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Meio Ambiente : Biopirataria
Enviado por alexandre em 20/11/2023 09:47:43

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Foto: LobodaPhoto/istock

A biopirataria a apropriao,explorao, manipulao, exportao e/ou comercializao de recursos biolgicos ou conhecimentosem desacordo com as normas da Conveno sobre Diversidade Biolgicade 1992.

O termo se refere desdeo contrabando de espcies da flora e da fauna at odesmatamento de madeira eapropriao deconhecimentos tradicionaissem rear os lucros. Empresas patenteiam processos ou mesmo espcies vegetais e animais com objetivo nico de favorecer o lucro, explorando, muitas vezes de forma ilegal, os recursos naturais.

A Amaznia alvo constante da biopirataria, principalmente por conta de sua vastafauna e flora, com artigos que so valorizados tanto por sua raridade quanto por sua utilidade, sejam plantas medicinais, alimentos regionais ou animais que no podem ser encontrados em outros locais.

*Com informaes do Ambiente Brasil e IPHAN

Meio Ambiente : Microrganismos do solo tambm esto ameaados por substituio de florestas por pastagens na Amaznia
Enviado por alexandre em 10/11/2023 00:39:27

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Mais conhecida pela biodiversidade de plantas e animais, a Amaznia tambm possui uma grande diversidade de vida microbiana, inclusive no solo. Servios ecossistmicos importantes, como a estocagem do metano que iria para a atmosfera, por exemplo, so feitos por microrganismos que vivem debaixo da terra.

A substituio das florestas por pastagens, portanto, tambm uma ameaa a bactrias, fungos e arqueias. Integrar o conhecimento sobre essas formas de vida em esforos de conservao, restaurao e manejo, portanto, torna-se urgente para a compreenso e manuteno da Amaznia.

O argumento defendido em artigo publicado na revista Trends in Ecology and Evolution por um time de pesquisadoras da Universidade de So Paulo (USP) e colaboradores de universidades dos Estados Unidos e Reino Unido.

"Os microrganismos tm uma importncia muito grande para manter o macro: no caso, o funcionamento da floresta, o equilbrio entre animais e plantas e os servios ecossistmicos dos rios, entre outros", exemplifica Jlia Brando Gontijo, coautora do trabalho – desenvolvido com bolsa da FAPESP durante seu doutorado no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba. Atualmente, Gontijo ps-doutoranda na Universidade da Califrnia, nos Estados Unidos.

Pastagem prxima a rea de floresta nativa no Par. Foto: Laboratrio de Biologia Celular e Molecular/Cena-USP)

Um caso bastante estudado pelo grupo o da substituio de microrganismos que consomem metano (portanto, benficos para o equilbrio climtico) por aqueles que emitem o gs, quando a vegetao nativa substituda por pastagens. A criao de gado responsvel por 87% das mudanas de uso do solo na Amaznia.

"Um achado inesperado que tivemos nos ltimos anos foi o de que pastagens tm uma maior diversidade local de bactrias no solo, em comparao s florestas. No entanto, quando se analisa a escala espacial, os microrganismos encontrados no solo dos pastos so sempre os mesmos, enquanto na floresta existe maior variao de um local para o outro. A converso floresta-pastagem, portanto, tem acarretado um processo de homogeneizao das comunidades bacterianas do solo",

conta Andressa Monteiro Venturini, primeira autora do estudo, ex-bolsista de ps-doutorado da FAPESP e hoje pesquisadora visitante na Universidade Stanford, nos Estados Unidos.

Uma das causas dessa baixa diversidade espacial das pastagens, explica Venturini, justamente a perda de espcies endmicas de microrganismos, o que pode levar a perda de funes importantes, como o consumo de metano, um gs causador de efeito estufa.

De depsito a fonte 5z2m4h

Em trabalhos publicados anteriormente – nas revistas Environmental Research e Science of The Total Environment –, o grupo j havia mostrado que a converso de floresta em pastagem muda o nmero de arqueias produtoras e bactrias consumidoras de metano, assim como o equilbrio entre esses grupos.

Solos florestais tipicamente atuam como depsitos de metano, evitando que o gs suba para a atmosfera. Porm, quando convertidos em pastos, am a abrigar mais espcies produtoras de metano e, consequentemente, emitem mais gases de efeito estufa. Essa mudana de depsito para fonte do gs se intensifica com a remoo da camada superficial do solo e a adio de cal para reduzir a acidez.

