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Brasil : COP 30: O Brasil est preparado?
Enviado por alexandre em 14/03/2025 10:30:00

COP30 - O Que Esperar? 5i454p



No ms de novembro deste ano a 30 Conferncia das Partes (COP30) da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudanas Climticas (UNFCCC) est programada para ocorrer em Belm do Par, Brasil. Em um momento significativo onde a urgncia ao enfrentamento das mudanas climticas, tanto para o Brasil como para a comunidade global, os holofotes internacionais estaro voltados floresta amaznica. Floresta que vem sendo palco de desmatamento, queimadas e disputas por terras h dcadas e que agora se v como um ecossistema crtico na luta contra o aquecimento global.

A escolha do governo brasileiro por Belm ressalta a dimenso da importncia deste bioma e a importncia que o governo quer dar preservao do mesmo, tendo inclusive a meta de acabar com o desmatamento at 2030. Para garantir o devido fluxo de delegados e visitantes, o governo federal brasileiro destinou mais de US$ 800 milhes para melhorar a infraestrutura de Belm, incluindo a construo de novos hotis e melhorias nos sistemas de transporte.

A COP30, ou COP da Natureza, representa uma oportunidade nica para o Brasil reforar seu protagonismo na agenda climtica internacional e liderar discusses sobre questes crticas, incluindo:

  • Conservao da Amaznia: espera-se que a COP30 concentre-se em estratgias de preservao, gesto sustentvel e direitos das comunidades indgenas.
  • Financiamento climtico: com base nos resultados de COPs anteriores, provavelmente haver um impulso para maiores compromissos financeiros de naes desenvolvidas para apoiar os pases em desenvolvimento em seus esforos de mitigao e adaptao climtica. A expanso do Fundo Amaznia e as parcerias com pases como a China sero centrais para essas discusses.
  • Implementao de NDCs: a COP30 servir como uma plataforma para avaliar o progresso de implementao das NDCs, compartilhar as melhores prticas e abordar os desafios na implementao dos compromissos climticos. As NDCs aprimoradas do Brasil estaro nos holofotes dessa discusso, e o governo ter a oportunidade de demonstrar suas estratgias e realizaes.
  • Biodiversidade: esperado que nesta COP sejam integradas as agendas de biodiversidade agenda climtica, em outras palavras, proteger a biodiversidade como forma de aumentar a resilincia climtica.

Espera-se da COP da Natureza que acordos de financiamento climtico sejam implementados, que os fluxos de recursos e sinais polticos sejam alinhados e que um caminho coerente para direcionar de forma relevante a urgncia climtica seja encontrado. Esta ser tambm a COP dos povos e naes originrias, uma COP onde o governo brasileiro precisar mostrar aes concretas e no apenas discursos em prol da preservao do meio-ambiente e respeito aos povos tradicionais. O governo precisar demonstrar caminhos concretos para atingir o desmatamento zero at 2030 (principal fonte de emisses do pas) reconhecendo os desafios e as diferenas de cada regio do pas para atingir tal meta. Espera-se que a delegao brasileira, liderada pelo embaixador Andr Corra do Lago, repita o esforo que logrou consenso na adoo dos 10 princpios de Alto Nvel sobre Bioeconomia na ltima reunio do G20 e consagre a 30 Conferncia das Partes da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudanas Climticas verdadeiramente como a COP da Natureza.

As NDCs, ou Contribuies Nacionalmente Determinadas, so um conjunto de metas que cada pas-membro das Naes Unidas deve desenvolver. Estas metas representam a ambio de cada pas em reduzir as emisses de gases de efeito estufa sob o Acordo de Paris. Ao longo dos anos, o Brasil atualizou progressivamente suas NDCs para refletir maior ambio e alinhamento com as metas climticas globais.

  • NDC original (2016): reduo das emisses de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos nveis de 2005 at 2025 e em 43% at 2030.
  • Primeira atualizao (2020): as metas permaneceram as mesmas; porm com preocupaes em relao a como recalcular as linhas de base, o que poderia potencialmente permitir emisses absolutas mais altas, apesar das metas percentuais.
  • Segunda atualizao (2022): O Brasil reafirmou seu compromisso com as metas originais e abordou preocupaes anteriores ao esclarecer clculos de linha de base para garantir redues genunas de emisses.
  • Terceira atualizao (2023): O pas aumentou sua ambio ao se comprometer com uma reduo de 48% nas emisses at 2025 e uma reduo de 53% at 2030, em relao aos nveis de 2005. Esta atualizao tambm definiu um objetivo de longo prazo de atingir emisses lquidas zero at 2050.
  • ltima atualizao (novembro de 2024): Na COP29 em Baku, Azerbaijo, o Brasil anunciou uma nova NDC que visa reduzir as emisses lquidas de gases de efeito estufa em 59% a 67% at 2035, em comparao aos nveis de 2005.

