Em cinco dcadas, a explorao petrolfera no bioma desmatou florestas, contaminou guas, despejou gases na atmosfera, invadiu territrios indgenas e aprofundou desigualdades. Agora, uma nova onda exploratria ameaa repetir essa histria
Navio petroleiro Anrietta descarrega produtos derivados de petrleo em Georgetown, Guiana. Foto: Victor Moriyama/InfoAmazonia
Publicado originalmente por InfoAmazonia 6dl4p
A Amaznia concentra grande parte das descobertas recentes de petrleo e gs natural do mundo, consolidando-se como uma nova fronteira global para a indstria fssil.
Quase um quinto das reservas mundiais encontradas entre 2022 e 2024 est na regio, principalmente na costa do extremo norte da Amrica do Sul, entre Guiana e Suriname. Essa riqueza tem atrado crescente interesse internacional, tanto de empresas da cadeia petrolfera quanto de pases vizinhos como o Brasil, que busca explorar sua prpria margem.
No total, a regio amaznica acumula em torno de 5,3 bilhes de barris de leo equivalente (boe) dos cerca de 25 bilhes descobertos globalmente no perodo, segundo nossa anlise a partir de informaes do Monitor de Energia Global, que coleta dados sobre infraestrutura energtica ao redor do mundo.
“A Amaznia e os blocos offshore adjacentes representam uma grande parcela das recentes descobertas de petrleo e gs no mundo”, afirmou Gregor Clark, coordenador do Portal Energtico para a Amrica Latina, plataforma ligada ao Monitor de Energia Global. Para ele, esse avano, porm, “ incompatvel com as metas internacionais de reduo de emisses e traz consequncias ambientais e sociais significativas, tanto em escala global quanto local”.
Alm das reservas j identificadas, a Amaznia concentra uma grande proporo de reas sub-exploradas na Amrica do Sul. A regio abriga 794 blocos de petrleo e gs — reas oficialmente delimitadas para a explorao, sem a garantia da existncia de recursos. Quase 70% desses blocos na Amaznia esto em fase de estudo ou disponveis para oferta ao mercado, ou seja, ainda improdutivos.
Em contraste, 60% dos cerca de 2.250 blocos sul-americanos fora do bioma j esto concedidos – liberados para a busca de reservas e a extrao de recursos –, consolidando a Amaznia como um caminho promissor de expanso da indstria. Isso o que revela nossa anlise a partir de dados dos pases amaznicos compilados at julho de 2024 pelo Instituto Internacional Arayara, que monitora atividades petrolferas na regio. De todo o territrio amaznico, apenas no existem blocos petrolferos na Guiana sa, onde os contratos so proibidos por lei desde 2017.
A nova onda exploratria que se desenha coloca em risco um bioma essencial para o equilbrio climtico global e as populaes que nele vivem, justamente quando o mundo intensifica os debates sobre a reduo da dependncia de combustveis fsseis.
“No adianta falar em desenvolvimento sustentvel se a gente segue explorando petrleo”, disse o lder indgena guianense Mario Hastings. “Precisamos de uma mudana real, que inclua as comunidades indgenas e respeite nossos direitos”.
Essa investida da indstria do petrleo sobre a Amaznia o que explora, a partir desta primeira de uma srie de reportagens, o projeto transfronteirio At a ltima Gota. O especial jornalstico realizado pela InfoAmazonia, em parceria com GK, Ojo Pblico e Rutas del Conflicto, e republicado na ntegra por ((o))eco, envolveu uma srie de anlises de dados aprofundadas, dezenas de entrevistas e investigaes de campo em cinco pases que compreendem mais de 80% do bioma: Brasil, Colmbia, Equador, Guiana e Peru.
Ao longo do ltimo ano, esse amplo esforo jornalstico mapeou os danos socioambientais provocados por mais de 50 anos de extrao de petrleo na Amaznia e os riscos de incurses mais recentes. A investigao tambm explorou as engrenagens econmicas e polticas que alimentam as novas expectativas em torno do velho e conhecido petrleo.
Abundante em recursos naturais, a Amaznia raramente colhe os frutos da explorao. Pelo contrrio: a srie mostra que, enquanto metade do leo sul-americano destinado a economias estrangeiras e seus royalties geram mais desigualdades que progresso local, permanecem na regio o desmatamento e as guas contaminadas por suas operaes.
Enquanto as petroleiras planejam extrair at a ltima gota de leo da floresta tropical e de sua costa, suas atividades atropelam unidades de conservao e territrios indgenas. Na Amaznia, 81 blocos concedidos se sobrepem a 441 terras ancestrais, e outros 38 blocos liberados afetam 61 unidades de conservao. Alm disso, entre os blocos em fase de estudo ou oferta, 114 esto situados em terras indgenas e 58 em reas naturais protegidas, segundo a anlise do projeto.
Blocos concedidos na Amaznia se sobrepem a 441 terras indgenas e 61 unidades de conservao.
