Mulher encara janela em quarto: aumento nos casos de ansiedade e depresso leva ao recorde de afastamentos no trabalho no Brasil em 2024 – Foto: Ilustrao
O Brasil registrou o maior nmero de afastamentos por transtornos mentais em uma dcada, com 472 mil concesses de licena mdica em 2024, segundo o Ministrio da Previdncia Social. Com informaes do G1.
O aumento de 68% em relao ao ano anterior reflete o impacto da ansiedade e depresso entre trabalhadores. Especialistas apontam que fatores como a instabilidade econmica e os efeitos da pandemia contriburam para o crescimento dos casos.
Diante desse cenrio, o governo federal intensificou a fiscalizao nas empresas, atualizando a NR-1, norma que estabelece diretrizes sobre sade no ambiente de trabalho. A nova regulamentao prev penalidades para empregadores que no adotarem medidas de preveno. Alm disso, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que, em mdia, os trabalhadores afastados receberam R$ 1,9 mil por ms e permaneceram fora do trabalho por trs meses.
Fachada do Edifcio Sede do INSS. Foto: Pedro Frana/Agncia Senado
Os dados revelam que os estados com maior nmero absoluto de afastamentos foram So Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No entanto, proporcionalmente, o Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram os maiores ndices. Especialistas destacam que eventos extremos, como a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul, tambm contriburam para o agravamento dos casos na regio.
O perfil dos trabalhadores afastados mostra que 64% so mulheres, com idade mdia de 41 anos. A sobrecarga de trabalho, os salrios menores e a responsabilidade pelo cuidado familiar so apontados como fatores que tornam as mulheres mais vulnerveis a transtornos mentais.
Alm disso, os nmeros do INSS indicam que um mesmo trabalhador pode solicitar mais de uma licena no mesmo ano, o que evidencia a recorrncia dos problemas de sade mental.
O impacto financeiro tambm significativo. O INSS no divulgou o valor total gasto com auxlios para transtornos mentais, mas estimativas apontam que os pagamentos podem ter chegado a quase R$ 3 bilhes em 2024.