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Cincia & Tecnologia : Jogo digital combina ritual de iniciao indgena e defesa da Amaznia

Enviado por alexandre em 09/01/2024 00:22:28

Jogo digital combina ritual de iniciao indgena e defesa da Amaznia 5v2q51

'Kaw na terra dos indgenas maragu', produzido por grupo de pesquisa da UFSCar, coloca em formato eletrnico as tradies culturais desse povo do Baixo Amazonas.

Com informaes da Fapesp

O resgate das lnguas, mitos e tradies indgenas tornou-se um componente muito ativo da reconfigurao multicultural do pas. Acolhidos pelas geraes mais novas e integrados com as tecnologias da contemporaneidade, esses conhecimentos ancestrais ampliam horizontes cognitivos e propem novas formas de ser e estar no mundo.

O Laboratrio de Pesquisa Linguagens em Traduo (Leetra) da Universidade Federal de So Carlos (UFSCar) tem contribudo para o processo. Liderado pela pesquisadora Maria Silvia Cintra Martins, professora snior do Departamento de Letras da UFSCar, e apoiado pela FAPESP, o 'Leetra' tem entre suas linhas de pesquisa o estudo de lnguas e literaturas indgenas e o letramento e comunicao interculturais. Mais do que tudo, o grupo vem trabalhando na recriao de lendas indgenas no formato de jogos digitais.

esquerda, o jovem heroi Kaw. direita, Tapirayawara, entre protetor e conselheiro de Kaw. As ilustraes fazem parte do jogo. Imagem: Hugo Cestari

Depois de 'Jeriguigui e o Jaguar na terra dos bororos', o 'Leetra' acaba de lanar 'Kaw na terra dos indgenas maragu'. Com o objetivo de subsidiar prticas de alfabetizao e letramento interdisciplinares, o jogo destina-se a alunos e professores de escolas de Educao Infantil e Ensino Fundamental I.

"Ao jogar, estudantes e professores encontraro elementos culturais tpicos da cultura tradicional Maragu – e tambm elementos das histrias de assombrao cultivadas por esse povo indgena amazonense. Encontraro, ainda, elementos que hoje fazem parte da luta poltica dos Maragu em defesa de suas terras, bem como de nossa luta global pela sustentabilidade do planeta e a preservao dos animais",
conta Martins.

O verbete sobre os Maragu ainda no existe no excelente catlogo "Povos Indgenas no Brasil", do Instituto Socioambiental (ISA). Porm, Martins informa que vivem no Baixo Amazonas, nas margens do rio Abacaxis (afluente da margem direita do Amazonas, entre o Madeira e o Tapajs), divididos em trs aldeias no municpio de Nova Olinda do Norte (AM).

As populaes ribeirinhas e os povos tradicionais que habitam a regio (Munduruku e outros) foram, recentemente, vtimas de grandes violncias, comandadas por indivduos implicados na pesca ilegal.

"Os Maragu falam um idioma que combina o nheengatu [derivao do tupi antigo que se tornou a lngua geral ou lngua franca do pas durante o perodo colonial] com o aruak. E tambm se comunicam em portugus. Esto organizados em seis cls, cujas famlias possuem um mesmo ancestral comum: cl do gavio, cl da vespa, cl do boto, cl da ona-pintada, cl da sucuri e cl do peixe-eltrico. Kaw, o heri do jogo digital, pertence ao cl do Gavio",
afirma Martins.

A pesquisadora fala que os Maragu se orgulham de ser grandes guerreiros, caadores destemidos e pescadores habilidosos. Como acontece com outros povos indgenas, suas tradies culturais incluem a arte de fabricar vasilhas de cermica, pinturas corporais e ritos de agem para a idade adulta. Esses ritos, que exigem provas de coragem e autossuperao, ecoam o padro arquetpico da "jornada do heri", que foi explorado por ela na roteirizao dos jogos.

"Kaw a primeiro pelo ritual do Wakarip, ao qual as crianas se submetem com cerca de 10 anos, e que marca a transio da infncia para a vida adulta. Depois, aos 15 anos, enfrenta o ritual bem mais desafiador do Gualipg, que credencia o indivduo a se tornar caador-guerreiro-chefe", conta.

Aos seres tpicos desses rituais – a ona-pintada, o gavio-real e a sucuri com mais de seis metros –, Martins tomou a liberdade de acrescentar outros personagens, que no fazem parte das iniciaes, mas povoam o imaginrio dos Maragu, que se deleitam com histrias de assombrao. o caso dos Zorak, homens-morcegos que, segundo a tradio, habitavam no ado o territrio Maragu. Criaturas de Anhga, o Senhor do Mal, a quem obedecem e prestam servios malignos, os Zorak possuem dentes pontiagudos e no tm mos, mas asas no meio das costas. Moram ao redor do lago perdido Waru, de onde ningum volta.