Esse movimento expansionista – que mantm o modelo extrativista predominante desde a colonizao europeia das Amricas – se vale de acordos desfavorveis s populaes locais, provoca conflitos internos em comunidades impactadas e atrai grupos armados a reas ricas em recursos naturais que carecem de servios e presena estatal.
Costa amaznica: a nova corrida do petrleo 5m6l3r
A Guiana, pequena e at ento discreta nao sul-americana, tornou-se o epicentro das recentes descobertas globais de petrleo, emergindo como a “nova Dubai” do leo – expresso usada principalmente pelos estrangeiros de empresas recm-estabelecidas no pas.
O petrleo levou sua populao a testemunhar um boom econmico, mas tambm a enfrentar desafios como a alta da inflao e o agravamento da desigualdade social. Ao mesmo tempo, as operaes da cadeia petrolfera ameaam os impressionantes 90% de territrio guianense ainda cobertos pela Amaznia.
“O mundo est caminhando para um futuro sem combustveis fsseis, mas a Guiana est se abrindo para o petrleo e o gs”, disse a ambientalista guianense Sherlina Nagger. “Nossos lderes esto do lado errado da histria”.
Alm da Guiana, as recentes e tambm volumosas descobertas no vizinho Suriname reacenderam o interesse pela margem equatorial, faixa costeira de milhares de quilmetros prxima linha do Equador, predominantemente tomada pelo bioma amaznico.
Na regio, a Venezuela renovou seu interesse em anexar Essequibo, territrio guianense disputado pelos imprios espanhol e britnico no sculo 19, que voltou a ser foco de tenses devido ao seu potencial petrolfero.
J o Brasil, que abriga a maior extenso dessa rea estratgica, enfrenta empecilhos para explor-la. Isso inclui um histrico de perfuraes malsucedidas desde a dcada de 1970 e, mais recentemente, repetidas negativas estatal Petrobras para conduzir pesquisas no bloco 59. Ele est localizado na Foz do Amazonas, trecho do bioma amaznico onde o rio Amazonas desgua no oceano Atlntico.
MAIS DE 92% dos blocos em alto mar da Amaznia esto em fase de estudo ou oferta ao mercado
Em maio de 2023, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama) negou o pedido da Petrobras de explorar o bloco. O parecer do rgo, assinado por 26 analistas e reiterado em fevereiro de 2025, apontou falhas nos planos de emergncia da estatal, o que traria riscos a ecossistemas amaznicos sensveis. Essa regio abriga a maior rea contnua de manguezais do mundo e um grande sistema de recifes, recentemente descrito, que guarda grande potencial cientfico e ecolgico.
Pesquisadores tambm alertam para as graves ameaas ao clima da atividade naquela rea. “Abrir novas reas para explorao de petrleo na Amaznia vai contra as recomendaes do Acordo de Paris para limitar o aquecimento global”, criticou Philip Fearnside, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia. “Alm disso, os riscos de vazamentos de petrleo nesta regio seriam catastrficos”.
Apesar dos riscos, o interesse da Petrobras em explorar a margem equatorial no arrefeceu. Com a polmica ganhando destaque no incio de 2024, o ento presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirmou que a companhia iria extrair “at a ltima gota de petrleo” do pas.
Aps divergncias com o governo brasileiro, Prates foi substitudo em maio de 2024 por Magda Chambriard, que atuou por cinco anos como diretora-geral da Agncia Nacional do Petrleo. Ao assumir o cargo, ela mostrou que a estatal seguia determinada a avanar com o plano estratgico. “A gente no pode desistir da margem equatorial”, disse.
Ecoando a posio de Chambriard, as principais autoridades do governo brasileiro tm manifestado apoio extrao. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, prega “toda a cautela” para garantir uma explorao segura, enquanto Alexandre Silveira, de Minas e Energia, sugeriu que a Guiana est “chupando de canudinho” o leo da regio diante da inao do Brasil.
Apesar das diferenas no tom entre as autoridades, a defesa pela explorao da rea converge em um argumento familiar: desenvolver a economia local por meio de royalties e da gerao de empregos. No fim das contas, a operao j tratada como certa.
“Ns vamos explorar a margem equatorial, no tem porque [no explorar]”, disse o presidente Luiz Incio Lula da Silva em uma entrevista em junho de 2024.
Sob presso poltica, a ministra do Meio Ambiente e Mudana do Clima, Marina Silva, vem reafirmando que a deciso do Ibama, vinculado ao seu ministrio, “tcnica”. Ela tambm refora a importncia de seguir os procedimentos do rgo para evitar danos ambientais “irreparveis” regio.
A margem equatorial brasileira j est completamente delimitada por blocos petrolferos, embora a maioria ainda no tenha sido concedida, segundo nossa anlise. Alm disso, mais de 92% dos blocos offshore (em alto mar) da Amaznia ainda esto em fase de estudo ou disponveis para oferta ao mercado.
