1 ... 25 26 27 (28) 29 30 31 ... 1161
Brasil : Nasa: Asteroide potencialmente perigoso a ao lado da Terra
Enviado por alexandre em 27/03/2025 10:45:01

Com 165 metros de altura, objeto comparvel ao histrico Edifcio Itlia do centro de So Paulo

142f1e

Asteroide (imagem ilustrativa) Foto: Pixabay / Buddy Nath

Um asteroide de 165 metros de altura, comparvel ao histrico Edifcio Itlia do centro de So Paulo e maior que a Pirmide Giz (147 metros), do Egito, ou ao lado da Terra na manh desta quarta-feira (26), informou a Nasa, a Agncia Espacial dos Estados Unidos.

De acordo com os clculos da rgo americano, a distncia do corpo celeste (2014 TN17) para o nosso planeta foi de aproximadamente 5,1 milhes de quilmetros, intervalo considerado grande, mas o suficiente para a agncia apont-lo como “potencialmente perigoso” (PHA, na sigla em ingls), em razo do seu tamanho.

Leia tambm1 "Calor do momento", disse Dbora Rodrigues em depoimento ao STF
2 Nikolas ao STF: "So uns covardes e tm manchado a histria"
3 Lewandowski diz que 'justia ser feita' quanto a Jair Bolsonaro
4 Michelle Bolsonaro critica viagem de Janja ao Japo
5 Confira o que acontece aps Jair Bolsonaro virar ru no Supremo

Conforme a Nasa, os PHAs so os asteroides que se aproximam da Terra a uma distncia menor do que 7.480.000 km ou que possuem dimetro acima de 140 metros. No caso do 2014 TN17, o tamanho do seu dimetro poderia variar entre 130 metros e 290 metros.

Asteroides Potencialmente Perigosos (PHAs) so atualmente definidos com base em parmetros que medem o potencial que o corpo celeste tem de fazer aproximaes ameaadoras da Terra, diz a agncia espacial americana.

– Asteroides que no conseguem chegar mais perto da Terra do que 0,05 ua (aproximadamente 7.480.000 km ou 4.650.000 milhas) ou so menores do que cerca de 140 m no so considerados PHAs (asteroide potencialmente perigoso) – acrescentou a Nasa.

A UA uma unidade de medida astronmica que corresponde a 149 597.870 quilmetros.

O nvel de raridade do 2014 TN17, com base no seu tamanho, foi de um dentro da escala estabelecida pela agncia. Isso significa que, pelo menos uma vez por ms, um asteroide desta proporo a ao lado da Terra.

*AE

Brasil : Peixes amaznicos e bacalhau: tradio e sade mesa durante a Quaresma
Enviado por alexandre em 26/03/2025 13:33:37



Com a chegada da Quaresma, perodo em que muitas pessoas optam por reduzir o consumo de carne vermelha, os peixes ganham destaque nas mesas brasileiras. Seja por tradio ou pela busca por uma alimentao mais leve e saudvel, espcies amaznicas e o tradicional bacalhau tornam-se protagonistas dessa poca do ano. Alm do sabor inconfundvel, eles oferecem benefcios essenciais para a sade e desempenham um papel importante na cultura gastronmica do pas – especialmente no Amazonas, maior consumidor de peixes do Brasil.



Segundo dados da Associao Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), o consumo per capita de pescado no Brasil gira em torno de 10 kg por ano – abaixo dos 12 kg recomendados pela Organizao das Naes Unidas para a Alimentao e Agricultura (FAO), que prev um crescimento de 30% no consumo mundial de peixes na prxima dcada. No Amazonas, estado que se destaca como o maior consumidor de peixes do pas, o consumo mdio de 14 kg por pessoa ao ano, nmero que tende a crescer significativamente durante a Quaresma.

Compartilhe no Whatsapp
Compartilhe no Telegram

“O Norte do Brasil e, em especial a nossa regio amaznica, so grandes apreciadores de peixes. O consumo de pescados na nossa regio j mais de 20% maior que no restante do Brasil no ano todo. E, durante o perodo da Quaresma, ele cresce ainda mais, tanto por conta da tradio do consumo do bacalhau quanto pela alta na procura de outras espcies, principalmente as da regio amaznica, como alternativa ao bacalhau. um consumo crescente at a Pscoa”, relata Sidnei Dutra, scio proprietrio do Grupo Engenho, que possui uma rede de oito negcios – dois deles restaurantes especializados em peixes.

Esse aumento no consumo de peixes, especialmente o bacalhau e pescados regionais, reflete outra tendncia, que o incentivo adoo de hbitos alimentares mais saudveis no apenas durante a Quaresma, mas durante o ano todo. Muita gente aproveita essa poca do ano para adotar uma alimentao mais leve e nutritiva. E, para esse objetivo, os peixes so um grande aliado. “Esses hbitos comeam por uma alimentao balanceada – qual nutricionistas costumam incluir uma ampla base de carnes brancas, como o pescado”, lembra Sidnei.
E no toa, os peixes so fontes ricas de protenas de alta qualidade e cidos graxos essenciais, como o mega-3, que contribuem para a sade do corao, do crebro e do sistema imunolgico. Estudos apontam que o consumo regular de peixes est associado reduo do risco de doenas cardiovasculares, alm de auxiliar na preveno de inflamaes e na melhora da funo cognitiva.