"No apenas o uso do solo que importa, mas tambm a forma de manej-lo", explica Tsai Siu Mui, professora do Cena-USP e coordenadora dos estudos. Outro trabalho do seu grupo j havia mostrado como a converso de florestas em pastagens favorece o aumento de bactrias resistentes a antibiticos no solo.

Tanto esses estudos quanto o publicado agora integram um projeto apoiado no mbito de um acordo entre a National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos, e a FAPESP, por meio do Programa BIOTA.

Segundo as pesquisadoras, o solo como fonte de gases do efeito estufa pouco discutido nos estudos sobre a participao nacional nas emisses globais. Por isso, podem ser exploradas em novos estudos por meio da combinao de medidas ambientais e moleculares (abundncia de genes relacionados produo e consumo de metano), por exemplo.

O artigo argumenta ainda que, ao analisar dados isotpicos, as vias metablicas da produo de metano no solo poderiam ser identificadas, levando a uma maior compreenso da resposta microbiana mudana do uso do solo. Alm disso, a unio de genmica ambiental com abordagens de bioinformtica, assim como aprendizado de mquina, poderia prever emisses por essa fonte, ajudando a evit-las, sem perder de vista estratgias de restaurao e manejo.

"Os estudos nesse campo podem, inclusive, proporcionar a descoberta de microrganismos favorveis a culturas nativas, como as frutas, que j so cultivadas na regio, mas perdem produtividade com o tempo. A busca por inoculantes resultantes da prpria biodiversidade da regio, por exemplo, seria um dos caminhos para novos estudos que poderiam ajudar a construir uma bioeconomia amaznica",

encerra Tsai.

O trabalho teve ainda entre os coautores Jssica Mandro, que fez mestrado no Cena-USP com bolsa da FAPESP e atualmente realiza doutorado na mesma instituio.Leia oartigo completo:'Soil microbes under threat in the Amazon Rainforest'.

*O contedo foi originalmente publicado pela Agncia FAPESP, escrito por Andr Julio

Meio Ambiente : Anfbios amaznicos esto entre os 40% dos anfbios no mundo ameaados de extino
Enviado por alexandre em 08/11/2023 00:18:38

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A rzinha-do-tepequm (Anomaloglossus tepequem) costumava ser observada em abundncia em riachos da Serra do Tepequm, no estado de Roraima. Endmica do Brasil e dessa localidade em especfico, ou seja, s encontrada ali e em nenhum outro lugar do planeta, acredita-se que ela tenha desaparecido da natureza. Desde a dcada de 1990, nunca mais essa espcie amaznica foi vista.

Essa r um das 26 classificadas como possivelmente extintas no pas, segundo o mais novo levantamentoglobal de anfbios feito pela Unio Internacional para a Conservao das Espcies da Natureza (IUCN). E os nmeros so assustadores. Dois em cada cinco deles esto ameaados.

O estudo teve a participao de mais de mil especialistas ao redor do mundo. Foram analisadas 8 mil espcies de anfbios — entre sapos, rs, salamandras, cobras-cegas e outros —, quase 3 mil a mais do que na ltima anlise, realizada em 2004.

O grande destaque desta vez o papel cada vez maior das alteraes climticas para o declnio global de anfbios, considerados os mais ameaados entre a classe dos animais vertebrados. Nada mais do que 40% de suas espcies esto com algum risco de extino.

A rzinha-do-tepequm (Anomaloglossus tepequem). Foto: Antoine Fouquet

Desmatamento, perda de habitat e a ocorrncia de doenas, como a quitridiomicose, que tem devastado populaes inteiras, j eram fatores mais amplamente documentados como ameaas, mas agora os bilogos alertam que o aumento da temperatura, a baixa umidade e a seca, consequncias das mudanas no clima, esto aumentando ainda mais a presso sobre muitas espcies de anfbios.

De acordo com o estudo, de 2004 a 2022, mais de 300 espcies foram levadas bem prximas extino e 30% desses casos foram provocados, principalmente, pela crise climtica.

"A gua essencial para a reproduo dos anfbios. nela que eles se reproduzem e os girinos nascem", explica o bilogo Iber Farina Machado, coordenador da Avaliao de Anfbios no Brasil da Comisso de Sobrevivncia das Espcies da IUCN e um dos coautores do artigo.

Alm disso, alteraes na temperatura e na umidade impactam a sade e colocam em risco a sobrevivncia desses bichos.

"Os anfbios possuem a pele mida e atravs dela que respiram. Algumas espcies usam uma certa porcentagem maior do pulmo e outra da pele para a troca gasosa ou vice-versa. Se o clima est seco demais, isso afeta a respirao deles".

