Trump recebe presidente da frica do Sul aps dizer que h 'genocdio contra brancos'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dever receber nesta quarta-feira (21), na Casa Branca, seu homlogo da frica do Sul, Cyril Ramaphosa, cujo governo tem sido alvo de ataques frequentes feitos pelo republicano em seu segundo mandato. De acordo com a delegao sul-africana, o objetivo da reunio ser reiniciar o relacionamento entre os pases, atualmente no momento mais turbulento em dcadas.
As tenses entre as partes aumentaram aps a aprovao pelo governo Ramaphosa, em janeiro, de uma lei que prev desapropriao de terras para diminuir desigualdades. Segundo o presidente americano, a nova medida racista, uma vez que os proprietrios brancos seriam visados. Trump e seu aliado Elon Musk chegaram a falar, sem quaisquer provas, em "genocdio contra brancos" em curso no pas africano.
Em fevereiro, os EUA cortaram parte do financiamento destinado frica do Sul. Na semana ada, Washington concedeu o status de refugiado a 59 sul-africanos brancos sob a justificativa de que eles estariam sofrendo perseguio racial algo que o governo sul-africano nega com veemncia.
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Ao desembarcar em territrio americano, Vincent Magwenya, porta-voz da Presidncia sul-africana, descreveu a visita como um o significativo para a reformulao das relaes bilaterais, econmicas e comerciais entre os pases. Ele afirmou que o objetivo principal da viagem o "engajamento aberto e construtivo" em uma srie de questes, com foco nas relaes comerciais. Tambm disse que a delegao est ansiosa para "resolver quaisquer questes preocupantes que possam existir".
"O mundo inteiro sabe que no h perseguio a nenhuma raa especfica na frica do Sul. Portanto, no precisamos nos esforar para dissipar algo que sabemos que no existe", disse ele, segundo a agncia de notcias estatal SAnews. "Claramente [a acusao de perseguio contra brancos] uma questo que precisa ser abordada. E ser abordada. Mas o presidente no planeja gastar muito tempo com isso."
A Casa Branca, por sua vez, no havia comentado a visita. Segundo a agncia Reuters, porm, um assessor disse que Trump vai pedir que empresas dos EUA na frica do Sul sejam isentas de leis que exigem participao acionria de grupos historicamente desfavorecidos, caso da populao negra.

Foto: Reproduo
As regras, parte da poltica de transformao econmica da frica do Sul ps-apartheid, determinam que empresas de determinado porte tenham ao menos 30% de suas aes controladas por esses grupos. De forma alternativa, as companhias podem investir valores equivalentes em capacitao e incluso.
J a legislao sancionada em janeiro tem o objetivo de diminuir discrepncias na distribuio de terras, segundo o governo Ramaphosa. A lei atualiza texto de 1975 e reconhece a desapropriao como um ato legtimo para dar aos terrenos funes pblicas. Ponto controverso a possibilidade da no compensao, apenas em casos avaliados como excepcionais e sem acordo com o proprietrio da terra.
O governo sul-africano afirma que a legislao vem sendo deturpada para criar pnico. As terras seriam apreendidas sem compensao apenas em casos raros, incluindo abandono ou se o proprietrio usar o terreno como forma de especulao. Diz tambm que nenhuma medida do tipo ocorreu, ao menos por ora.
Ao criticar a lei, o presidente Trump chegou a falar que terras haviam sido confiscadas, embora no haja registros de tais atos. Ele ainda cortou todo o financiamento nao africana e expulsou o embaixador em Washington devido ao que chama de "violao massiva" dos direitos das pessoas brancas, ignorando entretanto o histrico de discriminao contra negros em razo do apartheid.
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O caso aumentou a lista de atritos recentes entre os pases. Nos ltimos meses, a nao africana tem adotado posicionamentos contrrios em relao aos interesses de Trump. O mais evidente a denncia apresentada na Corte Internacional de Justia, no ano ado, de que Israel estaria cometendo um genocdio na Faixa de Gaza ?Tel Aviv o maior aliado de Washington no Oriente Mdio.
Fonte: CNN