Brasil : Crianas nascidas em 2020 no Brasil enfrentaro mais ondas de calor
Enviado por alexandre em 06/06/2025 00:58:46

A lei que estabelece regras para ado
Calor intenso afetar com mais frequncia crianas nascidas em 2020 (Foto: Antnio Cruz/Agncia Brasil)
Por Fabola Sinimb, da Agncia Brasil l2h1

BRASLIA – Crianas brasileiras nascidas em 2020 vivero, em mdia, 6,8 vezes mais ondas de calor e 2,8 vezes mais inundaes e perdas de safra ao longo da vida do que as nascidas em 1960. O dado do relatrioA Primeira Infncia no Centro da Crise Climtica, publicado nesta quinta-feira (5) pelo Ncleo Cincia pela Infncia (NI).

O estudo tem como base informaes do Observatrio de Clima e Sade da Fiocruz (Fundao Oswaldo Cruz), que apontam uma escalada contnua dos eventos naturais extremos no Brasil.Os registros aumentaram de1.779,em 2015, para 6.772, em 2023.A partir desse destaque, a pesquisa revela como o desenvolvimento de crianas com idade at 6 anos impactado no Brasil por essa intensificao da exposio aos riscos causados por eventos naturais extremos decorrentes das mudanas climticas.

Essa faixa etria, que corresponde primeira infncia, representa atualmente 18,1 milhes de pessoas no pas, o equivalente a 8,9% da populao.

De acordo com a pesquisa,essas crianas consequentemente so as mais expostas a impactos na sade, nutrio, oportunidade de aprendizado, o a cuidados, segurana e nutrio.

“Desde o comeo da vida, j esto expostas a ondas de calor, poluio do ar e por a vai, mas o nvel de exposio vai depender de como o mundo caminha em relao a reduzir as emisses de gases do efeito estufa”, alerta acoordenadora do estudo,Mrcia Castro,chefe do Departamento de Sade Global e Populao da Universidade Harvard.

Segundo a pesquisadora, esses impactos da crise climtica em uma fase to delicada do desenvolvimento podem comprometer capacidades fsicas, cognitivas e emocionais por toda a vida e trazer consequncias como maior exposio a doenas, dficit cognitivo e acadmico, instabilidade econmica, insegurana alimentar, perda de moradia e deslocamentos forados.

Vulnerabilidade 5r6120

Os pesquisadores tambm concluram que essa exposio aos riscos climticos ainda agrava situaes de vulnerabilidade.No pas, mais de um tero (37,4%) das crianas de at4 anos viveem situao de insegurana alimentar, sendo que 5% delas apresentam desnutrio crnica, aponta o relatrio.

Essa populao tambm a mais atingida quando ocorre o deslocamento forado pelos extremos climticos, como no Rio Grande do Sul em 2024, quando 580 mil pessoas foram desalojadas e mais de 3.930 crianas de at 5 anos foram deslocadas para abrigos pblicos.


Segundo o relatrio, no Brasil, mais de 4 milhes de pessoas foram desalojadas por eventos climticos extremos entre 2013 e 2023. “As polticas climticas, portanto, precisam integrar a proteo dos direitos das crianas e garantir canais de escuta e participao das famlias e das comunidades nas decises.”, destaca o estudo.

Educao 6h5pf

Os pesquisadores observaram tambm que em 2024, os eventos naturais extremos levaram suspenso de aulas de 1,18 milho de crianas e adolescentes. Apenas no Rio Grande do Sul, foram perdidas 55.749 horas-aula por causa dasenchentes e enxurradas.

“Proteger a primeira infncia diante da emergncia climtica no uma escolha, uma prioridade. Precisamos de polticas pblicas urgentes, baseadas em evidncias, que considerem as desigualdades sociais e coloquem bebs e crianas no centro das estratgias de adaptao e preveno”, destaca a professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (USP), Alicia Matijasevich, que tambm coordenou o estudo.

Recomendaes 3d3973

O relatrio rene recomendaes para o desenvolvimento de polticas climticas centradas nas crianas, como o fortalecimento da ateno primria sade e melhorias nos sistemas de saneamento bsico e oferta de gua potvel,alm do incentivo segurana alimentar e nutricional.

Prticas sustentveis, protocolos para desastres climticos e zonas de resfriamento com reas verdes e sombra em creches e no ambiente escolar tambm so apontados como caminhos a serem seguidos com base no modelo do cuidado integral. “No que a gente possa dizer que toda essa gerao vai ter um comprometimento no desenvolvimento, ter se nada for feito, se no houver medidas mitigatrias, se a gente continuar construindo cidades sem rvores, se as escolas no forem adaptadas, resilientes para a crise climtica”, enfatizaMrcia Castro.

Para a pesquisadora, importante que o compromisso seja de todos,desde os governos em todas as instncias at setores privados e a prpria sociedade pensando em uma gerao e no apenas em alguns anos, ou na durao de um governo. “Todo mundo tem um papel, desde que voc tenha essa viso de longo prazo e de pensar que voc vai estar contribuindo para uma gerao e isso extremamente importante”, conclui Mrcia.

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