Mapa produzido pelo levantamento revela onde esto as 2.873 espcies de anfbios ameaadas de extino; a maioria est nas zonas de altitude, onde h cada vez menos umidade disponvel

26 espcies possivelmente extintas no Brasil 3x585g

O Brasil o pas com maior diversidade mundial em anfbios, abrigando cerca de 1.200 espcies. Quase um tero delas foram avaliadas pela primeira vez nesse novo relatrio.

A avaliao apontou que 189 espcies esto atualmente classificadas como criticamente (tem um s sobrando a) ameaadas, em perigo ou vulnerveis extino no Brasil. E o que preocupa mais que a grande maioria delas endmica.

"O cenrio ainda mais sombrio quando temos em conta as 26 espcies classificadas como possivelmente extintas, no tendo sido avistadas em ambientes naturais desde a dcada de 1980 ou antes", ressalta Machado.

o caso da rzinha-verrugosa-do-itatiaia (Holoaden bradei) e a r-das-pedras-de-petrpolis (Thoropa petropolitana), ambas encontradas no sculo ado na Mata Atlntica. Entretanto, a ltima vez que a petropolitana foi avistada nos riachos da serra fluminense foi em 1982.

O bilogo esclarece que, no Brasil, o desmatamento e a expanso agropecuria e urbana continuam sendo os principais responsveis pela extino de anfbios. Todavia, as alteraes climticas esto cada vez mais presentes.

Estima-se que nos ltimos 40 anos, por exemplo, a Amaznia tenha ficado 1 C mais quente e apresentado uma taxa de reduo de chuvas de at 36% em algumas reas. As secas extremas no bioma so cada vez mais recorrentes. Neste exato momento, os estados amaznicos vivem uma das piores estiagens de sua histria. Rios secaram e a navegao foi interrompida, deixando populaes ribeirinhas sem o a alimentos e gua potvel. Mais de cem botos foram encontrados mortos no Lago de Tef.

" medida que os humanos provocam mudanas no clima e nos habitats, os anfbios so incapazes de se deslocar muito longe para escapar do aumento da frequncia e da intensidade do calor extremo, dos incndios florestais, da seca e dos furaces acarretados pelas alteraes climticas",

destaca Jennifer Luedtke Swandby, coordenadora da Autoridade da Lista Vermelha do Grupo de Especialistas em Anfbios da IUCN e uma das envolvidas no estudo.

Anfbios de altitude so os mais afetados 262d62

Seca e estiagem so sinnimos de falta de gua e umidade. Nesse cenrio desolador para a sobrevivncia dos anfbios, imagina-se que aqueles que vivem mais perto do solo seriam os mais impactados. Contudo, no bem assim. As espcies que habitam reas mais altas, acima dos 1.600 metros de altitude, perecem mais rapidamente.

Em regies de grandes serras, como o Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro, ou no Monte Roraima, ao norte do pas, sapos, rs, pererecas e demais anfbios sofrem mais com os distrbios climticos.

"Temos percebido as linhas das nuvens cada vez mais altas, ou seja, h menos umidade disponvel para eles no topo das montanhas. E como eles no conseguem escapar mais para o alto, acabam se tornando refns do clima", diz o bilogo brasileiro.

A perda de tantas espcies e a iminente extino de possveis outras so um novo alerta sobre a necessidade urgente de se conter as causas das mudanas climticas e mitigar seus efeitos. Os anfbios so importantes bioindicadores da sade de seus ecossistemas e, consequentemente, do planeta.

"O mundo aquecendo vai perdendo muitas mais espcies do que seres humanos e eles nos servem como um alerta",

afirma Machado.

"Os anfbios esto desaparecendo mais rapidamente do que podemos estud-los, mas a lista de razes para proteg-los longa, incluindo seu papel na medicina, no controle de pragas, alertando-nos para as condies ambientais e tornando o planeta mais bonito", acrescenta Kelsey Neam, coordenadora de prioridades e mtricas de espcies da Re:wild e uma das principais autoras do estudo.

*O contedo foi originalmente publicado pela Mongabay, escrito por Suzana Camargo

Meio Ambiente : Pesquisadores estudam cerca de 30 espcies de plantas no convencionais no Acre
Enviado por alexandre em 07/11/2023 13:58:51

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O Laboratrio de Plantas Alimentcias No Convencionais (LabPanc), da Universidade Federal do Acre (Ufac), conduz pesquisas sobre o potencial de vegetais com alto valor nutricional, mas que so pouco consumidos. Pelo menos 30 espcies comestveis e 10 medicinais so estudadas pela comunidade acadmica.

