RESENHA POLTICA

ROBSON OLIVEIRA



EXPECTATIVA

Ao utilizar todo o tempo disponvel que possui para definir sobre a reeleio, antes da conveno do PSDB marcada para setembro, o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves termina paralisando as demais pr-candidaturas e criando uma expectativa entre possveis apoiadores. Por duas vezes o prefeito cancelou a coletiva em que anunciaria a desistncia da reeleio. Mas, segundo fontes da coluna, no mudou da ideia e vai liberar a base para apoiar a candidatura que a cada um convier, desde que no atrapalhe a conduo da istrao.



CABO ELEITORAL

Como poder estar fora da disputa eleitoral que se avizinha, o prefeito da capital vai poder continuar inaugurando obras presencialmente e divulgando nas suas redes sociais. Como no h impedimento legal por estar fora do pleito, terminar sendo um cabo eleitoral de luxo numa eleio atpica e com caractersticas prprias. Embora no bunker dos Chaves a tendncia manter-se longe da disputa.


PRESSO

H uma presso enorme no entorno do prefeito da capital para que reveja a posio e dispute mais um mandato. Duvido que mude de opinio, mudando ser uma surpresa para coluna. Hildon nunca escondeu que contra o instituto da reeleio e reafirma esta posio quando instado a falar sobre o assunto. Caso mude de ideia, um forte candidato a mais um mandato em razo das obras que esto sendo executadas e dos gargalos istrativos que vm conseguindo resolver. A presso vem de quem ocupa cargo de assessoramento do que a prpria vontade da reeleio.



UNGIDO

Apesar de alguns secretrios da istrao municipal da capital terem se desvencilhado dos cargos visando disputar a sucesso do prdio do relgio, a exemplo de Thiago Tezzari, no significa que seja o candidato preferencial do atual prefeito. Como secretrio recebeu elogios pelo desempenho tcnico, mas no tem luz prpria para uma candidatura a prefeito e depende de ser ungido por quem possui a fora.



SONHADOR

Alis, ningum duvida da capacidade tcnica do ex-secretrio que conseguiu iluminar as ruas da capital, o que conspira contra sua pretenso a competncia poltica em agregar pessoas e istrar crises. Gordura o que no falta para queimar na campanha; no entanto, Thiago Tezzari carente de empatia e carisma: ingredientes essenciais numa campanha que ser definida nas mdias digitais onde a linguagem e a expresso esttica assumem grande importncia. Como sonhar saudvel e livre a todos, Tezzari sonha com a cadeira de Hildon de olho aberto esperando a do Boi.



INFLUNCIA

Uma pesquisa estadual que este cabea chata teve o revela que o capito Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, ainda tem muita fora em influenciar no resultado de muitos municpios de Rondnia. Exceto a capital que possui caractersticas prprias, usar esta campanha para atacar o capito corona no a melhor estratgia. verdade que a pesquisa reflete uma realidade do momento que muda conforme as circunstncias. Como cautela e caldo de galinha no fazem mal a ningum, fica o alerta!



MORTO VIVO

Quem pensar tambm que o coronel e governador Marcos Rocha, em lockdown desde que assumiu, um morto vivo nas eleies municipais, pode tomar bola nas costas e dar com os burros n’agua. A avaliao do coronel, especialmente no interior, no est abaixo da mdia dos antecessores. Os ndices computados e conferidos ao coronel so menores do que o resultado obtido pelo capito. Contudo, ainda satisfatrios e capazes de ajudar aliados. Acredite quem quiser!



MEDIOCRIDADE

Pelo menos este cabea chata tem avaliado o governo do coronel Marcos Rocha como medocre ao utilizar critrios subjetivos para aferir seus resultados. J escrevemos por diversas oportunidades sobre o tema. A pesquisa, no entanto, aplicada recentemente na maioria dos municpios, desmonta boa parte das crticas cravadas na coluna. Isto no significa que o escriba v se agachar ao resultado, embora se curve aos fatos. Alguns secretrios do governador torcem o nariz quando veem este colunista, o que reafirma minha convico de mediocridade. Poltica tambm feita de dissenso, mas com respeito. E o medocre por inanio intelectual desconhece as especificidades da arte.



CACO

Os emedebistas no aprendem com os prprios erros e repetem nos perodos eleitorais as mesmas sandices. A ltima conveno estadual terminou nas vias de fato entre as duas alas que dominavam os diretrios da legenda. Quando todos acreditavam que nas eleies municipais o MDB juntaria os cacos para tentar eleger um nmero razovel de vereadores e prefeitos, eis que o erro da luta fraticida interna expe mais uma vez as fraquezas do partido.