O petrleo da Amrica Latina est fortemente voltado para o mercado externo, segundo dados da Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo (OPEP). Atualmente, pelo menos metade da produo exportada, principalmente para os Estados Unidos e a China, e a projeo de um progressivo aumento nas exportaes nas prximas dcadas.
Os dados da OPEP no trazem o recorte da regio amaznica. No entanto, o fato de abrigar vrias reservas disponveis para licitao do mercado sugere que o bioma tambm pode ter um papel crescente na oferta internacional de petrleo.
Equador e Peru: legado de explorao – e danos 3r5a6l
Se a explorao petrolfera d seus primeiros os na margem equatorial, pases como Equador, Peru e Colmbia j somam dcadas de extrao na Amaznia. Enquanto ajudou a impulsionar suas economias, a atividade tambm aprofundou os danos ao bioma.
No Equador, o petrleo responde por mais de 7% do PIB nacional, mas sua explorao teve uma mdia de dois vazamentos de leo por semana nos ltimos anos no pas. Entre 1 de janeiro de 2020 e 30 de abril de 2022, foram registrados 630 vazamentos, sendo 97% deles provocados por estatais do pas.
Na Amaznia equatoriana, acidentes se repetem desde a dcada de 1970, quando a americana Texaco (hoje Chevron) abriu a primeira grande fronteira de explorao no bioma. Na poca, a petroleira provocou graves vazamentos e descartou resduos txicos de forma inadequada, contaminando rios e solos e impactando comunidades. Esse caso tornou-se um dos mais emblemticos de prejuzos ambientais associados indstria petrolfera no mundo.
Apesar de sustentar que remediou os danos, a Texaco at hoje contestada na Justia por grupos indgenas. Quando a concesso da americana expirou, na dcada de 1990, a estatal Petroecuador assumiu suas operaes, ampliando a produo e perpetuando os impactos.
Hoje, a Petroecuador a principal responsvel pelo desenvolvimento de reas petrolferas na Amaznia equatoriana. Nossa anlise mostra que a estatal istra 24 blocos de petrleo e gs, o maior nmero dentro do Equador e o segundo maior entre os pases amaznicos, atrs apenas da brasileira de gs natural Eneva.
Entre as operaes da Petroecuador, est o controverso Bloco 43, no Parque Nacional Yasun, que protege uma das regies mais biodiversas do mundo e povos indgenas em isolamento. Em agosto de 2023, um referendo histrico determinou o fim da explorao petrolfera no Yasun. O governo teve o prazo de um ano para encerrar as atividades, mas nesse perodo quase no avanou, limitando-se a criar uma comisso para supervisionar as aes aprovadas na consulta popular.
“Esto violando o mais importante que qualquer sistema democrtico possui: a vontade dos cidados nas urnas”, criticou Alex Rivas Toledo, antroplogo e autor de um livro sobre os povos isolados do Yasun.
A extrao nesse parque no exceo, e sim uma tendncia preocupante no Equador. Ao todo, 21 blocos j esto concedidos dentro de unidades de conservao da Amaznia equatoriana, somando mais de 7.000 km de sobreposio – a maior rea entre os pases analisados.
Das 15 nacionalidades indgenas do Equador, 11 esto localizadas na Amaznia, onde seus territrios tambm conflitam com a explorao petrolfera. Blocos concedidos no pas afetam 207 territrios indgenas, novamente o maior entre os pases analisados, com uma sobreposio de quase 21.000 km na Amaznia.
O Peru ocupa a segunda posio do ranking, com quase 14.000 km de rea de blocos petrolferos sobrepostos a 143 terras indgenas. Essa realidade afeta principalmente as etnias Kichwa, Waorani e Achuar, que habitam ambos os pases.
Entre outras reas, os Kichwa e Waorani ocupam o parque equatoriano de Yasun, enquanto os Achuar vivem no estado de Loreto, um dos maiores produtores de petrleo e gs do Peru. Embora essa regio peruana tenha a maior arrecadao de royalties de petrleo do pas, suas populaes, incluindo as indgenas, enfrentam a pobreza e a falta de servios como o o sade.
A populao de Loreto lida com os impactos da explorao petrolfera desde a dcada de 1970, quando a primeira grande fronteira de petrleo foi aberta na Amaznia peruana. No caso dos Achuar, suas terras se sobrepem aos blocos 8 e 192, que esto entre os mais antigos e que lideram o ranking de multas ambientais da regio, conforme nossa anlise com dados do rgo peruano de Avaliao e Fiscalizao Ambiental (Oefa, na sigla em espanhol).
Nos ltimos 13 anos, o bloco 8 acumulou 88 multas relacionadas explorao de petrleo, maior somatrio de infraes na Amaznia peruana. J o bloco 192, que abriga a maior reserva petrolfera do pas, vem na sequncia, com 35 multas. Ambos esto paralisados por questes contratuais.
