla, e manter esses perigos enterrados no permafrost para sempre.

Fonte:Metrpoles

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