O bacalhau, por exemplo, rico em protenas e pobre em gorduras, sendo uma excelente opo para quem busca uma alimentao equilibrada. Alm disso, uma fonte importante de vitaminas do complexo B e de minerais, como o fsforo e selnio, essenciais para o metabolismo energtico e a sade ssea. J espcies como o tambaqui, o pirarucu e o filhote so extremamente nutritivas e oferecem altos teores de mega-3, clcio e fsforo. O tambaqui, por sua vez, um dos peixes mais consumidos da Amaznia e tem um equilbrio ideal entre sabor e benefcios nutricionais.

Alm das qualidades nutricionais, os peixes tambm so ingredientes versteis na gastronomia. O bacalhau, por exemplo, a base de pratos icnicos da culinria portuguesa. J os peixes amaznicos brilham em receitas tradicionais, como a Caldeirada de Tambaqui e a moqueca de Pirarucu.

Amazonas
amaznicos
bacalhau
Manaus
mesa
peixes
quaresma
sade
Tradi

Fonte: D24am. Leia mais em https://d24am.com/plus/peixes-amazonicos-e-bacalhau-tradicao-e-saude-a-mesa-durante-a-quaresma/
Brasil : Qual o tamanho da responsabilidade do ser humano na crise climtica?
Enviado por alexandre em 26/03/2025 13:27:49

Em entrevista ao podcast Planeta A, Miriam Garcia discute as responsabilidades comuns e diferenciadas entre as naes na crise climtica e os impactos em cada pas

“Voc eternamente responsvel pelo o que emite”. Em entrevista ao podcast Planeta A, a gerente de Polticas Climticas do World Resources Institute (WRI), Miriam Garcia, discute o papel dos seres humanos na crise climtica e as disparidades nas emisses de CO2 entre os pases. A conversa abordou tambm os desafios e as possveis solues para reduzir as emisses de gases de efeito estufa no Brasil.

A entrevista, gravada em setembro de 2024, foi concedida ao gegrafo Bruno Arajo e republicada na ntegra em ((o))eco.

Doutora em Relaes Internacionais pela Universidade de So Paulo, Miriam Garcia explicou, em pouco mais de 27 minutos de conversa, como o Brasil poderia diminuir suas emisses, qual a importncia da transversalidade entre as naes quando se trata de aquecimento global e a impossibilidade de pensar em transio energtica sem considerar os mais atingidos pelos efeitos das mudanas climticas.

Escute o episdio completo do podcast Planeta A:

Confira a entrevista abaixo:

*

Bruno Arajo: De incio, Miriam, eu gostaria de te perguntar quais so as fontes emissoras desses gases do efeito estufa que provocam a crise climtica? 2p5v22

Miriam Garcia: Quando pensamos na questo do aquecimento global e da mudana do clima, bem importante dizer que a cincia afirma de forma muito contundente que as alteraes climticas so devido s emisses humanas de gases de efeito estufa. Quando ns olhamos o perfil de emisses de efeito estufa no mundo, o setor de energia representa mais de 70% dessas emisses. E a voc pode colocar nessa conta transporte, eletricidade, gerao de calor e emisses fugitivas de queima de combustvel fssil.

A maioria das emisses de CO2 da energia, quase que 90% proveniente do uso dos combustveis fsseis, especialmente para a gerao de eletricidade, calor, transporte, fabricao e consumo. Ento, por exemplo, a agropecuria, mundialmente, representa 12% dessas emisses. Uso da Terra, mudana do uso da terra e silvicultura representam 6,5%. Processos industriais tambm entram na contabilidade, principalmente para produo de materiais ou para setores que a gente chama de hard to abate, que so processos industriais que por si s so muito consumidores de energia na produo, e a a gente pensa na indstria qumica, no cimento e no ao.

E tambm importante destacar que os resduos tm uma contribuio, incluindo os aterros sanitrios, na emisso de metano de aproximadamente 3,2%.

Aproveito aqui para falar que o WRI, como instituto de pesquisa global, tem uma plataforma que se chama Climate Watch, que permite ver toda essa evoluo das emisses, dos gases de efeito estufa e que todo ano a gente produz uma anlise de quem so os top 10 emissores do mundo.

Hoje, os top 3 de gases de efeito estufa so China e Unio Europeia, olhando a Unio Europeia como um bloco de 27 pases, e os Estados Unidos. Esses trs contribuem para 42,6% das emisses globais. Ento muito representativo, principalmente quando a gente pensa que os ltimos 100 pases da lista s representam 2,9% das emisses, ou seja, quase 3%.

