A Amaznia Legal registrou um crescimento no desmatamento de 119 quilmetros quadrados (km), em fevereiro deste ano, um tamanho equivalente a 425 campos de futebol. o que apontam os dados divulgados pelo calendrio do desmatamento, divulgado na quinta-feira, 27, pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon.
Os Estados mais afetados so Roraima (37%), Mato Grosso (34%) e Par (11%), que, juntos, somam 82% de toda a destruio detectada na Amaznia Legal no ms de fevereiro de 2025. Os indicadores apontam que o nmero representa uma alta de 2% em comparao com o mesmo intervalo do ano ado, sendo a quinta maior rea devastada da srie histrica para o ms. Alm disso, cinco dos dez municpios que mais desmataram esto no Estado de Mato Grosso, quatro em Roraima e um no Amazonas.
Os dados levantam preocupao em relao s medidas e ao monitoramento para conter os avanos do desmatamento antes da chegada dos meses de seca, registrada geralmente no incio de maio ou junho.
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“No seria bom para o Brasil fechar este calendrio com nmeros em alta em um ano to decisivo como o da COP30. O governo e os rgos de fiscalizao precisam agir agora para reverter essa tendncia e demonstrar ao mundo um compromisso real com a preservao da Amaznia”, diz Carlos Souza Jr., coordenador do Programa de Monitoramento da Amaznia do Imazon.A Amaznia registrou um crescimento na degradao florestal ocasionada por queimadas e extrao de madeira, que afetaram 33.807 km. O nmero quase o equivalente ao territrio de Porto Velho, a maior capital brasileira, e seis vezes superior ao perodo anterior, quando a atividade refletiu 5.805 km.

J em fevereiro, a degradao impactou 211 km na Amaznia, representando uma alta de aproximadamente 15 vezes em relao ao mesmo intervalo de 2024. O dado o maior registrado para o ms na srie histrica. Entre os Estados, Par e Maranho foram os que se destacaram, responsveis por 89% do impacto para o ms, com 75% ocorrendo no Par e 14% no Maranho. Os municpios mais afetados tambm esto neles, sendo sete no Par e dois no Maranho.
Para o pesquisador da Universidade de So Paulo (USP) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Lucas Ferrante, a rea degradada no volta mais a ser reflorestada ou recuperada. Ferrante tambm refora que cada regio tem uma causa de devastao diferente.
“Biodiversidade, uma vez perdida, perde servios ecossistmicos fundamentais. Agora ns temos monitorado as causas desse desmatamento porque para cada lugar, uma causa especfica. As queimadas esto aumentando, porque as pessoas esto evitando desmatar e decidiram colocar fogo direto nas reas, porque isso menos difcil de ser responsabilizado. Esse aumento de desmatamento extremamente preocupante, algo que a Amaznia no est importando“, pontua.

O pesquisador afirma tambm que a capital amazonense corre risco de extino nos prximos anos em decorrncia de eventos climticos que afetam Manaus.
“Ns j temos a crise climtica afetando Manaus em propores fora de escala, n?! Aumento de inundaes, deslizamentos, isso vai se agravar ainda mais para Manaus. Manaus tem chance de ser extinta nos prximos anos por eventos climticos catastrficos, isso importante ser pontuado, ondas de calor letal que podem varrer a cidade. E isso est relacionado a esse desmatamento. O Brasil o quarto maior desmatador de carbono do mundo por conta de desmatamento e a gente nem est computando queimadas, ou seja, o Brasil precisa adotar medidas para reduzir esses eventos climticos“, disse.

Foto: Reproduo
Em fevereiro de 2025, o SAD detectou 119 quilmetros quadrados de desmatamento na Amaznia Legal, um aumento de 2% em relao a fevereiro de 2024, quando o desmatamento somou 117 quilmetros quadrados. O desmatamento detectado em fevereiro de 2025 ocorreu em Roraima (37%), Mato Grosso (34%), Par (11%), Amazonas (7%), Rondnia (3%), Maranho (3%), Tocantins (3%) e Acre (2%).
Fonte: Revista Cenarium