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Mais Notcias : Estudo aponta maior adeso a medicamento injetvel para preveno do HIV

Enviado por alexandre em 24/03/2025 10:55:38

Os participantes do estudo nunca tinha utilizado a PrEP e procuraram esses servios de sade em busca do medicamento ou para fazer o teste de deteco do HIV 666w4s

Fiocruz identificou maior adeso ao medicamento injetvel. Foto: Fernando Frazo/Agncia Brasil

Um estudo que avalia a adoo da profilaxia pr-exposio (PrEP) injetvel para evitar a contaminao por HIV indicou que as pessoas aderiram melhor a essa forma de preveno do queaquelas que usaram a PrEP oral, atualmente disponvel no SUS (Sistema nico de Sade).

Os resultados da pesquisa ImPrEP CAB, realizada pela Fiocruz (Fundao Oswaldo Cruz), foram apresentados h alguns dias na Conferncia sobre Retrovrus e Infeces Oportunistas, realizada nos Estados Unidos. Entre outubro de 2023 e setembro de 2024, os pesquisadores acompanharam cerca de 1,4 mil pessoas que receberam a medicao em unidades pblicas de sade de seis cidades brasileiras: Rio de Janeiro, So Paulo, Salvador, Campinas, Florianpolis e Manaus.

Os pesquisadores avaliam que a PrEP injetvel uma ferramenta com potencial para enfrentar os desafios de adeso medicao oral diria, particularmente entre as pessoas mais novas, e pode ajudar o Brasil a frear o aumento de casos de HIV e a carga desproporcional de infeces entre jovens de minorias sexuais e de gnero.

O uso da PrEP injetvel no Brasil, com o medicamento cabotegravir, foi aprovado em 2023 pela Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa), e a incorporao no SUS est em avaliao peloMinistrio da Sade.

Metodologia 39332l

Foram selecionadas pessoas de 18 a 30 anos que so homens que fazem sexo com homens, transgnero ou no-binrias. Os participantes do estudo nunca tinha utilizado a PrEP e procuraram esses servios de sade em busca do medicamento ou para fazer o teste de deteco do HIV.

Todos puderam escolher de que forma iriam utilizar a PrEP, e 83% preferiram a verso injetvel, que consiste na aplicao, a cada dois meses, do medicamento cabotegravir. J os 17% de participantes que preferiram utilizar a PrEP oral deveriam tomar diariamente os antiretrovirais tenofovir e entricitabina, na forma de um comprimido combinado. Essa a profilaxia tradicional distribuda pelo SUS desde 2017.

O acompanhamento dos participantes mostrou que 94% das pessoas que optaram pela prep injetvel compareceram ao servio de sade para tomar as injees no tempo correto, o que garantiu que a grande maioriapermanecesseprotegidacontra a infeco durante quase todo o tempo de estudo.Nenhum desses pacientes testou positivo para o HIV.

J as pessoas que preferiram utilizar a PrEP oral ficaram protegidasduranteapenas 58% dos dias de acompanhamento devido menor adeso ao tratamento, com medicao oral de uso dirio. Entre as pessoas desse segundo grupo, uma testou positivo para HIV.

Os pesquisadores tambm fizeram uma comparao com dados de cerca de 2,4 milpessoas, de 14 cidades, que utilizam a PrEP oral pelo SUS, e identificaramque a cobertura foi ainda menor: 48%. Nesse grupo, novepessoas foram infectadas pelo vrus.

O MinistriodaSade informou, em nota, que acompanha a realizao do estudo, mas no disse se h alguma previso de incluso da estratgia no SUS. De acordo com a pasta, a PrEP ─ mesmo em sua forma oral, como est disponvel hoje ─ “estratgia essencial na prevenodainfeco pelo HIV” e “umadas principais iniciativas para a eliminaodadoena como problema de sade pblica at 2030.”O Ministrio informou ainda que o Brasil dobrou o nmero de usuriosem trs anos, atingindo a marca de 119 mil usurios em 2025.

O ltimo boletim epidemiolgico publicado no final do ano ado aponta que, em 2023, foram notificados 46.495 casos de infeco pelo HIV no pas, cerca de 2 mil a mais do que em 2022. Mais de 40% deles ocorreram em homens de 20 a 29 anos. Apesar disso, graas aos avanos no tratamento, entre 2013 e 2023, a mortalidade por aids caiu 32,9% no pas.