Por Robson Oliveira

PLANO CONTINGNCIA

A pandemia que assola o mundo e tem exigido dos governantes muita capacidade para evitar que o coronavrus se alastre colocando o sistema de sade em colapso, revelou tambm a falta de competncia da maioria dos prefeitos brasileiros e alguns governadores – alm do presidente – em lidar com a crise. Os governadores do Nordeste, Rio e So Paulo perceberam o tamanho do problema e se anteciparam baixando aes restritivas de ir e vir. Ampliaram a oferta de leitos e criaram um plano de atendimento em massa (caso necessite) em estdios, prdios vazios e hospitais desativados.

DESCASO

Em contramo s aes dos governadores, a bem da verdade, e do prefeito de So Paulo, a maioria dos alcaides no est sabendo enfrentar a pandemia. Exceto atos istrativos bvios: fechamento do comrcio, parques, escolas, entre outras, os prefeitos, particularmente os rondonienses, no anunciaram uma nica medida concreta para atender populao caso a pandemia se espalhe por aqui. O descaso to brutal que no raro verificar pacientes jogados ao cho nas unidades hospitalares pblicas. A populao de Rondnia estar sozinha na hiptese do nmero de infectados aumentar exponencialmente.

LEITOS

Sequer a possibilidade de hospitais de campana fora especulada pelos prefeitos e nem pelo governo de Rondnia. No h novos leitos para casos menos graves nem unidades de terapia intensiva para os mais graves. As poucas UTIs existentes esto ocupadas por pacientes com outros diagnsticos. A vagas so pouqussimas.

ROLANDO LERO

O Secretrio de Estado da Sade – que fala pelos cotovelos – um bom comunicador e tem dado bem o recado sobre preveno, mas no apresenta um plano de contingncia com novos leitos. Todas as aparies nos meios de comunicao so de olho nas eleies. Embora este cabeachata no tenha ouvido um nico profissional de comunicao perguntar ao secretrio sobre novos leitos, preciso que haja um plano emergencial nesse sentido. Os secretrios municipais tambm tm demonstrado que esto despreparados para encarar o problema, eventualmente para os cargos que ocupam.

ERRO

Esta pandemia no pode ser encarada como se fosse uma doena letal apenas sobre a faixa etria dos mais velhos, o que um erro, embora sejam os mais vulnerveis. A Aids, por exemplo, foi, no incio, chamada de "peste gay". Os homossexuais, alm de sofrerem com a epidemia, ainda aram por preconceitos horrveis por causa da doena. Hoje sabemos que todos podem ser contaminados por HIV. Vamos repetir o erro?

PROTEO

Os profissionais da sade, na maioria das unidades, esto expostos ao vrus como outra pessoa qualquer. O problema que uma exposio maior porque so as pessoas que atendem populao infectada e necessitam de equipamentos de proteo adequados para que permaneam nos seus postos de trabalho atendendo todos ns. Sem os equipamentos de proteo individual (EPIs), o que um absurdo, ficam mais expostos do que qualquer outra pessoa. Colocando em risco quem busca tratamento.

PROMESSA

uma tima notcia a fala feita pelo senhor governador pelo Facebook que baixar uma medida impedindo a cobrana das taxas de gua e energia durante este perodo de calamidade pblica. A medida em face s taxas de gua so aparentemente fceis, basta o governador determinar CAERD, empresa estadual, que se abstenha de mensurar os aparelhos. Quanto energia eltrica, no sabemos ainda qual medida jurdica governamental a ser editada e qual competncia possui nesta rea. Como uma promessa, toramos para que seja efetivada. Todavia, promessa de poltico bom no contar antes que seja cumprida. Mas uma tima esperana.

EMPULHAO

No meio desta crise sanitria, eis que surge a pssima notcia de que o coronel Marcos Rocha, governador, teria nomeado uma advogada para responder pelo principal laboratrio de anlise do estado em substituio a um tcnico com especialidade na rea. Parece uma empulhao, mas no . A nova diretora do Lacen no possui qualificao tcnica para o cargo e, segundo informaes adas nas redes sociais, a nomeao em funo do parentesco com um deputado estadual. No momento tenso como agora o desprezo do governador com a rea contraria todas as suas falas desde as eleies, visto que prometeu nomear pelo critrio tcnico os cargos de assessoramento. Alm de colocar em risco o funcionamento de um setor vital no combate pandemia, mentiu para o eleitor.

SUS

O momento da crise sanitria fundamental que a populao avalie a importncia para toda populao do Sistema nico de Sade (SUS). o SUS que est sozinho sendo acionado pela populao – pobres e ricos - no enfrentamento do coronavrus. No h registro, pelo menos em Porto Velho, de um nico hospital da rede privada abrindo seus leitos para atender s pessoas gratuitamente como ato de solidariedade. O SUS, to vilipendiado pelas nossas autoridades, tem dado conta do recado. Mesmo assoberbado e sem recursos. preciso que aps a quarentena a populao exija mais recursos para sade pblica e lembre-se que sem o SUS a catstrofe seria inevitvel.

BOBO

Quanto ao presidente Jair Bolsonaro, responsvel por trazer para o pas um avio repleto de infectados, aps viagem a Miami, faria um bem sanitrio em se recolher quarentena verbal e deixar o Ministro da Sade, Luiz Henrique Mandetta, continuar anunciando as medidas governamentais e as aes federais no enfrentamento crise. Mandetta tem prestado um grande servio ao pas com a serenidade e firmeza necessrias para informar populao. Jair tem feito papel de bobo, seja pela forma como aparece nas coletivas, seja pelas grosserias contra os profissionais de imprensa que no se curvam s suas idiossincrasias.

DIAMENTO

Para o desagrado dos oportunistas de planto possvel que as eleies de outubro sejam adiadas em razo do coronavrus. Tais oportunistas usam a quarentena para ficarem mentindo nas mdias sociais alardeando aes governamentais que nada tem a ver com eles. O mesmo vrus que eles (oportunistas) usam pra mentir visando o calendrio eleitoral o mesmo que pode retirar dos respiradores os prefeitos mal avaliados hoje que, aps a pandemia, podem ganhar flego para se recuperar eleitoralmente. Lugar de doido no na prefei- tura, no hospcio.