O projeto, liderado pelas professoras de Engenharia Agronmica na Ufac, Almecina Balbino e Marilene Santos, composto por 25 estudantes de graduao, quatro de mestrado e dois de doutorado e busca promover debates sobre as plantas alimentcias no convencionais (PANC) com potencial de alimentao variada e sustentvel, fortalecendo a segurana e a soberania alimentar na Regio Amaznica.

Foto: Arquivo da pesquisa

"O grupo tem como foco a pesquisa, ensino e extenso, pautada na segurana alimentar e nutricional, que o o regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficientes, garantindo o direito humano alimentao adequada, tudo isso indicado atravs dos ensaios cientficos com as Panc",

explica a professora Almecina, coordenadora do projeto e doutora em fitotecnia.

As Pancso espcies vegetais com partes comestveis, como folhas, flores e razes. Ainda de acordo com ela, o Horto Panc, criado em 2017 pelas duas professoras, conta com cerca de 30 espcies de plantas alimentcias no convencionais que exercem uma grande influncia na alimentao de populaes tradicionais, e cerca de 10 espcies de plantas medicinais de uso popular, as quais tambm realizam pesquisa, sobretudo com relao aos leos essenciais.

Na horta, tambm so cultivadas diferentes espcies para realizar experimentos e estudos dos alimentos de forma detalhada, a fim de compreender o cultivo, a fisiologia e os benefcios nutricionais delas.

Foto: Arquivo da pesquisa

Usos diversos 1v5211

Segundo o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa), muitas dessas plantas crescem naturalmente em qualquer lugar, como no quintal de casa ou em terrenos baldios. Por isso, elas nem sempre so consideradas uma escolha culinria.

Leia tambm:Conhea a versatilidade culinria da ora-pro-nbis amaznica, PANC tambm usada de forma medicinal

Mas, segundo Balbino, por serem espcies de fcil cultivo, existem benefcios no plantio no que diz respeito ao vis econmico, j que so de fcil cultivo, sem necessidade de compra de adubos e fertilizantes ou benefcios ambientais e nutricionais e sem uso de insumos que possam causar a poluio no meio ambiente. Ela afirma tambm que h determinadas quantidades de nutrientes como vitaminas, protenas e minerais, que ajudam na manuteno do corpo e mente.

"So plantas poderosas que contm muitas memrias afetivas, porque so espcies que eram consumidas pelos nossos anteados, e hoje com a globalizao e o o com facilidade de espcies convencionais, elas acabaram caindo em desuso", afirmou.

A professora explica tambm sobre a diferena entre as plantas alimentcias no convencionais e as convencionais, que so evidenciadas por diversos fatores, principalmente para pessoas que no tm o a carne devido a condies sociais, bem como para veganos e vegetarianos.

Matheus Matos membro do projeto e estudante de Doutorado do grupo Panc. Ele conta sobre a importncia do avano de estudos nesta rea.

"Ao longo desses seis anos, cada dia um novo aprendizado, conhecendo novas espcies, suas aplicaes na alimentao humana e tambm medicinal, alm de proporcionar a realizao de estudos visando sempre a segurana alimentar e nutricional", explicou.

*PorIdhelena Vieira, estagiria sob superviso do jornalista Renato Menezes

Meio Ambiente : Inseto de um milmetro encontrado apenas em caverna do Par j est em extino
Enviado por alexandre em 05/10/2023 09:55:11

Inseto de um milmetro encontrado apenas em caverna do Par j est em extino 4p552g

Um inseto de ummilmetro, sem olhos e com seis pernas, encontrado dentro de uma nica caverna no interior do Par. Longe do senso comum, pesquisadores brasileiros esto mobilizados para a preservao do Troglobius brasiliensis, ainda sem nome popular, que est criticamente ameaado de extino.

A ao para manter o inseto (inofensivo ao ser humano) em uma rocha na Caverna do Limoeiro (o nico registro em todo o mundo), em Medicilndia (PA), vai alm das paredes da caverna e tem potencial de sensibilizar comunidades para o respeito ao meio ambiente. Nas expedies, os cientistas ficaram agachados por horas em busca de encontrar o inseto.

"O animal existe, tem direito de continuar existindo e est intimamente associado ao processo de ciclagem de nutrientes no solo (da caverna)",

afirma o professorDouglas Zeppelini, da Universidade Estadual da Paraba (UEPB).
Foto: Reproduo/ Acervo IDEFLOR-Bio
Ele explica que o bichinho, registrado pela primeira vez h 25 anos, alimenta-se de detritos e transforma a matria orgnica em decomposio, mantendo o ciclo natural para a riqueza do solo.