Ento sabemos que existem responsabilidades diferenciadas para cada pas, mas queria que investigssemos agora, quais so as aes concretas que cada pas pode ter para reduzir as suas emisses de gases do efeito estufa na atmosfera? 412o1c

importante destacar que, em termos de resposta global para as emisses, o acordo de Paris prev que cada pas apresente ao secretariado da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana de Clima, um documento que contenha o seu plano de reduo de emisses, que a gente chama de mitigao, de adaptao e, no caso dos pases do sul global, as necessidades de financiamento, transferncia de tecnologia ou de capacidades para implementar a sua rota de reduo de emisso. E por meio desse documento, os pases, que so as contribuies nacionalmente determinadas – a gente utiliza muito a sigla NDC, em ingls – apresentam a cada 5 anos quais so as suas estratgias de desenvolvimento de baixa emisso de gases de efeito estufa.

Alm disso, os pases tambm so convidados a apresentar estratgias de longo prazo, ou seja, qual a viso do pas at 2050 para reduo das emisses de gases de efeito estufa.

O Brasil figura dentro do top 10 das economias do planeta. Entretanto, o perfil de emisses brasileiro um perfil diferente das grandes economias do planeta. Como o perfil das emisses de gases de efeito estufa do Brasil se comparado ao dessas grandes economias? 4f2c2m

Gado em pasto degradado na Amaznia: rebanho bovino lidera emisses de metano do Brasil. Foto: Ipam

extremamente importante entendermos qual o perfil do Brasil, porque ele completamente diferente das outras economias. Ento, no tem receita de bolo para a questo climtica, a no ser o objetivo comum, que a busca da reduo de emisses de gases de efeito estufa. Mas quando voc olha para a questo da adaptao do financiamento, voc precisa de vrias receitas para que o dinheiro possa chegar na ponta, para estratgias de mitigao tambm, porque o perfil dos pases diferente. O Brasil considerado hoje o stimo maior emissor do mundo, mas, apesar dessa alta colocao, importante destacar que com uma participao aproximada de 3% das emisses anuais.

E por que os dados do Brasil diferem do resto do mundo? As mudanas do uso da terra, que incluem o desmatamento, no s Amaznia, mas dos outros biomas, por exemplo, como Mata Atlntica e Cerrado, representam aproximadamente 50% das nossas emisses, seguido do setor da agropecuria, que representa aproximadamente 27% das emisses brutas do pas. Energia vem s em terceiro lugar.

Ento, quando voc olha o grfico do que acontece no mundo de forma agregada e voc olha o grfico do Brasil, voc v que tem uma diferena, por conta da matriz eltrica brasileira, que bem mais limpa do que o resto das matrizes eltricas dos outros pases. Mas principalmente porque a gente tem um grande problema a ser enfrentado, que a economia do desmatamento, ela ilegal, ento ela a maior contribuidora. So importantes aes de comando e controle para inibir essa economia ilegal.

Agora, se a gente pensar em um processo econmico do Brasil, a segunda fonte de emisso, que a agropecuria, o setor econmico que mais contribui. E a podemos pensar tambm na indstria. O setor industrial do Brasil contribui com aproximadamente 6% em relao ao perfil de emisses. importante dizer tambm que o setor industrial do Brasil ou nos ltimos anos por uma desacelerao, ento hoje tem uma participao menor no PIB da economia.

Por isso, inclusive, nos ltimos anos ficou muito em alta a discusso sobre o controle do desmatamento e a desregulao das polticas ambientais de comando e controle do ltimo governo federal. E celebrou-se muito quando a Marina Silva assumiu o Ministrio do Meio Ambiente, tendo em vista a perspectiva e a expectativa de que o Brasil asse, a partir de ento, a ter um mecanismo de comando e controle mais rgido e que pudesse ter um controle do desmatamento. Os dados mais recentes do desmatamento no Brasil so contraditrios, vamos dizer assim. Se na Amaznia a gente tem um aumento da proteo e uma reduo do desmatamento, por outro lado, a gente v que no Cerrado e no Pantanal h um aumento do desmatamento. De que maneira as polticas brasileiras de reduo de emisses de gases de efeito estufa tem evoludo nos ltimos anos, n? Como o estado brasileiro tem se portado diante da necessidade de reduzir as emisses? 8371c

Quando olhamos historicamente, importante destacar que em 2009 foi, digamos, homologada, a primeira lei que se refere poltica nacional de mudana do clima, n? Ento, estamos completando, em 2024, 15 anos da PNMC.

De l para c, o Brasil teve alguns sucessos por alguns momentos em termos de reduo do desmatamento, com picos em outros momentos, e agora a reduo na Amaznia, mas com aumento no Cerrado. Mas de forma geral, o que o conjunto de dados indica, e essa at uma anlise trazida pelo Observatrio do Clima, que uma coalizo de organizaes da sociedade civil que trabalham com a temtica aqui no Brasil, que a curva de emisses do Brasil permanece essencialmente igual antes da adoo da poltica nacional sobre mudana de clima.

O que importante destacar que h uma vontade muito grande dessa nova istrao de enderear a questo climtica, de enderear a questo ambiental. Ento, em novembro do ano ado, 2023, o governo brasileiro submeteu uma atualizao da sua NDC ao secretariado da Conveno-Quadro com compromissos de reduo de emisses de gases de efeito estufa.

Ento importante destacar que nessa nova janela de oportunidade que temos para acelerar e a necessidade de acelerar porque j vivemos num momento de emergncia climtica, o compromisso do Brasil de reduzir em 48% at 2025 as suas emisses e 53% at 2030 em relao a uma linha de base de 2005.

