O sangue composto de diversos tipos de clulas. A maioria delas benfica e est na corrente sangunea para ser transportada para os lugares do corpo em que so necessrias. Outras podem fazer mal. O colesterol e as clulas de gordura, por exemplo, podem sujar os encanamentos do corpo humano, acumulando-se nas paredes das veias e artrias.
Quando as placas de gordura se rompem, acontece a formao de um cogulo e, se ele alcana as artrias coronrias, impede a chegada de clulas cheias de oxignio aos tecidos do corao. A falta de oxigenao provoca a morte do tecido cardaco, o miocrdio. O paciente sente, na maioria das vezes, uma dor aguda no peito, que irradia para o brao esquerdo. o ataque cardaco, tambm conhecido como infarto, um dos eventos mdicos mais traumticos.
O infarto a principal causa de morte no Brasil, de acordo com o Ministrio da Sade. Estima-se que, todos os anos, entre 300 e 400 mil pessoas sofrem ataques cardacos no pas. De cada cinco a sete pacientes que infartam, um morre. O atendimento precisa ser feito rapidamente para mitigar os danos – e muitas pessoas demoram horas para procurar um mdico, ficam esperando o mal-estar ar, e o corao acaba comprometido.
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Porm, na maioria das vezes, o infarto no o fim da linha. Para os sobreviventes, essencial mudar de hbitos. Estima-se que, entre os que tiveram ataques cardacos, a chance de recorrncia no primeiro ano de 3% a 7%. Nos cinco primeiros anos aps a emergncia, as pessoas infartadas tm risco 20% maior de ataque cardaco do que o resto da populao.O infarto a manifestao da aterosclerose, condio crnica e que no tem sintomas — como acontece com a presso alta, por exemplo. O paciente, geralmente, descobre que a situao est grave quando ocorre o infarto ou AVC.

Em caso de infarto, o tratamento a por dois caminhos. O primeiro, mais urgente, ocorre no hospital, para evitar que a obstruo da artria prejudique ainda mais o miocrdio. Na maioria das vezes, feito um cateterismo, um procedimento no qual uma mola, o stent, colocada dentro da artria para garantir a circulao do sangue. H tambm a opo de usar medicao para dissolver o cogulo e restaurar o fluxo sanguneo, mas essa praticamente entrou em desuso porque o stent resolve mais rapidamente, diminuindo os danos ao corao.
O paciente sai do hospital com a misso de tomar um “kit” quase universal, composto por aspirina diria (que evita a coagulao do sangue) e um medicamento do grupo das estatinas, que controla os nveis de colesterol no corpo. Quando h outras comorbidades, como diabetes, sobrepeso ou tabagismo, elas tambm precisam ser tratadas.

Se o infarto tiver comprometido uma rea grande do corao, o paciente desenvolver insuficincia cardaca, condio caracterizada pela incapacidade do rgo de bombear sangue de maneira eficiente para o corpo. A doena, que pode ser desencadeada por outros problemas, afeta cerca de 3 milhes de pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
“O corao fica fraco, a pessoa sente falta de ar e se cansa rapidamente. Com o tempo, o ritmo lento do corao afeta outros rgos: o pulmo a a acumular lquidos, o estmago incha, o fgado inflama”, aponta o mdico Rafael Corts, integrante da Sociedade de Cardiologia do Distrito Federal e coordenador de Cardiologia da Rede Santa, tambm no DF.
Quando o infartado desenvolve insuficincia cardaca, a medicao aumenta. Ajustes precisam ser feitos para regularizar o funcionamento do rgo e permitir que o paciente tenha uma vida normal. “O corao trabalha como uma bomba, e se ela no funciona direito, comeam a aparecer problemas em vrias partes do corpo. A medicao usada para melhorar o funcionamento cardaco e diminuir o estresse no rgo”, completa Corts.
Aps a inveno e a popularizao do stent – mtodo usado pela primeira vez nos anos 90 –, os remdios que controlam a insuficincia cardaca surgiram como a grande revoluo da cardiologia. Alm de melhorarem o dia a dia das pessoas com a condio, as medicaes aumentaram a expectativa de vida dos pacientes. De to poderosos, ganharam o apelido de “quarteto fantstico”.

Fotos: Reproduo
Os primeiros medicamentos revolucionrios foram os inibidores da enzima conversora da angiotensina, bloqueadores dos receptores da angiotensina II e os betabloqueadores. A prescrio dessas drogas para pessoas com insuficincia cardaca reduziu as mortes em at 31%. De oito anos para c, tambm foram acrescentados ao tratamento os inibidores da neprilisina que, associados ao protocolo anterior, conseguiram reduzir as emergncias cardacas em mais 20% no grupo de pacientes com o corao mais fraco.
O cardiologista Paulo Caramori, membro do Conselho istrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), explica que, h 30 anos, o paciente que sobrevivia ao infarto ficava com falta de ar, cansao crnico, e at precisaria de um transplante com o tempo.
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Hoje, o tratamento medicamentoso mais eficiente. “Os remdios so capazes de ajudar no esvaziamento do corao e diminuem a carga do rgo. Alm disso, h vasodilatadores que mexem no metabolismo cardaco, controlando a frequncia e a presso”, ressalta o mdico. Ainda assim, o paciente vai precisar cuidar para sempre do corao e das artrias, at o fim da vida. O infarto a manifestao da aterosclerose e, at o momento, no h cura para a condio: ela considerada uma doena crnica.
Fonte: Sade em Dia