Persistindo o desmate no territrio da BR-319, os brasileiros podem perder ao menos R$ 15 bilhes em economias menos lesivas floresta, nas prximas trs dcadas. A estimativa do Instituto de Manejo e Certificao Florestal e Agrcola (Imaflora) olhou para a regio sul do Amazonas.
A anlise indica que 14 mil km2 de florestas pblicas no destinadas naquele territrio podem ir ao cho no perodo, “resultando em perdas econmicas e ambientais irreversveis”. A rea similar metade do estado de Alagoas.“A explorao ilegal de madeira compromete o potencial de manejo sustentvel. O desmatamento emite carbono, prejudica a biodiversidade e afeta o regime de chuvas. A grilagem e a ocupao ilegal geram conflitos fundirios e desestabilizam economias”, descreve uma nota da entidade.
Dar outras cores a esse cenrio seria possvel com economias que valorizem a floresta em p, como o manejo florestal licenciado e fiscalizado. O Imaflora diz que isso traria benefcios superiores aos da pecuria e das atividades predatrias.
Veja tambm

rea de proteo ter trilha ecolgica e turismo de base comunitria
Depois de 30 anos em cativeiro, elefante Pupy chega ao Brasil para viver em santurio
Segundo a entidade, s as concesses para produzir madeira e carbono podem gerar R$ 6,5 bilhes, ou 43% das perdas projetadas em 30 anos. Outros potenciais bilhes viriam do comrcio de crditos de carbono, de itens no madeireiros e de aes conservacionistas.

De volta ao sul do Amazonas, desde os anos 2000 a BR-319 um dos principais motores do desmatamento regional. Alm disso, estudos mostram que 87% da destruio florestal na Amaznia ocorre numa faixa a menos de 25 km de rodovias.

Fotos: Reproduo
Ainda conforme o Imaflora, em 2022 o sul do Amazonas foi palco de nove em cada dez hectares desmatados no estado todo, um drama que tende a crescer com a pavimentao total da BR-319, com a abertura de outras rodovias e ramais clandestinos a elas conectados.
Entre Porto Velho (RO) e Manaus (AM), a BR-319 foi aberta entre 1968 e 1973, com quase 900 km, ento todos transitveis. Contudo, j em 1988 estava abandonada. Iniciativas para reform-la, desde 2015, sofrem forte resistncia socioambiental pelos projetados danos Amaznia.
Fonte: O Eco