A ministra Marina Silva (Meio Ambiente), junto com o Presidente da Repblica, Luiz Incio Lula da Silva, e o Vice-Presidente da Repblica, apresenta a nova NDC brasileira. Foto: Ricardo Stuckert / PR

importante destacar tambm que todos os setores precisam contribuir e para alm do compromisso da NDC, ns temos visto dentro do governo federal iniciativas para deixar a agenda climtica cada vez mais transversal.

A agenda climtica no deve ser somente responsabilidade do Ministrio do Meio Ambiente, do Brasil ou de qualquer outro pas no mundo. uma questo que tem impactos econmicos e sociais e por isso os outros ministrios precisam tambm, no s de um entendimento da agenda, mas como eles agregam a agenda na sua tomada de deciso, na formulao de polticas pblicas pensando nos indicadores. Podemos destacar aqui no Brasil o plano de transformao ecolgica. Esse plano foi lanado pelo Ministrio da Fazenda, na COP 28, em Dubai, no ano ado, e tem por objetivo promover uma mudana nos paradigmas econmicos, tecnolgicos, pensando um desenvolvimento sustentvel.

Ainda aguardamos quais vo ser os prximos captulos, mas j um indicativo de que o Ministrio da Fazenda v a agenda de clima como de alta relevncia para o seu planejamento. E podemos pensar tambm em outras iniciativas, como a iniciativa do Ministrio de Desenvolvimento, Indstria e Comrcio, que lana uma nova indstria do Brasil, que um programa que busca tambm, atravs de instrumentos tradicionais de polticas pblicas, pensando subsdio, emprstimos, ampliao de investimentos, mas com incentivos para que seja uma industrializao verde.

Podemos pensar tambm em questes conectadas ao Plano Brasileiro de Baixa Agricultura, o Plano ABC+, ento toda essa agenda quando ela comea a se movimentar no que a gente chama de nvel domstico, permite a transversalidade do tema de clima.

Esse setor que promove essa economia ilegal tambm significa uma barreira para o enfrentamento da crise climtica e para a promoo da reduo das emisses. Na sua opinio, quais so as maiores barreiras que hoje enfrentamosno Brasil para a reduo das emisses dos gases do efeito estufa? 3e6o17

No tem uma nica resposta para reduzir a curva de emisses do Brasil. Ns precisamos trabalhar com uma caixa de ferramentas. Certamente, a ferramenta do comando e controle para ao de desmatamento essencial, sem ela no h como combater a ilegalidade.

Mas tambm necessrio olhar a parte de incentivos econmicos. Incentivos econmicos so necessrios para conservao de reas naturais, para recuperao de reas degradadas e para a restaurao ecolgica. Voc tambm precisa de parte de incentivo econmico para promover a descarbonizao da indstria do Brasil, porque somente com essa descarbonizao que voc vai conseguir. Incentivo econmico para mudar, por exemplo, a questo de aterros que existem no pas e que so responsveis pelas emisses dos resduos. E tambm a necessidade de se ter um debate participativo com a sociedade sobre qual trajetria de desenvolvimento que ns queremos. Ento, o debate da energia no Brasil tambm um debate necessrio sobre a questo dos combustveis fsseis. Qual o modelo de desenvolvimento que o pas quer? o modelo que vai gerar riquezas e ao mesmo tempo promover a recuperao das reas degradadas, a conservao da biodiversidade e a reduo das emisses de gases de efeito estufa?

Ento, um modelo que promova incluso social e que possa tambm nos colocar numa trajetria de uma economia de baixo carbono. Ou seja, as barreiras so enormes. Elas no so fceis de serem superadas, mas necessrio. No temos outro caminho a no ser enfrentar essas barreiras, porque se no, elas s vo aumentar e a hora que a gente se der conta, as perdas vo ser muito maiores.

(…) Quando a chuva cai e a rua inunda, ou quando a gente tem uma onda de calor muito intensa, isso tem impacto nas nossas vidas e, com certeza, impactos econmicos. O impacto econmico, por exemplo, da reconstruo de uma cidade afetada por uma quantidade colossal de chuva muito grande. E a o que eu queria te perguntar justamente isso, como as mudanas climticas podem afetar a economia brasileira se as emisses de gases do efeito estufa no forem controladas? 386f1d

Temos uma ordem de grandeza, mas a mensurao deles ainda no totalmente real porque s quando a tragdia acontece d para entender o tamanho da dimenso dela. As modelagens econmicas tem evoludo muito para poder tentar captar os riscos climticos, internalizar dentro dos modelos. Mas, por exemplo, a tragdia que aconteceu no Rio Grande do Sul nos mostra a perda do PIB do estado, a necessidade de reconstruo de cidades inteiras no estado, debates at se algumas cidades devem ser reconstrudas onde elas existiram desde sempre, porque elas continuaro sujeitas a outros eventos climticos extremo. Ento, tem alguns nmeros. Por exemplo, em 2017 podemos colocar que o Brasil perdeu 2,4 milhes de toneladas da sua produo de soja e milho devido a uma infraestrutura inadequada que traz um prejuzo de 2 bilhes. A gente tem esses nmeros, o quanto a tragdia no Rio Grande do Sul vai impactar o PIB do estado. Ento, ter esse olhar muito importante para o tomador de deciso, porque ele consegue internalizar o custo, e a o custo da inao, o custo de no fazer nada vai ser maior do que o custo da ao.