Para atingir essas metas, o Brasil delineou vrias iniciativas e estratgias principais, como o Plano Climtico, Plano de Transformao Ecolgica, Combate ao Desmatamento e Cooperao Internacional.

  • Plano Climtico: se concentra em estratgias de mitigao e adaptao com sete planos setoriais para mitigao e dezesseis para adaptao, abrangendo todos os setores econmicos. O plano orienta as aes climticas do Brasil at 2035, garantindo uma abordagem estruturada para reduzir emisses e construir resilincia contra impactos climticos.
  • Plano de Transformao Ecolgica: integrao da sustentabilidade ao modelo de desenvolvimento econmico do Brasil com nfase na inovao tecnolgica, o uso sustentvel de recursos naturais e a criao de empregos verdes. Os instrumentos econmicos que apoiam esse plano incluem o Fundo Climtico, os Ttulos Soberanos Sustentveis ​​e a Taxonomia Sustentvel Brasileira.
  • Combate ao Desmatamento: sendo esta a fonte primria de suas emisses de gases de efeito estufa, o Brasil intensificou os esforos para proteger suas florestas. Com esforos no desmatamento da Amaznia e no Cerrado.
  • Cooperao internacional: o Brasil pretende expandir o Fundo Amaznia para incluir outros pases sul-americanos na bacia amaznica, fomentando a colaborao regional no combate ao desmatamento e promovendo o desenvolvimento sustentvel. Alm disso, o Brasil v a China como um aliado estratgico devido sua capacidade financeira e experincia em tecnologias verdes, destacando a importncia de parcerias internacionais para enfrentar os desafios climticos.

O Instituto Ar demonstra em sua cartilha “Como As Mudanas Climticas Impactam A Nossa Sade” como a poluio do ar est diretamente relacionada mortes por doenas pulmonares, do corao, doenas cerebrovasculares e por cncer de pulmo. Como agravante, a poluio do ar est associada a 600 mil mortes de crianas anualmente, adoecendo a populao j em seus primeiros anos de vida.
Ver tambm
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Qualidade do Ar lei
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O que preciso para combater a poluio atmosfrica?
Voc sabia que a poluio atmosfrica resulta em 9 milhes de mortes no mundo todos os anos? Desse total, pelo menos 51 mil casos acontecem no Brasil.
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Qualidade do ar pode matar mais de 127 mil brasileiros em 7 anos
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Brasil : Vida selvagem e meta para zerar desmatamento so prejudicados por ataques s unidades de conservao
Enviado por alexandre em 14/03/2025 10:28:56

O estudo “ando a boiada” alerta que tais reas protegidas garantem igualmente o bem-estar social e econmico do pas


Salada Verde
Sua poro fresquinha de informaes sobre o meio ambiente

O avano da agropecuria e das cidades, o desprezo de governos e outras presses humanas seguem multiplicando projetos de lei e aes judiciais para dar cabo, reduzir a rea ou a proteo legal de reas como os parques Estadual do Cristalino II (MT) ou Nacional do Iguau (PR).

o que denunciam cientistas de instituies como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia (Inpa) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em artigo publicado na revista Perspectives in Ecology and Conservation, com o sugestivo nome de “ando a boiada”.

A expresso do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendendo o afrouxamento da proteo ambiental do pas enquanto a mdia se ocupava da pandemia de Covid-19, em 2020.

Conforme os autores do estudo, o Congresso Nacional tambm tem culpa no cartrio do desmonte da proteo ambiental. Deputados e senadores apoiariam o enfraquecimento de leis e rgos ambientais, propagando a falsidade de que a conservao impede o desenvolvimento econmico.

Por outro lado, os cientistas lembram que as unidades de conservao so fundamentais para manter a biodiversidade e os ecossistemas e reduzir os efeitos da crise climtica. Tambm seriam chave para que o pas zere o desmatamento at 2030, como prometeu.