Eles tambm lideram o ranking de vazamentos de leo. Em duas dcadas, um levantamento da organizao Oxfam contabilizou 189 vazamentos no bloco 8, seguido pelo bloco 192, com 155 vazamentos.
Ao contrrio do Brasil, atividades petrolferas em territrios indgenas so permitidas no Equador e Peru, desde que realizada uma consulta prvia s comunidades afetadas. Mas na prtica, esse processo muitas vezes ocorre atropelando as legislaes ou sequer realizado.
“O negcio petrolfero parece ser lucrativo apenas se, no clculo das empresas, o meio ambiente ou a prpria vida das comunidades forem descartados”, criticou David Daz valos, assessor da organizao Povos Indgenas Amaznicos Unidos em Defesa de seus Territrios.
Queima de gs afeta amaznidas 2z4z1r
Alm da extrao de petrleo, a queima de gs natural (ou gas flaring) associada atividade alarmante na Amaznia. Geralmente visveis a quilmetros de distncia, chamas intensas ardem no topo de torres metlicas, liberando o gs excedente da explorao de petrleo diretamente na atmosfera. Esse processo gera emisses de CO₂ e metano, gs com potencial de aquecimento mais de 20 vezes superior ao CO₂.
Apesar dos danos causados pela prtica s mudanas climticas e sade humana, vrios pases continuam a permiti-la. Ela particularmente comum em regies remotas, como a Amaznia, onde a falta de infraestrutura dificulta a captura e o processamento do gs.
Em 2023, o Equador queimou 1,6 bilho de metros cbicos de gs em operaes de petrleo e refinarias na Amaznia, mais do triplo de todo o consumo anual de gs natural no pas. Isso representa 82% de todo o gs queimado dentro do bioma naquele ano, segundo nossa anlise com informaes da SkyTruth Flaring, plataforma que usa imagens de satlite para detectar a queima de gs associado extrao de petrleo ao redor do mundo.
Entre 2012 e 2023, a atividade despejou 17,6 bilhes de metros cbicos de gs dentro da Amaznia. O Equador manteve a liderana disparada, concentrando 75% desse total, o que representa 34 milhes de toneladas CO₂ equivalentes jogadas na atmosfera.
Internamente, o Equador tenta reagir contra essas emisses. Em 2021, uma corte regional determinou ao governo eliminar parte dos mecheros (chamins de queima de gs) da indstria petrolfera prximos a reas povoadas das provncias amaznicas. No entanto, a sentena ainda no foi totalmente cumprida.
“Crescemos ao lado de mecheros petrolferos que, por mais de meio sculo, trouxeram morte, destruio e pobreza para nossa Amaznia”, disseram em um manifesto um grupo de jovens mulheres amaznidas que, junto a uma organizao de vtimas da antiga Texaco, movem a ao judicial pelo fim da queima de gs no Equador.
1,2 milho de pessoas afetadas por queima de gs na Amaznia
Em toda a Amaznia, a queima de gs afeta cerca de 1,2 milho de pessoas que vivem em um raio de at cinco quilmetros das chamins, com uma situao especialmente grave, respectivamente, na Bolvia, no Equador e na Venezuela. O dado vem de nossa anlise, que se baseia em estimativas de densidade populacional da Kontur e em um estudo da Clean Air Task Force que adotou a mesma distncia para avaliar os riscos sade das populaes.
Colmbia: Transio enfrenta obstculos 5r5v6i
Desde que assumiu o cargo em 2022, o presidente Gustavo Petro tenta colocar a Colmbia na contramo de outros pases da Amaznia, propondo medidas ambientalmente ambiciosas: a proibio de novas exploraes de petrleo e gs; o fim do fraturamento hidrulico (ou fracking) – tcnica que utiliza a injeo de fluidos em alta presso para extrair petrleo e gs de forma mais agressiva ao meio ambiente; e a interrupo de projetos de explorao offshore.
No entanto, Petro esbarra nos 381 contratos de petrleo e gs vigentes que precisam ser respeitados e na insistncia do setor em buscar novas reservas, sob o argumento de que o pas dispe de menos de uma dcada de petrleo para suprir o consumo interno. Com isso, as pesquisas avanam: entre 2022 e 2024, a Colmbia figurou entre os 15 pases com maior volume de reservas descobertas, segundo o Monitor de Energia Global. Alm disso, em 2024, as estatais Ecopetrol, da Colmbia, e Petrobras, do Brasil, encontraram novas reservas de gs natural no pas.
As operadoras com maior nmero de blocos concedidos na regio amaznica so a Gran Tierra Colombia (subsidiria da canadense de mesmo nome), a Amerisur Exploracin Colombia (subsidiria da chilena GeoPark e tambm conhecida como Nueva Amerisur) e a estatal Ecopetrol. Elas esto entre as operadoras cujos blocos mais acumulam multas ambientais na Amaznia colombiana, principalmente devido contaminao da gua e do solo por vazamentos de leo, segundo informaes do Ministrio da Defesa sobre as penalidades aplicadas no pas.