CONSENSO

Na capital, por exemplo, em fevereiro, uma comitiva do partido se reuniu com o ento desembargador Walter Waltemberg, presidente do TJ na poca, para convid-lo a ser o candidato do MDB a prefeito de Porto Velho. Entusiasmado com a proposta, o desembargador largou a toga pelo projeto na esperana de ser o candidato de consenso. Ledo engano, embora naquela comitiva emedebista encarregada de fazer o convite ao ento presidente do Tribunal de Justia estivesse o ex-secretrio estadual de sade, Williams Pimentel, eis que agora o prprio Pimentel ensaia levar o nome conveno para concorrer a vaga contra Waltemberg.



UNIR

Quem conhece o ex-desembargador Walter Waltembeg, como este escriba – em minha concluso do curso de Direito tive a honra de ser orientado por ele no meu TCC -, sabe que no uma pessoa apegada a cargo ou jogada suja de bastidor. um constitucionalista da melhor cepa, tem um humor afinado e uma personalidade crtica que nem sempre agrada aos mais conservadores. Mas um nome que poderia unir o MDB.



TROPEO

Como o MDB no aprende com os prprios erros, o erro de Walter Waltemberg foi acreditar na comisso capitaneada por Williams Pimentel quando o convidou para trocar o palcio da justia pelo palcio da intriga. Um tropeo que o magistrado no estava acostumado, visto que na poltica apelar abaixo da cintura a regra, no apenas um recurso.



BLEFE

No h nenhum indicativo concreto de que Pimentel esteja decidido a disputar mais uma vez as eleies municipais. Recentemente ou por problemas doloridos e sabe que numa disputa eleitoral a vida pessoal de cada candidato vira material de campanha e o arsenal contra Pimentel no pequeno. O que ningum entende o motivo pelo qual decidiu blefar que candidato e esvaziar uma candidatura que poderia dar ao velho MDB uma feio diferente. Algo de novo que pode no ganhar as eleies, mas ganharia na qualidade da renovao e na qualidade do candidato.



ABORTO

Instado a responder sobre a opinio do colunista em relao ao aborto, em razo do problema de um estupro de uma menor no Esprito Santo que provocou discusses nas mdias sociais, respondi ao meu interlocutor que no comungo com os que defendem a interrupo por motivos polticos nem com os que so contra devido aos dogmas religiosos. Minha opinio que a mulher (no caso a vtima) tenha o livre arbtrio para escolher a forma menos traumtica para superar a dor da violao sofrida. No cabe a nenhum hipcrita dizer o que melhor para quem tem o corpo violado e abusado. Ao invs de debater o aborto como fim de tudo, deveramos nos debruar sobre o combate ao crime de estupro e como criar politicas pblicas eficazes para acolher as vtimas da violao.



DELAO

A deleo de Antonio Palloci no mbito da operao Lava Jato, rejeitada por duas vezes pelo MPF por no esclarecer nada de novo, tem tudo para se voltar contra o prprio delator. Ademais, a efetividade de uma delao enquanto prova dentro de um processo aferida diante da veracidade e comprovao dos elementos fornecidos pelo colaborador. S com a obteno da chamada "justa causa", a comprovao do que foi delatado, que a delao teria algum sentido. O que ocorreu afronta todo o nosso sistema penal acusatrio, colocando em risco a prpria delao, deixando na esfera de interesse do colaborador o direcionamento de investigaes e aes penais contra terceiros por ele delatados. Se no h elementos mnimos a comprovar o quanto foi delatado, a concluso a falta de efetividade da delao em relao aos fatos por carncia de ‘justa causa’. Palocci no apenas um alcaguete, acima de tudo, um criminoso contumaz. O remdio seria regredir condio constritiva anterior.


LEGITIMIDADE
Quem conhece os meandros internos da vida poltica universitria da nossa Unir compreende perfeitamente a dinmica com que o Conselho Superior (CONSUN) escolheu os nomes para compor a lista trplice para reitor. Como este cabea chata j trabalhou por quatro longos anos na nossa Universidade Federal em tempos pretritos, reconhee a legitimidade da escolha da lista de reitor que representa a vontade livre de escolha dos docentes, discentes e corpo istrativo. Tentar desqualificar a forma da escolha do reitor que anos vem sendo utilizado pela Unir negar a prpria histria. A universidade no pode e nem deve se curvar a nada seno ao debate e a produo da cincia. A autonomia istrativa, poltica e financeira um trip que forjou a Unir atravs de muita luta. O CONSUN formou a lista legitimando o que a consulta universitria consagrou nas urnas.

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