Delao feita por um empresrio madeireiro vai desencadear uma operao em cadeia de Rondnia ao Par 6y4h5j

Por Robson Oliveira

RESENHA POLTICA ROBSON OLIVEIRA

NSCIO – Ao propor a extino do Incra para que o estado avoque as funes fundirias desenvolvidas pelo rgo federal, Evandro Padovani, Secretrio de Estadual de Agricultura, revela que em questo agrria um nscio. O Incra tem feito ao longo de sua existncia um trabalho satisfatrio na regularizao e pacificao fundiria com o recurso insuficiente que tem. Em relao s aes tpicas da Seagri, possvel que Padovani tenha alguma expertise, embora o setor em Rondnia venha se expandindo com resultados exitosos independentemente das aes governamentais.

BOQUIRROTO – Durante trs colunas este cabea chata vem alertando para as declaraes do presidente Bolsonaro e do seu subalterno na rea ambiental, Ricardo Salles, por serem o combustvel explosivo que deu visibilidade internacional s labaredas das queimadas na regio Norte, em particular Rondnia. No meio de tanta insensatez que causou tanta combusto nessa discusso, as falas do presidente ao criticar as aes de fiscalizao na rea ambiental, desde o incio do ano, foram entendidas como uma senha para liberar geral as aes predatrias contra nossas reservas, seja na extrao ilegal da madeira, seja na expanso desordenada das reas de pasto.

REAO – Um exemplo de como as falas de nossas autoridades so interpretadas por estes setores do agronegcio de forma tosca e equivocada, basta lembrar a reao que culminou com o incndio de um caminho pipa que transportava combustvel para o abastecimento dos veculos da fiscalizao do Ibama, em Espigo do Oeste. Ora, quando nossas autoridades responsveis pela ordem incentivam o contrrio, emerge o caos.

EXEMPLO - H uma gravao, por exemplo - esta coluna transcreveu na poca-, em que o prprio governador de Rondnia, coronel Marcos Rocha, avisa aos madeireiros que no iria autorizar a participao das polcias do estado nas aes de represso contra os eventuais crimes perpetrados em Espigo do Oeste por madeireiros. Nem as suspeitas de que parte dessa madeira seja oriunda das reservas indgenas da regio foram suficientes para que o governo abrisse uma investigao. Suspeitas estas que exigiam do poder pblico ao menos uma investigao preliminar e aes preventivas de represso para que a ordem fosse restabelecida. A fala do coronel governador Rocha tambm serviu para que os cus de Rondnia entrassem em chamas.

FOTOGRAFIAS – Enquanto a Amaznia virava cinzas, os grupos polticos que se rivalizam de forma venal nas mdias sociais debatiam sobre fotos supostamente da floresta Amaznica em fogo que personalidades e autoridades internacionais utilizaram como ilustraes das matrias ou denncias. Uma polmica intil e sem sentido, visto que tais fotos apenas ilustram o contedo da denncia. Inequvocos so os dados disponveis por rgos cientficos de que as queimadas e o desmatamento voltaram a crescer. O que devemos condenar, como tambm reprovar, so as falas de nossas autoridades polticas que terminaram servindo como incentivos das queimadas. O resto lorota. O que conta o essencial: o ar irrespirvel, pastos e florestas em chamas e os rgos de fiscalizao sucateados sem condies objetivas para conter a criminalidade ambiental.

GARIMPAGEM – Ao declarar recentemente que o governo tem inteno de encaminhar ao Congresso Nacional uma emenda para regularizar a garimpagem nas reservas indgenas, Bolsonaro termina dando razo aos ambientalistas de que seu governo quer flexibilizar a legislao para que o garimpo seja legalizado em reas de preservao. Com isto, aumenta este abismo de devastao na Amaznia com reflexos danosos s comunidades indgenas. No h um local, desde que os portugueses saquearam e levaram o nosso ouro e pedras preciosas para a coroa lisboeta, em que o garimpo foi liberado e que o resultado no tenha sido um desastre. Um exemplo Serra Pelada. Ao prometer liberar nas terras indgenas, o governo estimula um setor altamente predatrio.

PAPO FURADO – Nossas autoridades costumam repetir o bordo de que preciso regularizar o garimpo de diamante em Espigo do Oeste, localizado da reserva Cinta Larga e Zoros, sob o falso argumento de que as riquezas esto saindo clandestinamente sem que nada fique para o cofre estadual. Onde os garimpos foram regularizados o legado deixado para o poder pblico local so os problemas sociais na sade, educao e segurana pblica e, lgico, os problemas ambientais. O resto papo furado!

UFANISMO – Todas as vezes em que a comunidade internacional reage contra a falta de zelo do Brasil com os recursos naturais da Amaznia surgem as reaes internas alegando uma suposta conspirao visando a internacionalizao de nossa regio. Foi assim no governo FHC, Lula e, agora, repetido no de Jair Bolsonaro. O ufanismo exacerbado na verdade o meio pelo qual o governante de planto utiliza para desviar o foco da verdade, ou seja, toda vez que nosso sistema de fiscalizao e represso dos crimes ambientais relaxam em suas funes, optamos por um nacionalismo infantil ao invs de reconhecer o erro e investir em alternativas para a regio . No h em marcha nenhuma conspirao com o objetivo de invaso do territrio nacional, especialmente da Amaznia. O que h um governo que atenta contra nossos recursos hdricos e vegetais para atender um setor econmico predatrio.

Delao – Uma delao feita por um empresrio madeireiro vai desencadear ainda uma operao em cadeia de Rondnia ao Par. O delator fez sua parte e entregou cada um dos parceiros que operavam de forma ilegal a extrao vegetal sob os auspcios de outras autoridades istrativas e polticas. A princpio o foco das atenes a regio de Ariquemes.