Elas tambm somam episdios de desrespeito a populaes locais. Nos ltimos anos, o povo Aw vem cobrando na Justia que a Ecopetrol repare os danos causados por uma srie de vazamentos em seu territrio. Em 2022, a Gran Tierra Energy enfrentou crticas por violaes dos direitos do povo Inga relacionados a um projeto petrolfero. No mesmo ano, a Nueva Amerisur virou alvo de uma ao internacional por seus impactos ao povo Siona.
Segundo nossa anlise, 79 terras indgenas e 30 unidades de conservao esto sobrepostas por blocos petrolferos concedidos na Amaznia colombiana, somando cerca de 2.600 km de sobreposio com reas protegidas.
A situao se agrava com a presena de guerrilhas em reas petrolferas da Amaznia colombiana. O Acordo de Paz de 2016 buscou encerrar dcadas de conflito, mas desencadeou disputas entre dissidncias e novos grupos armados pelo controle de reas ricas em recursos naturais, anteriormente dominadas pelas Foras Armadas Revolucionrias da Colmbia.
Uma comisso da verdade, criada aps o acordo de paz, revelou que petroleiras se valeram do conflito para contratar a segurana de grupos com vnculos paramilitares e contar com a proteo estatal, enquanto comunidades locais enfrentaram, ao mesmo tempo, a violncia armada e a explorao petrolfera desenfreada em seus territrios.
Relatrios da comisso e investigaes jornalsticas apontaram ainda que milhares de ataques a oleodutos por guerrilhas, alm do roubo de leo, foram usados como ttica militar, em punio pelo no pagamento de extorses a petroleiras. Esses atentados causaram danos ambientais irreversveis, contaminando rios, comprometendo o o gua potvel e ameaando espcies da Amaznia e outras regies.
Essas prticas no cessaram aps o acordo de paz ou com a recente aposta de Gustavo Petro em proteo ambiental – ao contrrio. “O controle desses atores armados sobre os territrios est cada vez mais visvel e frequente”, disse Mara Espinosa, advogada da organizao Amazon Frontlines, que trabalha com comunidades amaznicas afetadas pela combinao de guerrilha e explorao petrolfera. “Est cada vez mais violenta”.
Mas as falhas no controle dos impactos do petrleo na Amaznia so evidentes mesmo em contextos menos dramticos. “No existe explorao de petrleo e gs segura, todos os empreendimentos possuem escapes, possuem vazamentos”, comentou Luiz Afonso Rosrio, da organizao 350.org Brasil.
Ele destaca que, h dcadas, o petrleo tem sido apresentado como uma promessa de libertao econmica para os pases sul-americanos. No entanto, ele ressalta: “O que ns vemos so todas as mazelas sociais que a esto, e s meia dzia enriqueceu”.
Para Rosrio, esse abismo entre as promessas e a realidade na Amaznia traz uma necessidade urgente de um debate mais amplo e inclusivo sobre o futuro do bioma. “Vo rasgar a Amaznia com mais infraestrutura para privilegiar a indstria fssil. Ns deveramos estar investindo em energias renovveis”, alerta.
*A reportagem contou com as contribuies de Fbio Bispo, Isabela Ponce, Emilia Paz y Mio, Pilar Puentes e Arams Castro
Esta reportagem faz parte do especial At a ltima Gota, produzido com o apoio da Global Commons Alliance, um projeto patrocinado pela Rockefeller Philanthropy Advisors.
Continuamos a bater recordes, mas no os que gostaramos. O tema da vez inflao. Em fevereiro deste ano, o IPCA acumulado em 12 meses alcanou a maior alta para o ms em 22 anos, 5,06% – superando mais uma vez o teto da meta do banco central, que de 4,05%. O aumento no preo dos alimentos, que subiu mais de 7% no ano anterior, o principal fator de presso catalisado por instabilidades climticas, sobretudo por chuvas irregulares e altas temperaturas. O ovo, por exemplo, que sofreu muito com as mudanas de clima, teve seu custo aumentado em 15% no ltimo ms – a maior variao desde junho de 1994, quando o real ainda nem estava em circulao. Para se ter uma ideia do macro, a inflao acumulada de janeiro de 2020 at agora para alimentos ultraa 55%. Enquanto isso, salrios foram corrigidos abaixo desses nmeros, dificultando a quantidade de comida que o brasileiro consegue comprar para pr na mesa.
Aliados e especialistas creditam a queda exponencial da popularidade de Lula inflao dos alimentos. O presidente e sua equipe econmica j perceberam que frear a crise no somente uma questo de “limpar a imagem do governo”, mas garantir o poder de compra da populao em um ambiente favorvel ao crescimento econmico sustentvel. Para isso, polticas de po e circo, como algumas que vm sendo discutidas ultimamente, no sero suficientes. Zerar o desmatamento a chave para reduzir a inflao – e, enquanto tal medida no for central na agenda de nossos economistas, a picanha vai ter que esperar.