Para o pesquisador do INPA e um dos autores do estudo, Philip Fearnside, as unidades de conservao precisam ser vistas como estratgicas para o Brasil, no apenas para o cumprimento de acordos internacionais, mas para garantir o bem-estar social e econmico do pas.

“ uma coisa evidente no Brasil”, ressalta. “O parque Cristalino um problema urgente, imediato, mas o alerta no s sobre ele, mas sobre todas as reas que precisam ser preservadas no pas”, alerta o cientista.

O Cristalino chegou a ser extinto ano ado pelo Tribunal de Justia do Mato Grosso, que atendeu uma ao movida por uma empresa privada. O caso analisado agora pela Justia Federal, pois o parque fundamental para proteger a Amaznia.

*Com informaes do Centro de Conhecimento em Biodiversidade e da revista Amaznia Latitude.

  • Aldem Bourscheit h6w1w

Brasil : Alm da torneira: o impacto do saneamento na dignidade humana
Enviado por alexandre em 14/03/2025 10:23:24

Alm da torneira: o impacto do saneamento na dignidade humana 431jc

O o ao saneamento bsico e gua limpa essencial para a sade, a dignidade e a qualidade de vida da populao. Sem esses recursos, milhes de pessoas ficam expostas a doenas graves, como diarreia e infeces, que afetam especialmente crianas e idosos. Alm disso, a falta de saneamento compromete a educao, pois crianas doentes faltam escola, e impacta a economia, aumentando os gastos com sade e reduzindo a produtividade. Garantir gua potvel e infraestrutura sanitria adequada no apenas uma questo de sade pblica, mas um direito fundamental que promove desenvolvimento social e equidade.

Em uma entrevista com Nelson Arns entrevista com Nelson Arns pode-se ver um relato profundo e comovente sobre a urgncia do saneamento bsico, especialmente no contexto de crianas e comunidades carentes no Brasil. Arns, com sua vasta experincia na Pastoral da Criana e em projetos de sade pblica, apresenta um panorama detalhado dos desafios enfrentados e das solues implementadas para garantir o o gua potvel e ao saneamento adequado para as populaes mais vulnerveis.

A Raiz do Problema: Falta de Saneamento e Mortalidade Infantil

A trajetria de Nelson Arns, desde sua infncia em reas rurais com saneamento precrio at seu trabalho incansvel na Pastoral da Criana, ilustra a importncia vital dessa questo. Arns cresceu em um ambiente onde o o gua era limitado e as condies sanitrias eram rudimentares, o que o sensibilizou para a realidade enfrentada por milhes de brasileiros.

A Pastoral da Criana surgiu como uma resposta direta ao alarmante nmero de mortes infantis causadas por diarria, uma doena frequentemente relacionada falta de saneamento. Na dcada de 1980, hospitais infantis superlotados eram a norma, com crianas desidratadas lutando pela vida. A ausncia de gua tratada e sistemas de esgoto adequados contribua significativamente para a disseminao de doenas e para a alta taxa de mortalidade infantil.

Diante desse cenrio desolador, o UNICEF procurou Dom Paulo Evaristo Arns, que por sua vez mobilizou a Dra. Zilda Arns, me de Nelson, para liderar uma iniciativa que pudesse reverter essa situao. A Pastoral da Criana, ento, ou a focar em aes simples, mas eficazes, como a reidratao oral, o incentivo ao aleitamento materno, o acompanhamento do peso das crianas e a promoo da imunizao.

Histrias que Tocam a Alma: A Realidade nas Comunidades Carentes

Arns compartilha histrias impactantes de seu trabalho no Maranho e no Cear, onde a alta mortalidade infantil era uma realidade constante. Essas narrativas revelam a dimenso humana do problema e a importncia de aes que vo alm da infraestrutura.

A imagem da "roseira florida" particularmente emblemtica. Em uma parquia no Cear, as freiras mostravam uma roseira como um smbolo da esperana e da vida. Antes, cada rosa branca era um pedido de uma criana para enfeitar o caixo de um "anjinho", uma criana que havia falecido. Com a implementao de aes de saneamento e cuidados de sade, a roseira ou a florescer continuamente, celebrando a vida e o fim daquela triste rotina.