O trabalho de preservao do Troglobius brasiliensis do Plano de Ao Territorial para Conservao das Espcies Ameaadas de Extino do Territrio Xingu (PAT Xingu), com o trabalho de pesquisadores do projeto 'Pr-Espcies: Todos contra a Extino'.

A ao coordenada pelo Ministrio do Meio Ambiente e Mudana do Clima (MMA) e pretende gerar iniciativas para reduzir as ameaas e melhorar o estado de conservao de pelo menos 290 espcies categorizadas como Criticamente em Perigo.

"Com as expedies recentes, conseguimos coletar novos dados sobre essa espcie e observamos que o bicho est dentro de uma cadeia alimentar de organismos. Imagine que todos os indivduos da espcie inteira habitam uma localidade em um nico ponto",

explica.

Segundo os pesquisadores, a caverna est bem conservada e conta com a conscincia dos donos da fazenda. "A gente se sente muito privilegiada depois dessas descobertas, j que a fazenda est bem conservada", diz a fazendeira Rosane Gotardo.

Ela espera que as pessoas na regio fiquem mais bem informadas sobre a novidade e que existam mais recursos para proteo do local.

Polticas pblicas 2mt10

O professor Douglas Zeppelini entende que seria necessria uma unidade de conservao, tambm levando em conta que os proprietrios colaboram para preservao da regio. "Ns coletamos o material de pesquisa em trs expedies para fazer o levantamento".

O pesquisador defende que existam polticas pblicas para preservar os animais ameaados de extino.

Foto: Reproduo/ Acervo IDEFLOR-Bio

Ele lembra que, alm do Troglobius brasiliensis, os pesquisadores encontraram um pseudoescorpio predador. Uma mostra, segundo ele, de que o ecossistema da caverna est funcionando perfeitamente. "So duas espcies que ocupam diferentes nveis na cadeia alimentar", explica.

Sensibilizao e2u3

A coordenadora do PAT Xingu, Nvia Pereira, pesquisadora do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Par (Ideflor), tambm defende que necessrio garantir visibilidade para mudar a realidade de espcies ameaadas, o que inclui levar as histrias para diferentes pblicos, como a escola, por exemplo. "Conscientizar ou sensibilizar a comunidade est entre os objetivos. Percebemos que a caverna do Limoeiro, entre todas que a gente visitou, tem o entorno mais conservado. H uma fauna que entra e sai da caverna", comenta.

A rea do plano tem contexto de dificuldades, incluindo incidncia de desmatamento, avano agrrio e garimpo:"O plano contempla a preservao de oito espcies e j tivemos resultados muito interessantes". Alm das expedies, os pesquisadores tm como prioridade a educao ambiental. esse aprendizado que fascina os pesquisadoras que precisa chegar s crianas em uma aula prtica de meio ambiente, sade e educao.

Foto: Reproduo/ Acervo IDEFLOR-Bio

A biloga Tayane Accordi, da Secretaria de Meio Ambiente de Medicilndia, defende que importante para a cidade a parceria com o plano Pat Xingu, a fim de promover a proteo das espcies na cidade, com nfase no Troglobius, que o mais sensvel. A conscientizao sobre a novidade trabalhada na escola. "Promovemos campanhas de educao ambiental nas escolas e, em breve, vamos implementar com algumas das metas do plano", diz.

Potencial de cavernas 3l5c5e

Para o analista ambiental Daniel Mendona, do Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMbio), que atua na pesquisa e conservao de cavernas, pode haver interesse turstico em regies como essa.

A lgica simples: ao garantir visibilidade para os animais, maior seria o interesse de conservar. "Que mais cavernas possam ter planos para o turismo ocorrer de forma sustentvel". As instalaes tm custos como escadaria, rampa e outras estruturas, mas que devem ser feitas com planejamento.

Foto: Reproduo/ Acervo IDEFLOR-Bio
Mendona explica que a Constituio Federal considera as cavernas como bem da Unio e que devem ter proteo mxima. Para ele, h um mundo de descobertas em estruturas naturais de fauna e flora. Hoje o Brasil tem, registradas e conhecidas, aproximadamente 23.500 cavernas.

H estimativa de mais de 150 mil. A caverna do Limoeiro tem 1,5 mil metros de extenso.

"Quanto mais mapear, maior a chance de proteger tambm. Na verdade, desaconselhvel que se entre em uma caverna que no se conhece sozinho. Sempre um ambiente de risco",

alerta.
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