 O relator do oramento de 2016 da Unio, Ricardo Barros (PP-PR) afirmou que vai manter o corte de R$ 10 bi da Bolsa Famlia, apesar da presso do Planalto. Esse corte representa 35% do valor global previsto ao programa. J o governo afirma que possvel fechar o oramento sem mexer no Bolsa Famlia. Barros rebateu, “h 72% ou 75% dos beneficirios que trabalham, e muitos com carteira assinada e com aposentadoria. Alm disso, 10% no sacam o dinheiro. Com esses dados, acham que no deve mexer (em nada)?”.
Corte de R$ 10 bi tira 23 milhes de pessoas do Bolsa Famlia, diz ministra
A ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate Fome, afirma que 23 milhes de pessoas tero que sair do Bolsa Famlia caso o Congresso faa um corte de R$ 10 bilhes no oramento do programa. Ele atende hoje 50 milhes de brasileiros.
A medida defendida pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), relator do Oramento de 2016 no Congresso.
"Outros 8 milhes entrariam de novo na pobreza extrema com o corte no valor dos benefcios", afirma Campello.
Segundo a ministra, ela est fazendo uma estimativa "at otimista" diante da magnitude do corte proposto pelo parlamentar. "Estou considerando as pessoas de renda mais alta do programa, e no os extremamente pobres. Ainda assim, so todas muito vulnerveis."
Ela tambm diz ser impossvel adotar uma das medidas defendidas pelo parlamentar, de no preencher vagas do programa abertas com a sada de pessoas que comeam a trabalhar.
"H muito desconhecimento sobre o Bolsa Famlia. Todos os meses, 100 mil famlias deixam o programa. um nmero irrisrio perto do que teremos que cortar caso essa proposta de corte prevalea, o que eu no acredito que possa acontecer", diz Campello.
Alm disso, afirma, "as pessoas dessa faixa de renda e vulnerabilidade entram e saem da pobreza rapidamente, e s vezes tm, sim, que voltar para o programa depois de deix-lo por um tempo".
Ela cita como exemplo um homem que arrume emprego em uma obra. Ele trabalha alguns meses, de forma temporria. E depois, desempregado, volta a receber a bolsa –o programa paga benefcio mdio de R$ 165 por famlia.
A ministra diz no acreditar que o Congresso efetive o corte. "Ainda mais em um momento de dificuldade econmica", afirma.
Campello diz que no apenas as famlias que recebem os benefcios podem ser afetadas pela tesoura dos parlamentares, mas tambm a economia de pequenos e mdios municpios. Nelas, setores de comrcio e servios so incrementados j que os integrantes do Bolsa Famlia fazem "a economia girar" ao comprar roupas e a contratar mais servios, por exemplo.
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