Arns relata o caso de uma criana no Maranho que, apesar de ter nascido com bom peso, chegou a um ano de idade pesando apenas 2,3 kg, um quadro de desnutrio severa. A me, j desesperanosa, no dava muita ateno criana. No entanto, com o apoio da Pastoral da Criana, a criana se recuperou e, ao sorrir para a me, despertou nela um amor e um cuidado renovados. Essa histria ilustra como a esperana e o apoio podem transformar vidas e fortalecer os laos familiares.

Desafios e Superao em reas de Difcil o

A entrevista revela os desafios enfrentados em reas de difcil o, como favelas e comunidades isoladas, onde a violncia, a desconfiana e a falta de infraestrutura so obstculos a serem superados. Nesses locais, a simples tarefa de entrar em contato com a populao pode ser arriscada.

Arns demonstra que, com respeito, sensibilidade e a compreenso da dinmica local, possvel estabelecer laos com a comunidade e implementar projetos de saneamento. Ele destaca a importncia de ouvir os moradores, respeitar seus costumes e envolv-los no processo de tomada de deciso.

Uma das estratgias utilizadas pela Pastoral da Criana a formao de voluntrios locais, que conhecem a realidade da comunidade e podem atuar como agentes de transformao. Esses voluntrios so treinados para identificar os problemas, mobilizar a populao e implementar solues.

Arns ressalta a importncia de adaptar as tecnologias e os projetos s necessidades especficas de cada comunidade. Em vez de impor solues prontas, fundamental trabalhar em conjunto com os moradores para encontrar as melhores alternativas.

A Busca por Solues Sustentveis: Envolvimento da Comunidade e Gesto Local

Um dos pontos-chave da entrevista a importncia de envolver os moradores no manejo dos equipamentos e na manuteno dos sistemas de saneamento. Arns enfatiza que, ao capacitar a comunidade para cuidar da sua prpria infraestrutura, garante-se a sustentabilidade das aes.

Ele cita o exemplo de um projeto no Cear, onde a companhia de saneamento subsidiou a manuteno dos equipamentos, mas o recurso pertencia comunidade. Dessa forma, os moradores se sentiam responsveis pelo bom funcionamento do sistema e se empenhavam em evitar o desperdcio e o mau uso.

Arns tambm destaca a importncia de promover a educao sanitria e a conscientizao sobre a importncia da higiene e do uso correto da gua. Ele relata que, em muitas comunidades, as pessoas no tm o a informaes bsicas sobre como evitar a contaminao da gua e como prevenir doenas.

O Sonho de um Parquinho e um Chuveiro: Dignidade em Meio Precariedade

Um exemplo marcante da entrevista a histria da me em uma favela de So Paulo que sonhava com um parquinho e um chuveiro para seus filhos. Essa aspirao aparentemente simples revela a carncia e a resilincia dessas comunidades, que lutam por dignidade em meio precariedade.

A me relata que no podia oferecer aos filhos um espao seguro para brincar e que o o gua para higiene era precrio. Ela sonhava com um chuveiro para que seus filhos pudessem se lavar e se sentir limpos, algo que ela prpria no teve durante um perodo difcil de sua vida.

Essa histria ilustra como a falta de saneamento e de infraestrutura bsica afeta a vida das pessoas em todos os aspectos, desde a sade e a higiene at a autoestima e a qualidade de vida.

Obstculos e Desafios: Burocracia, Falta de Prioridade e Desigualdade Social

A entrevista tambm revela os obstculos e desafios enfrentados na busca por solues para o saneamento bsico. A burocracia, a falta de prioridade poltica e a desigualdade social so barreiras a serem superadas.

Arns relata casos em que projetos de saneamento foram impedidos de serem implementados devido a questes burocrticas e falta de vontade poltica. Ele critica a interpretao restritiva das leis e a falta de sensibilidade dos governantes diante da realidade das comunidades carentes.

Ele destaca a importncia de mudar a legislao e a forma como as leis so interpretadas, de modo a priorizar o direito humano gua e ao saneamento. Arns defende que, em situaes de extrema necessidade, o interesse pblico deve prevalecer sobre o interesse privado.

Arns critica a falta de prioridade dada ao saneamento bsico nas polticas pblicas. Ele argumenta que, apesar de o Brasil ser um pas rico, com recursos para investir em saneamento, essa rea continua sendo negligenciada.

