Martins Junior explica que a principal tcnica utilizada hoje para redesignao genital de mulheres trans chamada de inverso peniana
Uma paciente de 31 anos foi a primeira a ar por uma cirurgia de redesignao sexual com tcnica robtica no pas. A operao aconteceu no Hospital Santa Isabel, em Blumenau, Santa Catarina, no ltimo dia 10. O uso do rob uma alternativa menos invasiva e com mais preciso para casos em que no h pele suficiente para a construo da vagina ou para a correo de sequelas aps procedimentos mal sucedidos, explicam os mdicos.
A operao foi conduzida pelo cirurgio Jos Carlos Martins Junior, da clnica Transgender Center Brazil, lder em cirurgias para mulheres trans no pas, junto cirurgi assistente Karina Mandeli e ao cirurgio abdominal Rinaldo Danesi, especialista em cirurgia robtica.
Martins Junior explica que a principal tcnica utilizada hoje para redesignao genital de mulheres trans chamada de inverso peniana, em que se utiliza a pele do pnis e da bolsa escrotal para construir a vagina e o canal vaginal. No entanto, algumas mulheres trans no tm pele suficiente para o novo rgo.
s vezes, por ter iniciado cedo a hormonizao, o pnis acaba no crescendo o suficiente para gerar pele para formar futuramente a vagina. Nesses casos, o que fazemos hoje uma tcnica do peritnio, em que utilizamos uma membrana interna que forra toda a cavidade abdominal. Ela muito fina, mas muito resistente. Usamos essa pele para forrar a vagina. A membrana praticamente se regenera. Ela muito grande, envolve toda a barriga, ns tiramos apenas um fragmento — explica o cirurgio.
No entanto, essa tcnica feita diretamente pelos cirurgies, por meio de vdeo, o que mais invasivo e dificulta a retirada do peritnio. Por isso, os mdicos de Santa Catarina foram a Baltimore, nos Estados Unidos, onde aprenderam a nova modalidade robtica. Com o auxlio do rob, so feitas apenas pequenas perfuraes no abdmen, de aproximadamente um centmetro, por onde so inseridas pinas comandadas a distncia pelo mdico.
O rob mais delicado, ento permite tirar essa membrana sem lesar o abdmen. Essas perfuraes depois ficam praticamente invisveis. O cirurgio opera as pinas de uma cabine com uma espcie de joystick. O brao do rob multiarticulado, ento d muita preciso para retirar o peritnio. E na mesma cirurgia, enquanto ele retira a membrana, outro cirurgio est reconstruindo a parte genital. A recuperao praticamente a mesma da inverso peniana tradicional, no tem nenhum cuidado especial, s vezes d um pouco de desconforto abdominal, mas nada grave — conta Martins Junior.
O cirurgio conta que o auxlio da robtica tem se expandido na medicina. Hoje, grande parte das operaes na prstata, por exemplo, so feitas com robs para reduzir o risco de problemas como impotncia sexual, incontinncia urinria e leso nos vasos sanguneos.
No campo da redesignao sexual para mulheres trans, no diferente. O mdico explica que, alm de ser menos invasiva, a tcnica robtica permite dar uma maior profundidade nova vagina. O que importante especialmente para mulheres que j realizaram a redesignao, porm no tiveram um resultado satisfatrio:
Fotos: Reproduo
Essa tcnica veio ocupar um espao que se tinha das pacientes que tm sequelas de cirurgias mal executadas, por exemplo. Usamos o peritnio para corrigir esse problema. Essas pacientes com falta de pele era nosso grande gargalo hoje nesse campo, ento a tcnica veio para suprir uma deficincia importante.
Ele destaca ainda que as cirurgias de redesignao tm crescido no pas, especialmente depois que o Supremo Tribunal de Justia (STJ) determinou, no ano ado, que os planos de sade so obrigados a cobrir os custos das operaes. Como justificativa, a Corte citou que os procedimentos deixaram de ser considerados experimentais ainda em 2002 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e que no se tratam de operaes estticas. — Hoje, 70% do que fazemos aqui por convnio mdico — conta o cirurgio.
