O aumento de 92% no desmatamento na Amaznia, registrado no ms de maio deste ano, considerado dramtico porque, pela primeira vez, mais da metade da rea desmatada corresponde a florestas primrias, consequncia dos incndios que ocorreram no segundo semestre de 2024, avaliou o ministro substituto do Meio Ambiente e Mudana do Clima, Joo Paulo Capobianco.
dados fazem parte do monitoramento dirio do Sistema de Deteco de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do IInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira, 6, em Braslia. Em maio de 2025, foram detectados 960 quilmetros quadrados (km) de desmatamento na Amaznia, enquanto em 2024 foram detectados 500 km, resultado que assustou as autoridades do MMA e do Ministrio da Cincia e Tecnologia, principalmente por revelar um percentual elevado de supresso de florestas primrias, que alcanou 51% de todo o desmatamento registrado.
Na comparao de agosto de 2024 a maio deste ano, o aumento foi de 9,1%, com a perda de 3.502 km, contra 3.186 km do mesmo perodo do ano ado.Segundo Capobianco, de 2016 a 2023, a taxa de desmate de florestas primrias variou de 11% a 32%, com certa estabilidade, mas agora esse resultado acende um alerta.
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Ele explicou que o Inpe considera trs ndices para avaliar os impactos no desmatamento: a minerao, considerando tambm a ao do garimpo ilegal; o corte raso, com remoo total da floresta; e o desmatamento com vegetao, ocasionado por incndios, que no chegam a colapsar toda a floresta, a qual ainda tem chances de se regenerar.

Foto: Reproduo
Geralmente, o maior impacto no desmatamento ocorre no chamado corte raso, o que j esperado pelas autoridades do Meio Ambiente, porque envolve vrios fatores, inclusive reas de desmate autorizado. Esse ndice ficou em 48% em maio de 2025, enquanto em maio de 2024 foi de 76%. O impacto da minerao foi de 1% no ms ado.
Capobianco explicou que o aumento dramtico sobre as florestas primrias reflete as queimadas registradas no segundo semestre de 2024, na Amaznia, e que comeam a aparecer agora com o incio do perodo seco no bioma, com menos nuvens, dando mais possibilidades para a identificao pelos satlites do Deter/Inpe. “Isso no um desmatamento ocorrido em maio; uma floresta incendiada, a tal ponto que ela chega agora como uma floresta colapsada e, portanto, no mais floresta, ando a entrar como desmatamento”, explicou o ministro substituto.
Fonte: Revista Cenarium