Ele ressalta a importncia de sensibilizar a sociedade e os governantes sobre a importncia do saneamento bsico e de mobilizar a populao para exigir seus direitos.

Quebrando o Apartheid Social: A Importncia do Encontro e da Colaborao

Arns enfatiza a necessidade de quebrar o "apartheid social" e promover o encontro entre jovens de diferentes classes sociais. Ele relata uma experincia em Braslia, onde jovens de escolas de elite foram levados para conhecer a realidade das favelas.

O encontro foi transformador para ambos os grupos. Os jovens ricos puderam conhecer a realidade das favelas e perceber que nem todos os moradores so bandidos ou criminosos. Os jovens pobres puderam conhecer a realidade dos ricos e perceber que nem todos so corruptos ou exploradores.

Arns defende que, ao se conhecerem e trocarem experincias, os jovens podem construir pontes e superar preconceitos, abrindo caminho para uma sociedade mais justa e igualitria.

O Legado da Sabedoria Chinesa: O Momento de Agir Agora

Arns conclui a entrevista com uma mensagem inspiradora, baseada na sabedoria chinesa: o melhor momento para plantar uma rvore era h 20 anos, mas o segundo melhor momento hoje. Ele aplica essa metfora ao saneamento bsico, afirmando que o melhor momento para investir em saneamento era h 50 anos, mas o segundo melhor momento agora.

Ele convoca a todos a se engajarem nesse processo, cada um a seu modo, contribuindo com ideias, recursos, trabalho e compromisso. Arns defende que, ao trabalharmos juntos, podemos garantir um futuro mais digno para as prximas geraes.

Financiamento e Doaes

A Pastoral da Criana financiada principalmente pelo Ministrio da Sade desde 1985. Alm disso, a organizao recebe doaes de diversas fontes, incluindo pequenas contribuies de pessoas fsicas por meio de campanhas nas contas de luz. Nelson Arns destaca a importncia de ser um defensor da cincia e de garantir que o conhecimento chegue a quem mais precisa. Ele encoraja as pessoas a participarem da Pastoral da Criana por meio de doaes e trabalho voluntrio.

A Tcnica da Garrafinha d'gua

Em reas consideradas violentas, Nelson Arns compartilha uma tcnica interessante para voluntrios da Pastoral da Criana se aproximarem da comunidade com segurana. A tcnica envolve comprar uma garrafinha de gua em um bar local e iniciar uma conversa casual com os moradores. Esse tempo permite que os moradores avaliem as intenes dos voluntrios e decidam se eles podem entrar na comunidade para ajudar as crianas e gestantes. Arns enfatiza a importncia de vestir roupas discretas e evitar carregar objetos que possam gerar desconfiana.

Lies Aprendidas no Rio de Janeiro

Nelson Arns relata que, no Rio de Janeiro, aprendeu que a comunidade local se organiza para proteger os voluntrios da Pastoral da Criana. Mesmo em reas com trfico de drogas e armas, os lderes comunitrios designam pessoas para garantir a segurana dos voluntrios, pois reconhecem o valor do trabalho que realizam em prol das crianas e gestantes.

O Projeto de um Milho de Cisternas

Um dos projetos de grande sucesso em que Nelson Arns participou foi o projeto de um milho de cisternas no semirido brasileiro. O projeto visava garantir o o gua para famlias que sofriam com a seca. Arns explica que o projeto envolveu a padronizao das cisternas e a mudana da legislao para permitir que o governo investisse em reas privadas. Ele destaca a importncia de todos colaborarem para mudar a legislao e garantir o direito humano gua.

A Importncia da Responsabilidade Individual

Nelson Arns enfatiza que cada pessoa tem a responsabilidade de ajudar o prximo. Ele critica a postura de alguns lderes religiosos que esperam que o Estado resolva todos os problemas. Arns defende que o Estado no pode fazer tudo sozinho e que preciso que cada um faa a sua parte. Ele compartilha uma agem bblica sobre o bom samaritano para ilustrar a importncia de ter misericrdia e de agir em prol do prximo.

A entrevista com Nelson Arns um chamado ao. Ele nos mostra que o saneamento bsico um direito humano fundamental e que todos podemos contribuir para garantir que esse direito seja respeitado. Arns nos inspira a sermos mais solidrios, a quebrarmos o "apartheid social" e a trabalharmos juntos para construir um Brasil mais justo e igualitrio.