Especialista explica ao Correio que a sade bucal capaz de influenciar outros rgos e sistemas
A falta de higiene dos dentes pode contribuir para o desenvolvimento de doenas emocionais, cognitivas e cardacas – entre elas a depresso, a hipertenso e a demncia –, conforme estudos recentes.
Uma pesquisa publicada no peridico cientfico Science Advances afirma que a bactria Porphyromonas gingivalis, comum em infeces bucais, pode aumentar a produo da protena beta-amiloide, acumulada em crebros com Alzheimer.
J a xerostomia, a secura extrema na boca, est associada a diabetes e problemas cardacos em idosos, conforme estudo divulgado no peridico Journal of The American Geriatrics Society. A pesquisa revelou que 47,8% dos 2.713 sino-americanos analisados tiveram sintomas bucais associados ao declnio cognitivo e perda de memria.
Maria Letcia Bucchianeri, dentista e coordenadora de odontologia da Faculdade Aria, explica ao Correio que manter os cuidados bucais essencial para a qualidade de vida, sobretudo em pessoas idosas. "No geral os pacientes idosos, por conta de doenas crnicas, os medicamentos podem causar diminuio do fluxo salivar, por exemplo. Mantendo a sade bucal, reduz-se o impacto desse medicamentos", afirma.
"Para alm dos idosos, a sade bucal tambm ajuda no controle de quadros crnicos. Um paciente com diabetes que tem uma boa sade bucal tende a ter controle dos seus nveis de glicose melhor do que aquele que no tem uma boa sade bucal", expe.
Alm disso, a especialista aponta que a m sade bucal pode influenciar significativamente a sade mental. "A m higiene bucal afeta a capacidade de alimentao, o sono, a capacidade de comunicao, a prpria autoestima. A pessoa tende a se isolar e pode levar a quadros depressivos", pontua Bucchianeri.
A dentista recomenda escovao frequente, uso de fio dental e visitas regulares ao dentista, para identificar problemas precocemente. "No podemos ver a sade bucal como uma parte dissociada do nosso corpo. Ela to importante e deve ser cuidada como qualquer outro rgo e sistema", finaliza a especialista.
Na fila de transplante h oito anos sem nunca ter encontrado um doador humano compatvel, a paciente norte-americana Towana Looney recebeu um rim de porco e atualmente a nica pessoa vivendo com um rgo doado por um suno. A paciente, que lutava contra um quadro de insuficincia renal, j foi at mesmo liberada da dilise.
– Sinto como se tivesse recebido outra chance na vida. Mal posso esperar para poder viajar novamente e ar mais tempo de qualidade com minha famlia e netos – declarou a paciente.
Towana tinha dois rins saudveis, no entanto, doou um deles para a me em 1991. Anos mais tarde, ela tambm desenvolveu insuficincia renal, aps ar por uma complicao devido presso alta durante a gravidez. poca, ela chegou a iniciar o tratamento com hemodilise, mas teve que entrar na lista de transplantes.
O xenotransplante – troca de rgos entre espcies diferentes – ocorreu por meio de um programa de expanso de pesquisas com rins de porco liderado pelo NYU Langone Transplant Institute. Com autorizao da Food and Drug istration (FDA), o rgo foi geneticamente modificado para que o corpo de Towana no o rejeitasse.
A paciente reagiu muito bem ao transplante, e seu novo rim comeou a funcionar antes mesmo de ela despertar da anestesia usada na cirurgia. Ela recebeu alta mdica no ltimo dia 6 de dezembro, mas continua fazendo visitas regulares ao hospital para monitorar seu estado de sade.
Responsvel por liderar o procedimento, o mdico Robert Montgomery chamou o caso de Towana como o “pice do progresso” de seu trabalho no xenotransplante e disse que ela deve ter alta definitiva em breve. Para ele, a paciente “serve como um farol de esperana para aqueles que lutam contra a insuficincia renal”.
A tcnica de bloqueio lombar pode ajudar a tratar casos de dor crnica na coluna; mdico explica cuidados ps-cirurgia
Para quem sofre constantemente de dores nas costas, o bloqueio lombar pode ser uma soluo para aliviar a dor e reduzir a inflamao. O procedimento, realizado de forma percutnea, ou seja, sem corte, feito com auxlio de seringas e agulhas e pode tratar problemas diversos na coluna.
