A cooperao entre Brasil e China no desenvolvimento do setor de tecnologias espaciais de longa data: os pases j tm mais de cinco satlites projetados de maneira conjunta (os CBERS) desde 1988, com os dois ltimos (o CBERS-6 e o CBERS-5) previstos para lanamento em rbita entre 2028 e 2030.

O satlite CBERS-4A, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (Inpe), em So Jos dos Campos (SP), e fruto de parceria tecnolgica com a China, tem como objetivo auxiliar no monitoramento ambiental no territrio brasileiro, a fim de produzir alertas contra desmatamento, estudar a vegetao local e entender os padres da agricultura e da hidrologia brasileiras.

Os satlites 5 e 6, que ainda aguardam lanamento, so voltados observao meteorolgica, para monitorar fenmenos climticos e atuar na preveno de catstrofes ambientais antes que elas atinjam as populaes vulnerveis.

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Os investimentos nas rodadas de produo das tecnologias satelitais j atingiram mais de R$ 200 milhes, e o CBERS-5, que deve ser lanado em 2030, tem um custo estimado para o Brasil de at R$ 5 bilhes.

Em dezembro de 2024, alm da do acordo para o desenvolvimento do novo satlite da parceria entre as duas potncias do BRICS, a China "trouxe" ao Brasil uma nova empresa de fornecimento de internet via satlite, aprofundando os laos do pas tambm no setor de servios tecnolgicos — e apresentando-se como potencial competidora direta da Starlink, de Elon Musk, embora a China tenha deixado clara sua inteno de "no se comparar" empresa de Musk.

A SpaceSail, um servio de internet de alta velocidade por satlites de rbita baixa (Low Earth Orbit, ou LEO, na sigla em ingls), teve um acordo de parceria assinado entre os presidentes do Brasil e da China, o Ministrio das Comunicaes brasileiro e a istrao Nacional de Dados da China em 19 de dezembro do ano ado, que previa o desenvolvimento dos servios da SpaceSail no Brasil, mas ainda sem prazo definido.

A empresa, que atua em Xangai, privada e j tem 18 satlites lanados em rbita baixa, com planos de lanar at 15 mil novos satlites at 2030. A parceria foi travada entre os governos do Brasil e da China com previso de incio dos servios ainda neste ano de 2025, mas a empresa precisa obter a autorizao da Anatel para comear a operar em solo nacional.

Fotos: Reproduo

poca da da cooperao, havia rumores entre o setor de comunicaes brasileiro que previam a possibilidade de uma integrao entre a SpaceSail e a Telebras, estatal brasileira de telecomunicaes que j tem contratos ativos com o governo federal e poderia utilizar os servios da SpaceSail para fornecer internet via satlite para "instalaes de interesse do governo brasileiro", como narra uma reportagem da BBC.

No Brasil, esse papel cumprido hoje, em grande parte, pelos servios da Starlink, que fornece conexo a reas remotas do pas a que a internet comum no capaz de chegar. A Starlink j tem torres em 90% das cidades da Amaznia Legal, mas tambm a preferida entre os garimpeiros e traficantes de produtos ilegais (como madeira e drogas) na regio.

Um dos planos anunciados em 2020 pela Comisso Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China foi o de estabelecer novas parcerias estratgicas no setor tecnolgico, principalmente em se tratando da infraestrutura de internet via satlite. Mas o "spill-out" tecnolgico no se restringe ao Brasil: a China tambm esteve auxiliando outras potncias regionais do BRICS, como o caso do Egito, na produo de sua prpria tecnologia de satlite.

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Os pases desenvolveram em conjunto o satlite MisrSat 2, que utiliza tecnologia chinesa e foi desenvolvido por engenheiros da Cidade Espacial Egpcia (complexo tambm financiado por investimentos chineses), e lanado rbita baixa da Terra em 2023 para "monitorar o desenvolvimento urbano, determinar mudanas hdricas e no curso de rios, e monitorar a distribuio da agricultura no pas", de acordo com a Agncia Espacial do Egito.

Fonte: CNN