Ento, essa uma forma tambm de chamar ateno para o problema das mudanas climticas, para mostrar: ‘no fazer nada tem um custo econmico, um custo social, um custo ecolgico muito maior do que se fizer’. Ento, o que parece agora como um gasto, na verdade um investimento que voc est fazendo para evitar uma perda l na frente.

E essa narrativa, ela muito importante de ser utilizada para os diferentes tomadores de deciso para que ali voc olhe: ‘Ah, se eu aloco o recurso de forma mais racional’, a forma mais racional de se fazer a alocao de recurso levando em conta os riscos climticos. No h outra forma racional de se fazer a alocao de recursos que no seja essa.

A gente j abordou a desigualdade Internacional, em que determinados pases China, Unio Europeia, como um conjunto de pases, e os Estados Unidos representam mais do que 45% das emisses de gases de efeito estufa planetrias. Mas me parece que ainda h uma desigualdade em uma escala menor ao observar as pessoas, a humanidade, os agentes que promovem a emisso desses gases. E a tem dados, por exemplo, que apontam que so as pessoas mais ricas, aquelas que possuem hbitos de vida que produzem e emitem mais gases do efeito estufa. Mas no s o seu hbito de vida. Essas pessoas com muita riqueza, na maioria das vezes, so donas de tamanha riqueza, porque tambm so donas dos meios de produo, ou seja, fbricas, indstrias e grandes comrcios, que na prpria atividade produtiva est associada inerentemente emisso desses gases. Em contrapartida, ao observar as pessoas mais empobrecidas, a gente repara que as emisses advindas desse dessa classe social so muito reduzidas. Ento, h responsabilidades diferenciadas. Eu queria que voc tratasse um pouco dessa diferena, dessa desigualdade. Porque ao observar os impactos da crise, a gente consegue fazer um entendimento inversamente proporcional, a partir do momento em que so as pessoas mais empobrecidas, aquelas que tm maior potencialidade de sofrer com os impactos da crise climtica. 1z494f

Exato, o princpio de responsabilidade comum, mas diferenciada, o princpio norteador da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima e retomada no acordo de Paris, porque exatamente essa dinmica. Para alm de quem so os top 10 emissores do ltimo ano, importante olhar quem historicamente responsvel pelo acmulo de gases de efeito estufa na atmosfera. uma soma cumulativa.

E hoje, quando voc v quais so os pases mais afetados, so as naes que menos contriburam para isso. Do ponto de vista das negociaes internacionais, h uma mobilizao muito grande desses pases que muitas vezes so pases pequenos, sem muitos recursos financeiros, ou seja, no possuem grandes corpos diplomticos que se unem. Ento, por exemplo, tem Aliana das pequenas ilhas, porque h assim indicao da cincia de que a nao que eles vivem, o territrio que eles vivem vo desaparecer, com a subida do mar, vai deixar de existir. E de que forma aquele pas contribuiu para a emisso de gases de efeito estufa?

Ns temos tido uma discusso cada vez maior tambm sobre a questo de perdas e danos. No s financiamento para apoiar aes de mitigao e de adaptao, mas reconhecendo exatamente nessa lgica de que voc ter danos irreversveis e que voc ter perdas que vo acontecer. Ento ns temos visto cada vez mais, e muito importante que cresa ainda mais, o debate sobre racismo ambiental aqui no Brasil.

E como eu disse anteriormente, essa lente da justia climtica como uma lente transversal para as aes climticas, para exatamente enderear um desses pontos, que foram os que menos contriburam para o problema que todos ns enfrentamos, estaro ali na linha de frente das consequncias das alteraes climticas.

Ento um problema de justia quando a gente olha do ponto de vista internacional, mas tambm do ponto de vista nacional e que precisa ser endereado, de uma forma muito sria, muito robusta e com um debate participativo. No existe um debate para enderear a questo da justia climtica sem as pessoas mais afetadas.

Miriam, e por final queria te pedir algumas recomendaes de leitura, de filme, de srie, de msica. Pode ser tanto a ver com a discusso sobre emisses, sobre mudanas climticas e pode ser tambm um conto, uma crnica, enfim, um filme fantasia. O que que voc t ouvindo? O que que voc t assistindo? g1r5x

Bom, eu acabei de ver aqui no YouTube um pouquinho antes de entrar e no pra fazer, um super jab do WRI, mas porque ficou um produto muito legal. uma srie de vdeos sobre a importncia de regenerar a floresta e produzir alimentos na Amaznia. Uma composio de 4 vdeos que sistematizam brevemente a experincia de trabalhar do planejamento, implementao e a restaurao e assentamentos da reforma agrria na Amaznia.