A floresta exerce forte influncia sobre os padres de chuva, impactando diretamente na produo dos alimentos, na gerao de energia e, claro, no controle dos preos. Segundo estudo indito do projeto Amaznia 2030, o desmatamento na Amaznia afeta a principal fonte da matriz eltrica nacional, a hidroeletricidade, podendo j ter causado redues significativas no potencial de energia e nos lucros das hidreltricas. A derrubada da vegetao diminui a umidade das correntes de ar e, por conseguinte, o volume de chuva, aumentando a demanda por fontes mais caras e poluentes, como as termeltricas.
Ainda em fevereiro de 2025, a conta de luz das famlias brasileiras subiu quase 17% e teve o maior impacto na inflao do ms. Esses so os efeitos de um sistema que no valoriza a floresta em p e que est literalmente “pagando para ver” at onde conseguimos ir com a falta de um modelo de desenvolvimento econmico sustentvel. As estatsticas alertam que, se no acelerarmos a eficincia de mecanismos de conservao ambiental, daqui a pouco a conta a ser acertada com a natureza estar em um preo bem mais alto do que sequer somos capazes de pagar.
O setor agrcola tambm sofre em funo dos eventos climticos extremos, gerando instabilidade na oferta de alimentos. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), era esperado para a safra de gros 2023/24 uma produo de 317,5 milhes de toneladas, sendo que o volume colhido foi de cerca de 298 milhes de toneladas. A quebra de 6% aconteceu por conta de perodos oscilantes de chuvas irregulares e altas temperaturas fora das safras habituais nas principais regies produtoras do pas. Trata-se de um cenrio que impacta a economia em escala global e a segurana alimentar da populao.
O baixo estoque de caf, por exemplo, resultado da falta de chuvas durante o desenvolvimento das lavouras. Agricultores esto sendo obrigados a adaptarem suas tcnicas de plantio para manuteno da colheita, aumentando gastos com a produo que sero reados ao consumidor. O preo do caf est subindo desde janeiro de 2024, tendo aumentado mais de 10% em fevereiro deste ano – a maior alta em 26 anos. A tendncia que continue subindo, pressionando cada vez mais a inflao.
As camadas mais pobres da populao so as mais vulnerveis inflao de alimentos. Isso porque a alimentao – junto a outros fatores como energia e habitao –, consome uma das maiores fatias dos gastos de brasileiros que ganham menos de dois salrios mnimos. Estima-se que 25% do oramento dessas famlias seja destinado compra de alimentos. Com o impacto no bolso, cresce a insegurana alimentar, agravando a pobreza e a misria no pas.
Nunca esteve to claro. Para conter a inflao e seus problemas adjacentes, precisamos olhar para nossas florestas. Economistas devem considerar o papel estratgico que elas exercem para a manuteno de servios essenciais – seja no setor de energia, seja na agricultura. Reduzir o desmatamento – at zer-lo – no uma medida meramente ambiental, mas um plano de reduo do custo de vida e de combate fome. Estabelecer a aliana entre natureza e economia a certeza de futuro para as prximas geraes.
As opinies e informaes publicadas nas sees de colunas e anlises so de responsabilidade de seus autores e no necessariamente representam a opinio do site ((o))eco. Buscamos nestes espaos garantir um debate diverso e frutfero sobre conservao ambiental.
Imposto Seletivo: mitigao e compensao de danos 16386r
Precisamos garantir que a receita com o Imposto Seletivo contribua para cumprir o que a lei determina: diminuir impactos negativos na sade e no meio ambiente →
No futuro prximo, prosperaro as empresas que incorporarem as reais necessidades ambientais e sociais, colocando seu impacto positivo no centro da estratgia dos negcios →
Floresta amaznica (Imagem ilustrativa) Foto: EFE/ Isaac Fontana
Em 2025, a degradao na Amaznia Legal bateu recorde. O aumento foi de 482% em 2025 em relao ao perodo anterior, quando a rea degradada foi de 5.805 km.
Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, mostram que a rea degradada chega a 33.807 quilmetros quadrados, a maior ndice da srie histrica.
A degradao impulsionada, principalmente, por fatores como queimadas e extrao madeireira, atividades que fragilizam a vegetao e abrem caminho para o desmatamento. A rea afetada equivale, aproximadamente, ao territrio de Porto Velho, que tem 34.091 quilmetros quadrados.
Em fevereiro foram 211 km de floresta degradada, um aumento de 1.407% em relao ao mesmo perodo de 2024.
O Par foi o estado mais afetado, em fevereiro, com 75% da rea degradada, seguido pelo Maranho, com 14%.
A diferena entre degradao florestal e desmatamento est no impacto causado vegetao e na possibilidade de recuperao da rea afetada. Na Amaznia, a degradao muitas vezes antecede o desmatamento.
Degradao florestal ocorre quando a floresta sofre danos significativos, mas sem a remoo completa da vegetao. J o desmatamento sobre remoo total da cobertura florestal. As informaes so do Poder360.