Brasil : Lua de sangue: veja o horrio para assistir o eclipse no Brasil
Enviado por alexandre em 14/03/2025 10:04:48


Eclipse lunar. Foto: Reproduo

O primeiro eclipse lunar do ano acontece entre a madrugada desta quinta-feira (13) e sexta-feira (14) e ser visvel em toda a Amrica Latina, incluindo o Brasil. Segundo a NASA, o fenmeno tambm poder ser observado do Oceano Pacfico, das Amricas, da Europa Ocidental e da frica Ocidental.

Conhecido como “lua de sangue”, o eclipse ter incio 00h57 (horrio de Braslia) do dia 14 de maro, e sua fase total comear por volta das 3h25, quando a Terra ficar posicionada entre o Sol e a Lua. O momento deve durar aproximadamente uma hora e cinco minutos.

Durante o evento, a lua ir adquirir tonalidades alaranjadas e avermelhadas.

Horrio das fases do eclipse lunar (horrio de Braslia):

  • 00h57: comeo do eclipse penumbral
  • 02h09: comeo do eclipse parcial
  • 03h26: comeo da totalidade do eclipse, quando a lua assume tom avermelhado
  • 04h31: encerramento da totalidade
  • 05h47: fim do eclipse parcial, mas a lua ainda na penumbra
  • 07h: fim do eclipse penumbral
Brasil : Portovelhs: conhea o jeito 'beradeiro' de falar na capital de Rondnia
Enviado por alexandre em 13/03/2025 10:35:55

Quem no de Porto Velho (RO), ao conversar com um nativo da capital rondoniense, pode ficar sem entender uma parte do dilogo. que muitos moradores tm expresses peculiares para definir coisas do cotidiano, vocabulrio conhecido como “portovelhs“.

Cada estado tem seu vocabulrio prprio, como o amazons e o acreans, mas muitas dessas expresses acabam sendo parecidas devido a proximidade regional.

Leia tambm: ​’Acreans’: conhea algumas das expresses mais usadas pelos acreanos

A doutora em lingustica Nair Ferreira Gurgel do Amaral, reuniu mais de 500 verbetes no livro ‘Carapan encheu, voou: o portovelhs’, em que identifica e busca explicar as origens e uso de expresses dos moradores dessa “terra de muro baixo” (que acolhe todos que chegam).

Destacando que a lngua dinmica e no pode ser delimitada rigidamente, Nair Gurgel explica o porqu de haver variaes nas expresses e sotaques entre cidades de Rondnia.

“Tudo na lngua depende do processo de colonizao. Nosso jeito de falar tem muita influncia, mas como eu disse, a lngua dinmica, ela no para, ela muda, sofre influncia e por isso que Porto Velho e Guajar-Mirim, que so os dois primeiros municpios que foram criados tm sotaques diferentes do restante do estado”.

Durante a dcada de 1970, com projetos de colonizao, milhares de migrantes chegaram em Rondnia para ocupar a parte ao sul da capital. Os municpios que surgiram nesse perodo foram formados em maior quantidade por paranaenses, catarinenses, gachos e mineiros, explica Gurgel.

“Com o boom do “eldorado”, a construo da BR-364 e a vinda das pessoas do sul e sudeste pra c que foram surgindo novos municpios, entre eles Ariquemes. Ento de Ariquemes pra l, seguindo o eixo da BR tem outro jeito de falar por conta dessa influncia”, explica.

J em Porto Velho, a ocupao maior de nordestinos que chegaram na cidade no segundo ciclo da borracha. A professora acredita que, na influncia da fala, pouca coisa restou do primeiro ciclo da borracha que levou muitos barbadianos, ingleses e americanos cidade.

Leia tambm: Amazons: aprenda 30 grias e expresses que so a cara de Manaus

J no segundo ciclo, durante a Segunda Guerra Mundial, muitos nordestinos que foram trabalhar como soldados da borracha se fixaram na cidade e deram tom ao jeito de falar em Porto Velho. “Maceta”, de origem cearense, “brocado”, “rangar” e “telez” so algumas das influncias nordestinas.

Na cidade, h tambm influncia portuguesa de forma indireta, vinda de Manaus (AM). chiado na letra “s”, lembra a professora. Outra influncia portuguesa apontada por ela o uso do “tu”.