*

  • Jlia Mendes 1n3v10

    Estudante de jornalismo da UFRJ, apaixonada pela rea ambiental e tudo o que a envolve

  • Bruno Araujo 3i15a

    Gegrafo, especialista em Clima e Polticas Pblicas, mestrando em Planejamento Urbano com foco em clima, assessor parlamentar para justia climtica (ALERJ), comunicador no @BrunoPeloClima e apresentador do Podcast Planeta A.

Brasil : At os primeiros parques nacionais esto contaminados por agrotxicos
Enviado por alexandre em 26/03/2025 13:25:30

Prejuzos ambientais, s pessoas e outras espcies tendem a crescer com afrouxamentos como os aprovados no Mato Grosso

Aldem Bourscheit

Um estudo cientfico revela que at unidades de conservao da natureza do Brasil esto contaminadas por agrotxicos. Reduzir e controlar o uso desses venenos urgente, dizem pesquisadores. Contudo, regras protetoras seguem sob ataque no pas.

Espalhados em municpios fluminenses e mineiros, Itatiaia e Serra dos rgos esto no pdio dos primeiros parques nacionais no Brasil. Foram criados nos anos 1930 para defender florestas, guas e vida selvagem da Mata Atlntica.

Suas trilhas, montanhas, cachoeiras e outros cenrios inigualveis atraram quase 360 mil brasileiros e estrangeiros, s ano ado. Os nmeros so de quem responde pelas unidades federais de conservao da natureza, o ICMBio.

Contudo, at essa pujana natural e turstica foi envenenada. No fossem cientistas do Brasil e outros pases, isso seguiria no escuro. Seu estudo publicado na revista Environmental Pollution mostra que lagos e sedimentos de alagados naqueles parques esto poludos por 17 tipos de agrotxicos.

“ uma diversidade muito grande de substncias. Isso o mais assustador”, ressalta o doutor em Biofsica Cludio Taveira Parente, um dos autores do artigo e responsvel pelo Laboratrio de Estudos Ambientais Olaf Malm, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Grande parte dos agrotxicos registrados est globalmente banida pelos riscos s pessoas e natureza, mas outros seguem ativos no Brasil. A lista tem herbicidas, inseticidas, fungicidas e acaricidas usados em lavouras como de algodo, soja, milho, tomate, feijo, cana-de-acar, laranja, ma e limo.

As maiores concentraes de qumicos verificadas nos dois parques nacionais foram dos venenos clorpirifs, disulfoton, diuron, carbaril e carbendazim. Esse ltimo est nacionalmente vetado pela Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa), desde 2022.

“Usamos venenos proibidos em pases que inclusive importam nossas commodities”, lembra o doutor em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia (Inpa) Lucas Ferrante de Faria, que h mais de 15 anos estuda impactos do agro sobre pessoas e biodiversidade.

Ao fundo, o pico “Dedo de Deus” sob o amanhecer na Serra dos rgos, no Rio de Janeiro. Foto: Carlos Perez Couto / Creative Commons

O artigo de cientistas do Brasil, Repblica Checa e Chile mostra que as quantidades de agrotxicos verificadas nos parques nacionais oferecem riscos s pessoas e biodiversidade.

“A vida aqutica a mais ameaada porque as substncias persistem nos ambientes”, alerta Cludio Parente (UFRJ). “Plantas e animais desses lagos e alagados alimentam outras espcies”, recorda. Isso poderia ampliar a contaminao atravs da cadeia alimentar.

Mas, pessoas e espcies selvagens podem sofrer efeitos similares pelo contato com agrotxicos, como aborto e m formao de fetos, mutaes e anomalias genticas, cncer e doenas degenerativas como Mal de Parkinson, diz Lucas Ferrante (USP/UFAM).

“Tambm podem ocorrer extines locais de fauna, flora e de polinizadores como abelhas, importantes para produzir frutas como melo, melancia e maracuj”, pontua. “O prprio agro afetado por seus agrotxicos”, avalia o pesquisador.

Os parques nacionais de Itatiaia e da Serra dos rgos foram criados respectivamente em junho de 1937 e novembro de 1939. Entre essas datas, foi decretado o Parque Nacional do Iguau, em janeiro de 1939. Eles foram os trs primeiros parques nacionais do pas.

O estudo Occurrence of current-use pesticides in sediment cores from lakes and peatlands in pristine mountain areas of Brazilian national parks a tese de doutorado da pesquisadora Patrcia Csar Gonalves Pereira junto UFRJ.

O trabalho mostra igualmente que agrotxicos j contaminaram ao menos parques nacionais como Yosemite, Sequoia, Glaciar, Montanhas Rochosas, nos Estados Unidos, e Kibale, em Uganda (frica).

Venenos viajantes 1p1y4v

Caractersticas geogrficas e climticas, como maiores altitudes e menores temperaturas mdias anuais, concentram agrotxicos e outros poluentes em reas teoricamente isoladas como os parques de Itatiaia e da Serra dos rgos.

“H uma tendncia de que regies montanhosas como essas sirvam como armadilhas, como anteparos naturais, para essas substncias”, detalha Cludio Parente (UFRJ). “ esperado que isso ocorra em outras unidades de conservao no pas”, avisa.

