Coluna Qualidade de Vida : Emoes, crebro e obesidade: o que a cincia sabe sobre o assunto
Enviado por alexandre em 24/04/2023 00:43:05

A obesidade uma doena crnica, multifatorial e complexa. Ela no se desenvolve de um dia para o outro, e tambm no resolvida com um estalar de dedos — a cincia considera, inclusive, que no h cura. Para o resto da vida, o paciente precisar vigiar a balana e lidar com os efeitos causados pela gordura extra.Mas por que comemos tanto e to mal?

O que explica a diferena de sensaes entre comer uma pizza e uma salada? E, apesar de a sociedade reforar que a perda de peso apenas uma questo de fora de vontade, qual a importncia das emoes na escolha do que comer e de qual quantidade colocar no prato?

O acmulo de gordura suficiente para desencadear problemas de sade uma das condies mais prevalentes no mundo, mas ainda estamos entendendo como a obesidade opera e o que leva a ela. Apesar do atraso, pesquisadores j comeam a apontar os principais culpados: o maior deles o consumo de ultraprocessados, alimentos ricos em acar, sdio e gordura, alm de uma longa lista de conservantes.

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Alm de prejudicarem o funcionamento do organismo, desenvolvendo doenas como diabetes e hipertenso, os alimentos super calricos tambm agem no crebro, desencadeando um sistema viciante de recompensa. Quanto mais comemos, mais felizes ficamos — mas a que custo?

FOME OU VONTADE DE COMER


Quando colocamos um brigadeiro na boca, docinho tradicional feito com leite condensado (uma combinao de acar com gordura), o organismo imediatamente a por uma reao em cadeia. O pncreas produz e secreta insulina, hormnio essencial para o processamento de acares, que transportado tambm para o crebro. L, a substncia estimula alguns neurnios especficos que produzem a dopamina.

O neurotransmissor conhecido como o hormnio da felicidade: ele ativa uma srie de circuitos cerebrais que afetam as emoes e deixam voc cheio de bons sentimentos de recompensa ao comer o docinho. A, fica difcil pegar um s.

De acordo com um estudo feito por cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, publicado em maro de 2023, comer acar e gordura em excesso acaba alterando os circuitos de recompensa do crebro, fazendo com que o consumidor fique praticamente viciado neste tipo de alimento. Em um cenrio assim, complicado se apoiar somente na fora de vontade.

Em 2019, uma pesquisa publicada na revista cientfica Journal of Clinical Investigation mostrou que pessoas que comem muitos alimentos ricos em acar e gordura sequer conseguem apreciar comidas mais saudveis. Eles tambm tiveram nveis maiores de substncias que inibem a ao do hormnio da saciedade: por isso, comem muito mais do que precisam, o que, na maioria dos casos, leva obesidade. Esse mecanismo semelhante ao que acontece com uma pessoa viciada em drogas, por exemplo.

A explicao pode ter milhares de anos. Os cientistas que estudam o assunto acreditam que os homens das cavernas tinham um paladar que priorizava alimentos mais calricos, uma vez que era preciso estocar gordura e energia — eles nunca sabiam quando ia ser a prxima refeio, e era essencial manter o funcionamento do organismo at l.

Hoje, esse recurso no mais til, j que vivemos em um cenrio de fartura de opes alimentares, muitas a poucos comandos no celular de distncia. Porm, nossos crebros ainda no receberam o memorando, e continuamos dando preferncia aos alimentos ultraprocessados e cheios de calorias.

Os alimentos gordurosos e cheios de acar provocam ainda disbiose intestinal, que um desequilbrio da microbiota do rgo, estimulando a produo de toxinas que acabam indo para o sangue e chegando at a cabea. L, as substncias provocam inflamao no crebro, alterando o ciclo de sono e viglia, alm de influenciarem algumas funes do rgo.

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FATOR GENETICO


Alm de termos de lidar com os efeitos do que comemos no organismo, que tende a querer aquilo que causa acmulo de peso e desencadeia problemas de sade, a cincia tambm j descobriu que existem cerca de 200 genes comprovadamente associados com a obesidade.

Fonte: Metrpoles

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