Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, gravaram mais de 2 mil pessoas para descobrir quem afinal mais tagarela, homens ou mulheres.

No total geral, os homens falaram, em mdia, 11.950 palavras por dia. As mulheres superaram esse nmero com uma mdia de 13.349 palavras por dia. Porm, a diferena foi considerada pequena: 1.073 palavras em mdia.

Para os especialistas, medir esses padres era importante para investigar o esteretipo das mulheres como muito falantes, que frequentemente carrega conotaes negativa.

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"As mulheres so amplamente consideradas mais falantes do que os homens", afirmam os especialistas no artigo publicado no Journal of Personality and Social Psychology. "A ubiquidade e a conotao frequentemente negativa desse esteretipo tornam particularmente importante avaliar sua preciso."

Para o estudo, os pesquisadores reuniram 2.197 participantes que usaram um dispositivo que registrava pequenos trechos de som ao longo de suas horas de viglia. Foram coletadas mais de 600 mil gravaes, que depois foram transcritas e tiveram suas palavras contadas.

Os pesquisadores descobriram que havia grandes diferenas individuais na eloquncia dos falantes, o que adiciona uma “incerteza estatstica” aos resultados. O participante menos falante proferiu menos de cem palavras por dia, enquanto o mais falante disse impressionantes 120mil. Segundo os cientistas, no h diferenas significativas o suficiente para afirmar se a distino observada entre os sexos significativa ou confivel.

De acordo com um estudo de 2007, homens e mulheres no diferem significativamente no uso dirio de palavras, falando cerca de 16 mil palavras por dia cada um. No entanto, na poca foram levantadas dvidas sobre o trabalho, j que a amostra do estudo foi considerada pequena e era composta apenas por estudantes universitrios.

O estudo publicado agora oferece uma imagem mais clara, entretanto os pesquisadores sugerem que podem ser necessrias investigaes complementares sobre diferenas baseadas no sexo. "O estudo deixa em aberto algumas questes sobre se os gneros diferem de forma significativamente prtica no nmero de palavras que falam diariamente", concluem os autores.

Fotos: Reproduo

"A noo de que mulheres e homens diferem em seu ‘oramento lexical’ dirio existe h muito tempo, sem ser amplamente testada empiricamente, e se tornou um elemento recorrente nos argumentos sobre diferenas de gnero", dizem. Um dos especialistas responsveis por sustentar a teoria das mulheres mais falantes foi neuropsiquiatra e clnica americana Louann Brizendine, que publicou h quase duas dcadas o livro “The female brain” (“O crebro feminino”, em traduo livre).

Nele, a autora defende que os crebros masculino e feminino tm distines que explicariam o dato de as mulheres falarem mais. Segundo a especialista, elas dedicam mais clulas cerebrais fala do que os homens. Isso seria causado pela presena maior do hormnio sexual testosterona no corpo masculino, que afetaria o crebro.

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O livro de Brizendine tambm tinha nmeros que expressariam essa diferena: 20 mil palavras por dia para mulheres e 7 mil para homens. Mas dados foram mais tarde contestados por no terem fonte confivel.

Fonte: O Globo