Apesar disso, quase impossvel cravar de onde vieram os venenos que se depositam e ameaam regies e espcies que deveriam estar protegidas de impactos do agronegcio. Todavia, alguns fios podem ser puxados.

Protesto em frente ao Congresso Nacional contra a possvel liberao de mais substncias txicas no pas, inclusive cancergenas. Foto: Otvio Almeida / Greenpeace

Dados do MapBiomas mostram o plantio crescente e com agrotxicos de soja, caf, pastos e silvicultura nos municpios onde esto os dois parques nacionais – Itatiaia, Resende, Terespolis, Petrpolis, Mag e Guapimirim, no Rio de Janeiro, Bocaina de Minas e Itamonte, em Minas Gerais.

Contudo, a contaminao pode vir de bem mais longe. O estudo veiculado na revista Environmental Pollution conta que a ventania pode espalhar substncias como o clorpirifs por mais de 400 quilmetros desde onde foram aplicadas.

Como se isso j no deixasse cabelos em p, uma investigao dada Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontou agrotxicos at na gua da chuva, no caso sobre as cidades de So Paulo, Brotas e Campinas.

As anlises indicam que a proporo de qumicos tem ligao direta com a extenso das lavouras, que ocupam quase metade dos 795 km2 do municpio de Campinas, 30% dos 1.101 km2 de Brotas e 7% dos 1.521 km2 da capital.

“A volta das chuvas aps longos perodos de seca ‘lava a atmosfera’ e tende a ter uma alta concentrao de poluentes”, avalia Cludio Parente, doutor em Biofsica pela UFRJ.

Ele integra um grupo que h mais de uma dcada investiga a poluio qumica em unidades de conservao da natureza, sobretudo em regies de altitude mais elevada.

Por exemplo, seus estudos encontraram hidrocarbonetos aromticos policclicos (HPAs) nos parques nacionais de So Joaquim (SC) e de Itatiaia (RJ). Eles podem vir da fumaa de queimadas, cigarros ou derivados de petrleo, prejudicando a sade humana e animal, reconhece o governo.

Esforos cientficos como esses reforam a urgncia de se reduzir o uso de agrotxicos e de ampliar o de outras substncias, como orgnicas, biodegradveis ou menos persistentes. Um desafio e tanto frente realidade brasileira.

O Parna do Itatiaia (RJ/MG) e seus cenrios esto ameaados pela contaminao do agronegcio. Foto: Gilcimar Soares Liberato / Creative Commons

Atraso acelerado 1t3k5m

O estudo na Environmental Pollution lembra que o Brasil o maior mercado mundial de agrotxicos desde 2011. Nosso consumo anual ou das 700 mil toneladas, que encheriam ao menos 280 piscinas olmpicas. Isso supera em mais de 260 mil toneladas o segundo colocado, os Estados Unidos.

Alm do uso de volumes bblicos de venenos, o afrouxamento de regras protetoras aumenta as chances de srios prejuzos ambientais e humanos. Exemplo recente vem de um dos maiores palcos nacionais do agronegcio, o estado do Mato Grosso.

Dando de ombros a alertas cientficos e de ongs, sua Assembleia Legislativa aprovou a aplicao de agrotxicos at junto a reas habitadas e fontes de gua, no caso de pequenos imveis. Para mdias e grandes fazendas, a distncia vai de 25 metros a 90 metros, dizem entidades civis.

Antes, o mnimo para uso de venenos em imveis rurais era de 150 metros a 300 metros de povoaes, cidades, vilas, bairros e reas de captao hdrica. Para ruralistas, isso prejudicava a economia e a populao pelo descontrole de pragas agrcolas.

“As distncias anteriores j eram insuficientes para defender guas, natureza e pessoas”, diz Lucas Ferrante de Faria, pesquisador nas universidades de So Paulo (USP) e Federal do Amazonas (UFAM). “Agora teremos aplicaes ainda mais perto at de escolas”, alerta.

O estado do Mato Grosso o lder nacional em uso de agrotxicos, com 170 milhes de litros consumidos s em 2023.

Venenos agrcolas podero ser aplicados praticamente junto a reas com vegetao nativa e populaes rurais, tradicionais e indgenas. Foto: Adriano Gambarini / Opan

Aprovado em regime de urgncia e com apenas trs votos contrrios, dos deputados Wilson Santos (PSD), Ldio Cabral (PL) e Valdir Barranco (PL), a lei ser contestada, mesmo que tenha sano do governador Mauro Mendes (Unio Brasil).

Para a consultora jurdica do Observatrio Ambiental do Mato Grosso (Observa/MT), Edilene Amaral, foi uma nova demonstrao de que a produo rural a qualquer custo prevalece sobre direitos humanos e ambientais. “Ser um desastre”, projeta.

Por isso, entidades civis e pesquisadores prometem acionar o Ministrio Pblico e o Judicirio buscando reverter o que consideram j um dos maiores retrocessos legais deste ano.

“Caso o governador no vete o aprovado, ele e a Assembleia sero responsveis pelo envenenamento da populao, inclusive de quem o elegeu”, diz Lucas Ferrante (USP/UFAM). Alm disso, o cientista projetou prejuzos econmicos ao estado.

