Promotores do Ministrio Pblico do estado (MPRJ) acusam o delegado Maurcio Demtrio Afonso Alves de tentar armar duas operaes falsas, uma delas contra o ento candidato a prefeito do Rio Eduardo Paes, com a inteno de influenciar no resultado das eleies.
Na outra, seriam colocadas drogas em um carro usado pela Corregedoria da Polcia Civil que tinha aberto uma investigao contra ele. Alm disso, ele acusado de criar dossis com dados sigilosos. Os desdobramentos das investigaes sobre a quadrilha chefiada pelo ex-titular da Delegacia de Represso aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRIM), preso em junho, foram exibidos neste domingo pelo Fantstico, da TV Globo.
A reportagem mostrou que, em 23 de novembro de 2020, s vsperas do segundo turno, Demtrio, por intermdio do advogado Thalles Wildhagen Camargo, fez chegar ao conhecimento do delegado da Polcia Federal Victor Cesar Carvalho dos Santos a notcia de que, no dia seguinte, um portador entregaria a Paes dinheiro de origem desconhecida.
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Nas mensagens, Demtrio mandou uma foto do suposto envelope que seria entregue, com notas de R$ 50 e R$ 100. Os promotores descobriram que foi o prprio delegado que tirou a foto de um dos seus 12 celulares. Em depoimento, Santos diz que desistiu da operao ao saber quem era a fonte. Procurado, Paes preferiu nada comentar.
Em junho de 2021, foi deflagrada a operao Carta de Corso1, que permitiu desvendar a organizao criminosa chefiada por Demtrio. Ele foi acusado de comandar um esquema que exigia propina de lojistas da Rua Teresa, em Petrpolis, para permitir a venda de roupas falsificadas. Na ocasio, foram apreendidos na casa do delegado R$ 240 mil em dinheiro, 13 celulares e trs carros de luxo blindados.
Por meio do contedo dos celulares apreendidos e das buscas e apreenses, os promotores descobriram outras tentativas de extorso e chantagens que teriam sido cometidas pela quadrilha. Na nova fase, constataram que Demtrio, utilizando-se de policiais, inclusive Adriano da Rosa, preso esta semana, fazia uso abusivo dos sistemas de consulta da Polcia Civil. Entre as vtimas, segundo a reportagem, esto o ex-presidente do Tribunal de Justia do Rio Luiz Zveiter e sua mulher, Gabriela Brito Zveiter, assim como Glauco Costa Santana, filho da promotora Glucia Santana.
Zveiter e Glucia no quiseram comentar o caso. Em nota, o advogado de Demtrio, disse ao “Fantstico” que o delegado nunca foi chamado pelo MPRJ para esclarecer quaisquer fatos. A defesa de Adriano no foi localizada.
Fonte: iG