Dia Mundial de Conscientizao do Autismo importante para levar informao de qualidade populao e, assim, reduzir o preconceito e discriminao sobre esse transtorno.
O quebra-cabea usado para simbolizar o TEA, pois faz referncia complexidade do transtorno.
O dia 2 de abril definido como o Dia Mundial de Conscientizao do Autismo, uma data voltada para a conscientizao da sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA um transtorno que se caracteriza, entre outras manifestaes, por dificuldade de interao social e presena de comportamentos repetitivos. Apresenta diferentes graus, classificados de leve grave.
O Dia Mundial de Conscientizao do Autismo foi definido pela Organizao das Naes Unidas (ONU) em 2007 e comemorado no dia 2 de abril. uma data importante, pois muitas pessoas no compreendem o que o Transtorno do Espectro Autista (TEA), sendo fundamental a propagao de informao de qualidade. Entender melhor esse transtorno chave para o fim do preconceito e da discriminao que cercam as pessoas com TEA, as quais apresentam apenas uma forma diferente de agir e encarar o mundo.
De acordo com a Organizao Pan-Americana de Sade, uma em cada 160 crianas possui TEA. Ainda de acordo com a Organizao, tem-se observado um aumento de casos no mundo, o que pode ser explicado pelo aumento da conscientizao sobre o tema e uma maior busca pelo diagnstico.
Sendo assim, o Dia Mundial de Conscientizao do Autismo tambm importante para que mais pessoas sejam diagnosticadas precocemente e tenham o a terapias, as quais podem ser decisivas para seu desenvolvimento.
Transtorno do Espectro Autista (TEA) 265w3m
O Transtorno do Espectro Autista(TEA) um transtorno do desenvolvimento neurolgico, que no apresenta cura, mas pode ter seus sintomas suavizados com um acompanhamento adequado e precoce do paciente. Apesar de no haver uma causa bem estabelecida, acredita-se que fatores ambientais e genticos podem estar envolvidos.
O TEA observado logo nos primeiros anos de vida, mas os sintomas nem sempre so os mesmos para todos os indivduos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o transtorno caracteriza-se por “dificuldades de comunicao e interao social e pela presena de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritivos”.
Alguns dos sinais do TEA que podem ser observados em crianas no primeiro ano de vida so: no responder ao nome, sentir grande incmodo quando colocadas em ambientes com sons altos, ter interesse maior por objetos do que por pessoas, pouco contato visual, enfileirar objetos e no aceitar toque. Vale salientar que o TEA apresenta diferentes graus, sendo possvel encontrar pessoas com quadros considerados leves e pessoas com quadros mais graves, as quais necessitaram de cuidados especiais ao longo da vida.
Infelizmente, muitas pessoas so diagnosticadas tardiamente com TEA, sendo o diagnstico realizado, em mdia, quando a criana apresenta entre 4 e 5 anos. O diagnstico tardio prejudicial para ela, uma vez que as terapias so importantes para o seu desenvolvimento completo. Aproveite a oportunidade e leia mais sobre o Transtorno do Espectro Autista.
Lei Romeo Mion 6pd1k
No ano de 2020, foi sancionada a Lei n 13.977, que institui a Carteira de Identificao da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). A lei ficou conhecida como Lei Romeo Mion, em homenagem ao filho do apresentador Marcos Mion, que possui o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Com essa iniciativa, a pessoa com TEA ter direito a uma carteira de identificao, que, segundo o texto da lei, ter como objetivo “garantir ateno integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no o aos servios pblicos e privados, em especial nas reas de sade, educao e assistncia social” para esse pblico. Para identificar a prioridade pessoa com TEA, os estabelecimentos podero utilizar como smbolo a fita quebra-cabeas (ver figura a seguir).
A fita quebra-cabea identifica a prioridade de atendimento para pessoas com TEA.
A aprovao dessa lei um marco importante, pois garante mais uma vitria s pessoas com esse transtorno. Vale salientar que, apesar dos avanos nos ltimos anos, temos um longo caminho a ser percorrido at que se conhea completamente o TEA e que as pessoas com esse transtorno tenham seus direitos respeitados.
Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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Dia Mundial de Conscientizao do Autismo – 2 de abril 3j495k
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O autismo afeta uma em cada 100 crianas em todo o mundo, informa a Organizao Mundial de Sade (OMS) no Dia Mundial de Conscientizao sobre o Autismo, comemorado nesta tera-feira (2). A data foi criada em 2007 pela Organizao das Naes Unidas (ONU) e institudo no Brasil pela Lei 13.652/2018, com o objetivo de difundir informaes sobre essa condio do neurodesenvolvimento humano e reduzir o preconceito que cerca as pessoas afetadas pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O Transtorno do Espectro Autista uma condio que afeta a forma como as pessoas se comportam e se comunicam. A palavra “autismo” apareceu pela primeira vez em 1911, quando um mdico a usou para descrever certos sintomas. Na dcada de 1940, dois mdicos, Dr. Leo Kanner e Hans Asperger, ajudaram a entend-lo melhor.