“A comunidade internacional precisar rever suas importaes do Mato Grosso, pois no ser possvel as descolar da violao de direitos ambientais, de populaes tradicionais e indgenas”, alerta. “O agro no pop, o agro no poupa ningum”, conclui Ferrante.

Afrouxar regras para importar, produzir e usar agrotxicos uma pauta permanente de ruralistas e aliados no Congresso Nacional e nas assembleias estaduais. Alm disso, s em janeiro foram liberados 44 novos tipos de venenos qumicos no Brasil, inclusive vetados em outros pases.

  • Aldem Bourscheit h6w1w

    Jornalista cobrindo h mais de duas dcadas temas como Conservao da Natureza, Crimes contra a Vida Selvagem, Cincia, Agron...


Brasil : Amaznia perdeu 3,6% de gua nos rios em 2024, registra o MapBiomas
Enviado por alexandre em 25/03/2025 09:58:47

O Brasil detm 12% da gua potvel do planeta, mas tem uma distribuio desigual. Mais da metade das fontes de gua do pas (61%) est na Amaznia onde vivem 4,2 milhes de brasileiros 146n

Orla do So Raimundo em Manaus na seca em outubro de 2024: perda significa de gua no Rio Negro. Foto: internet

Com MapBiomas

A Amaznia est perdendo gua. A reduo nas bacias hidrogrficas foi de 3,6% em 2024, o equivalente a 4,5 milhes de hectares afetados, segundo estudo do MapBiomas, grupo cientfico formado por pesquisadores de universidades, ONGs e empresas.

“Foram dois anos consecutivos de seca extrema na Amaznia, sendo que, em 2024, a seca chegou mais cedo e afetou bacias que no foram fortemente atingidas em 2023 com a do Tapajs”, diz Carlos Souza, pesquisador do MapBiomas.

Das 47 sub-bacias, que inclui o Tapajs, Madeira, Negro, Solimes e Javari, 63% registraram perda de gua em relao mdia histrica. Os casos mais graves ocorreram nas sub-bacias do Rio Negro, que apresentaram uma reduo de mais de 50 mil hectares em comparao mdia histrica.

Em 2024, vrios rios da regio alcanaram cotas mnimas, segundo o SGB (Servio Geolgico do Brasil). E a falta de gua afetou a navegao, o abastecimento de produtos em vrias cidades do Estado e o modo de vida de inmeras comunidades ribeirinhas e indgenas.

O impacto ambiental tambm preocupante, porque o baixo fluxo de gua intensifica a degradao dos habitats aquticos e pode provocar grande mortandade de peixes.

“A dinmica de ocupao e uso da terra no Brasil, junto com eventos climticos extremos causados pelo aquecimento global, est deixando o Brasil mais seco. Esses dados servem como um alerta sobre a necessidade de estratgias adaptativas de gesto hdrica e polticas pblicas que revertam essa tendncia”, diz Juliano Schirmbeck, coordenador tcnico do MapBiomas gua.

Segundo o MapBiomas, o Brasil detm 12% da gua potvel do planeta, mas tem uma distribuio desigual. Mais da metade das fontes de gua do pas (61%) est na Amaznia onde vivem 4,2 milhes de brasileiros. A Caatinga, que abriga 32 milhes de habitantes, tem menos de 1 milho de hectares de superfcie de gua (981 mil, ou 5% do total).

Com 2,2 milhes de hectares, a Mata Atlntica tem 13% das fontes de gua no Brasil, seguida pelo Pampa (1,8 milho de hectares, ou 10% do total) e Cerrado (1,6 milho de hectares, ou 9% do total). Em 2024, o Pantanal era o bioma com menor superfcie de gua no pas com 366 mil hectares ou 2% do total, de acordo com o MapBiomas.

Queimadas 336m37

Ainda segundo o MapBiomas, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano as queimadas se concentraram no estado de Roraima, nos municpios de Normandia, com 21,9 mil hectares queimados, o que equivale a 22 mil campos de futebol. Pacaraima registrou 17,7 mil hectares e Boa Vista 10,3 mil, o que contribuiu para que a Amaznia seja o bioma mais afetado pelo fogo, com 89,1 mil hectares queimados.

O aspecto positivo, segundo o levantamento, est na comparao com o mesmo ms do ano ado quando 1,2 milho de hectares foi queimado na Amaznia, uma diminuio de 92% em relao ao mesmo perodo do ano anterior.

O segundo bioma mais afetado neste incio de ano o Cerrado (22,3 mil hectares) e o terceiro a Mata Atlntica (3,9 mil hectares), segundo o estudo. Entre os estados mais afetados, Roraima (73,2 mil hectares) o primeiro, Mato Grosso do Sul (10,2 mil) o segundo e o terceiro o Par (8,4 mil).

Em fevereiro, as formaes campestres presentes no Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal foram as mais queimadas, com 43,5% afetadas. Em seguida, a formao florestal com 16,4% e em terceiro a pastagem 15,8%.

1 ... 25 26 27 (28) 29 30 31 ... 1161
Publicidade Notcia