“No tem muita influncia indgena no nosso sotaque, mas no vocabulrio temos tudo, e na culinria que toda baseada na cultura indgena, o tucupi, a farinha, macaxeira, tapioca”.

Hoje aposentada, Nair segue como professora voluntria da Unir e vende itens como camisas e chaveiros com as expresses tpicas de Porto Velho.

Como prova do dinamismo da lngua ela pontua que mesmo dentro de Porto Velho h variaes entre grupos e localidades. Alguns exemplos so os pescadores, ribeirinhos e lavadeiras. Agricultores da regio dos distritos de Unio Bandeirantes e Rio Pardo tambm tm um sotaque mais parecido com o das cidades do interior, j que foram formados por maioria mineira, paulista, gacha, etc.

Uma expresso comum a Porto Velho e o restante do estado “piseiro”, lembra Nair. No entanto, ela explica que mesmo alguns achando que ela originria de Rondnia, na verdade, durante uma das pesquisas, ela descobriu que “piseiro” vem de de Gois e Mato Grosso.

“Onde cria muito gado, ele fica preso e de tanto pisotear, chamava aquilo de piseiro. Depois, os bailes no interior eram de cho batido tambm e chamavam de piseiro onde tem festa”, diz.

Confira algumas das expresses do dicionrio portovelhs:

Arrumao – inveno
As mina pira – gria utilizada por adolescentes para dizer que as meninas gostam muito
Assear – tomar banho
Baixa-da-gua – lugar para onde se manda quem est chateado, lugar distante
Bagao – cansado
Baladeira – estilingue
Banho – balnerio
Banzeiro – movimento das guas dos rios, produzido pelo vento ou quando a uma embarcao; ondas no rio agitado
Beradeiro – pessoa que mora na beira do rio ou que sente orgulho de ser portovelhense. Antigamente, era utilizado para pessoa cafona, brega.
Brocado – fome
Cair na buraqueira – cair na gandaia, ir pra farra
Carapan – nome dado aos mosquitos sugadores de sangue
Carapan encheu, voou – provrbio usado quando uma pessoa faz uma visita rpida, come alguma coisa e vai logo embora
Caso – presdio
Catar – pegar algo
Cega – mentira ou no comparecer a um evento
Cemitrio – jogar queimada
Chabocar a venta – dar murro na cara
Cuidar – fazer algo rpido
Dar f – perceber
Dar uma pedrada na gatinha – xavecar, aproximar-se de uma garota
Desmantelado – desarrumado
Eita pau – expresso de espanto, surpresa
Enxerido – intrometido
Espocar – estourar
Fuleragem – no presta
Gaiato – fazedor de graa
Galeroso – marginal
H (ag) – papo furado
Ir pra Juquira – ir pro mato
Jauera (j era) – j foi, perdeu
Lazarento – infeliz
Leseira – preguia, falta de ateno
Maceta – coisa grande
Mais sujo que acari-bod em poo de lama – pessoa que deve muito ou que j cometeu muitos crimes
Mangar – tirar sarro, caoar
Mana – amiga, colega
Meu ovo! – discordncia com algo
Moscar – faltar ateno
No doze – algo muito bom
Nem com nojo – no mesmo
Noiado – usurio de entorpecente
Orelha seca – ajudante de pedreiro
Papagaio – pipa
Peia – coa, pisa, surra
Peteca – bola de gude, bolita
Presepada – ato vaidoso ou extravagante para atrair a ateno, palhaada, confuso
Que s, oh! – representa grande quantidade
Rabeta – pequena embarcao tipo canoa usada por ribeirinhos e movida a motor de baixa potncia
Refrigerante de dois litros – pessoa que vai bem at a metade, depois perde o gs
Saltenha – salgado de origem boliviana recheado com frango e batata
S a capa da gaita – pessoa magra demais
Te mete! – ir bem em algo, humilhar
Telez – tu leso, ?
T mesmo (T mermo) – confirmao
Tob – bobo, imbecil, idiota
Zoada – barulho, gritaria

*Com informaes da reportagem escrita por Digo Holanda, da Rede Amaznica RO ... - Veja mais em https://ouropretoonline.atualizarondonia.com/cultura/portovelhes-conheca-o-jeitinho-de-falar-na-capital-rondoniense/
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