"Os Zorak entraram no fabulrio Maragu a partir do ataque a jovens caadores da aldeia, que, desobedecendo o que os velhos ensinam, resolveram caar noite. Hoje, essa histria possui relao com as discusses sobre a preservao da Amaznia, o cuidado com a floresta e seus recursos e a resistncia s invases ilegais de garimpeiros, madeireiros e pescadores predatórios na regio do rio Abacaxis. Tudo isso contextualizado pela luta global pela sustentabilidade do planeta", enfatiza Martins.

Alm das descries dos rituais, a pesquisadora utilizou como referncia a literatura Maragu, na qual se destacam os escritores e escritoras indgenas Elias Yaguakg, Lia Minapoty, Roni Wasiry Guar, Uziel Guayn e Yaguar Yam, sobre os quais possvel encontrar com facilidade referncias biogrficas e indicaes de obras na internet.

O prximo e ambicioso o de Martins e demais colaboradores do Leetra a adaptao para o formato de jogo digital do j grande livro clssico da etnografia A Queda do Cu, do xam e lder poltico yanomami Davi Kopenawa em parceria com o antroplogo francs Bruce Albert.

O jogo digital 'Kaw na terra dos indgenas maragu' pode ser ado AQUI.

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Um novo estudo indica que as buscas por vida fora da Terra esto seguindo o caminho errado, e recomenda uma nova abordagem.

Estudos indicam que a busca por vida fora da Terra estaria equivocada, mas as opinies ainda diferem.A existncia humana como conhecemos depende de cinco elementos essenciais: carbono, hidrognio, oxignio, nitrognio e fsforo.

Em contrapartida a uma crena comum, um artigo elaborado por uma equipe interdisciplinar argumenta que, ao buscar vida em outros planetas, os astrnomos deveriam direcionar sua ateno para a ausncia de carbono nas atmosferas, em vez de sua presena.

Os cientistas, incluindo membros do MIT, da Universidade de Birmingham e de outras instituies, sugerem uma abordagem inovadora.Eles destacam que o telescpio espacial James Webb, da NASA, possui a capacidade de identificar essa caracterstica especfica, que atualmente a nica detectvel.A equipe traa uma estratgia para detectar planetas habitveis, propondo focar em sistemas nos quais planetas de tamanho semelhante orbitam prximos uns dos outros.

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A pesquisa, publicada na revista Nature Astronomy no final de dezembro, desafia as abordagens convencionais e destaca a importncia de reconsiderar as estratgias na busca por vida extraterrestre.

Os pesquisadores sugerem a seguinte hiptese: se um planeta semelhante Terra apresentar significativamente menos dixido de carbono (CO2) em sua atmosfera em comparao com outros planetas do mesmo sistema, isso pode indicar a presena de gua lquida e, por consequncia, de vida em sua superfcie.

Adicionalmente, o telescpio espacial James Webb, da NASA, tem a capacidade de identificar essa caracterstica especfica. Essa e outras habilidades esto se refinando ao longo do uso, mas j existe confirmadamente.A equipe destaca que a ausncia relativa de dixido de carbono o nico indicador de habitabilidade atualmente detectvel.

No caso, buscar por mundos habitveis e sinais de

vida fora da Terra o objetivo final

(Foto: Reproduo)

Julien de Wit, professor assistente de cincias planetrias, comenta em uma entrevista ao portal do MIT que esse o ‘Santo Graal da cincia de exoplanetas’.No caso, buscar por mundos habitveis e sinais de vida fora da Terra o objetivo final. No entanto, todas as caractersticas discutidas at agora estavam fora do alcance dos observatrios mais recentes.

Agora, existe uma maneira de determinar a presena de gua lquida em outros planetas, e isso algo que podemos alcanar nos prximos anos.No decorrer de sua pesquisa, a equipe desenvolve uma estratgia para identificar planetas habitveis, focando na deteco de uma de dixido de carbono esgotado.Essa abordagem se revela mais eficaz em sistemas que se assemelham a “ervilhas numa vagem”, nos quais planetas terrestres de tamanho semelhante orbitam em proximidade relativa.

O primeiro o preconizado pela equipe consiste em verificar a presena de atmosferas nos planetas, realizando uma busca simples pela existncia de dixido de carbono, que se presume ser predominante na maioria das atmosferas planetrias.

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Aps a confirmao de que vrios planetas em um sistema possuem atmosferas, os astrnomos podem proceder medio do teor de dixido de carbono, comparando os nveis entre eles.Se um planeta apresentar significativamente menos dixido de carbono do que os demais, isso sugere que o planeta provavelmente habitvel.

Fonte: Fatos desconhecidos

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