O ortopedista Mario Zambon explica que o bloqueio lombar ajuda a tratar casos que no foram resolvidos de forma convencional com fisioterapia, analgsicos, e anti-inflamatrios, sendo uma alternativa para quadros de pacientes que sofrem de dor crnica, que duram mais de trs meses.
“Neste caso, o paciente tem uma dor que deixa de ser um mecanismo de defesa do organismo e a a ser uma doena, como, por exemplo, a diabetes e a hipertenso que so doenas crnicas”, comenta o especialista em tratamentos em dores de difcil controle.O ortopedista Mario Zambon explica que o bloqueio lombar ajuda a tratar casos que no foram resolvidos de forma convencional com fisioterapia, analgsicos, e anti-inflamatrios, sendo uma alternativa para quadros de pacientes que sofrem de dor crnica, que duram mais de trs meses.
“Neste caso, o paciente tem uma dor que deixa de ser um mecanismo de defesa do organismo e a a ser uma doena, como, por exemplo, a diabetes e a hipertenso que so doenas crnicas”, comenta o especialista em tratamentos em dores de difcil controle.“Pacientes que tm dificuldades para tomar medicamentos analgsicos e anti-inflamatrios, gastrite ou lcera tambm so indicados”, complementa o ortopedista.
De acordo com Zambon, o bloqueio lombar guiado por radioscopia ou ultrassom, onde uma agulha, guiada pela imagem, direcionada at o nervo sensitivo causador da dor. Aps localizar o gnglio da raiz dorsal, o nervo sensitivo identificado para que seja feito o bloqueio.
Fotos: Reproduo
“Primeiro feito um bloqueio teste com uma anestesia, caso haja melhora no paciente maior que 70%, a indicao para que seja feita uma denervao atravs de uma radiofrequncia de uma agulha que gera um estmulo trmico, ou pulsado, que ir causar o bloqueio deste nervo, localizado na raiz dorsal da coluna”, conta. O bloqueio lombar considerado uma tcnica segura, desde que seja realizada em um centro cirrgico. Segundo o ortopedista, a durao do bloqueio de 12 meses, o que d um tempo para o paciente fazer uma reabilitao sem dor.
“Em muitos casos, o paciente no sente dor depois de uma reabilitao ps-bloqueio, mesmo depois de o nervo se refazer. O bloqueio s repetido caso o paciente sinta dor outra vez”, esclarece Mario. Alm disso, o procedimento no necessita de internao e nem de repouso, pois a recuperao imediata. “Com isso vem a melhora da dor para que o paciente consiga fazer uma reabilitao com fisioterapia”, refora o profissional.
Nmero j quase o mesmo dos ltimos nove anos somados
Aedes Aegypti Foto: CDC/Lauren Bishop; Brandon Clifton
O nmero de mortes por dengue no Brasil em 2024 est prximo de atingir soma dos ltimos nove anos. O dado assustador consta no de Monitoramento das Arboviroses, do Ministrio da Sade, que indica que os bitos pela doena chegaram a 5.925 at o ltimo sbado (14). Entre os anos de 2015 e 2023, foram 6.018 mortes por dengue.
At o ltimo sbado, foram registrados 6,61 milhes de casos provveis da doena em 2024, nmero quatro vezes maior que os 1,64 milho de casos do ano ado. Entre os estados, o maior nmero de casos provveis em 2024 est em So Paulo, com 2,16 milhes, seguido por Minas Gerais, com 1,69 milho. A menor incidncia em Roraima, com apenas 721 casos.
Em relao quantidade de mortes, So Paulo e Minas Gerais tambm lideram a lista. No territrio paulista, foram 1.973 mortes pela doena, enquanto que em territrio mineiro o total de bitos foi de 1.112. Roraima, que novamente ficou na ltima colocao, no registrou mortes pela doena neste ano.
No coeficiente de incidncia, que o nmero de casos registrados a cada 100 mil habitantes, a liderana do Distrito Federal, com 9.903 pessoas infectadas em mdia. Em seguida, aparecem Minas Gerais, com 8.239, e Paran, com 5.718. O estado de Sergipe, com 100 casos a cada 100 mil habitantes, ficou na ltima colocao.