O TEA caracterizado por dificuldades na comunicao e interao social, podendo envolver outras questes como comportamentos repetitivos, interesses s, problemas em lidar com estmulos sensoriais excessivos (som alto, cheiro forte, multides), dificuldade de aprendizagem e adoo de rotinas muito especficas.
O TEA pode se manifestar em trs nveis, que so definidos pelo grau de e que a pessoa necessita: nvel 1 (e leve), nvel 2 (e moderado) e nvel 3 (e elevado).
No Brasil, existe uma Poltica Nacional de Proteo dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, conhecida como Lei Berenice Piana (Lei n 12.764/2012), criada em 2012, que garante aos autistas o diagnstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema nico de Sade (SUS), alm do o educao, proteo social e trabalho.
A Lei tambm define que os estabelecimentos pblicos e privados podero utilizar o smbolo mundial da conscientizao sobre o espectro autista – a fita quebra-cabea, para identificar a prioridade devida s pessoas autistas.
Em 1999 foi adotada a fita com peas de quebra-cabea coloridas como sinal universal de conscientizao sobre o autismo. As diferentes cores representam a diversidade de pessoas e famlias que convivem com o TEA e as cores fortes representam a esperana em relao aos tratamentos e ao acolhimento dessas pessoas pela sociedade em geral. A marca muito utilizada para identificar locais onde pessoas com TEA so bem-vindas.
Alm disso, a poltica nacional considera o autista pessoa com deficincia para todos os efeitos legais. Em 2020, outra legislao, a Lei Romeo Mion (Lei n 13.977/2020), cria a Carteira de Identificao da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), que pode ser emitida gratuitamente por estados e municpios.
A Ciptea uma resposta impossibilidade de identificar o autismo visualmente, facilitando a ele o o a atendimentos prioritrios e a servios a que tem direito, como estacionar em uma vaga para pessoas com deficincia.
Informaes da Agncia Brasil e Ministrio da Sade, com edio do NAAPI-NS
O mundo j conhece as potencialidades alimentcias do aa, mas cientistas esto empenhados em conhecer novas aplicaes para esse fruto que uma das maiores riquezas da Amaznia. E uma das linhas de pesquisa, desenvolvidas por pesquisadores da Universidade do Estado Amap (Ueap) em parceria com outras instituies de ensino, identificaram diversas possveis utilidades do produto, como a gerao de energia e a produo de ligas asflticas e biofertilizantes.
Isso possvel atravs de um processo chamado pirlise, que carboniza os caroos do aa e os transforma em carvo ativado. A partir desse material uma srie de outros produtos podem ser gerados, entre eles um bio-leo, que segundo o professor do colegiado de Engenharia Qumica da Ueap, Menyklen Penafort, se assemelha muito ao petrleo.
“Ns fizemos anlises em laboratrio e descobrimos que esse leo tem propriedades qumicas muito parecidas com o petrleo, o que pode permitir a produo de subprodutos que esse material tambm gera, como biogasolina, querosene verde, diesel verde, bioligante asfltico, biofertilizantes e bioinseticida”, relatou o professor.
Leia tambm: Bio-leo produzido a partir do caroo de aa no Amap pode ser alternativa ao gs e petrleo
A pesquisa faz parte de um projeto mais amplo coordenado pelo professor Nlio Machado, da Universidade Federal do Par (Ufpa), intitulado ‘Gasolina Verde’ que, alm do aa, tambm utiliza caroos de tucum na produo de combustveis.
O objetivo do grupo apresentar os resultados na 30 Conferncia das Naes Unidas sobre as Mudanas Climticas (COP 30) marcada para novembro deste ano, em Belm, no Par. Energia Verde
O grande diferencial do projeto que a produo do insumo sustentvel, j que todo gs carbnico produzido absorvido pelo processo de fotossntese dos aaizeiros que eventualmente sero plantados para alimentar o ciclo.
Alm disso, o processo aproveita um resduo que seria descartado no meio-ambiente e que representa 80% do fruto – apenas o restante aproveitado para o consumo. Ncleo de Energia e Biorrefinaria Sustentvel da Amaznia
Para desenvolver projetos como o do bio-leo de caroo de aa, a Ueap est estruturando o Ncleo de Energia e Biorrefinaria Sustentvel da Amaznia (NEBSA), que ter suas aes focadas pesquisa, consultoria e inovao em tecnologias limpas, com foco em energias renovveis, biocombustveis e valorizao de resduos da Amaznia.
Outro projeto que tambm envolve o caroo do fruto regional o Aa Biogs Prime, que utiliza uma miniusina experimental, demonstrando na prtica como o caroo de aa pode ser convertido em biogs, produto que pode ser utilizado para gerao de energia eltrica e produo de biofertilizantes.