.jpg) Em meio a um cenrio mundial profundamente marcado pela mudana climtica, a 30 Conferncia da ONU sobre Mudanas Climticas (COP 30) ser sediada em Belm (PA) em novembro de 2025. Com a Floresta Amaznica como centro, discusses e projetos sobre sua sustentabilidade e biodiversidade tornam-se essenciais, como o projeto do professor e bilogo Dalton de Souza Amorim, do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras de Ribeiro Preto da USP, que aborda a biodiversidade na Amaznia, o impacto do desmatamento sobre a biodiversidade e a importncia das espcies de insetos para a floresta. Segundo o professor, refletir sobre o cenrio do desmatamento e sua ampla expanso na atualidade essencial, principalmente ao se pensar na possibilidade do desmatamento zero. “Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o desmatamento na Amaznia Legal teve uma reduo de 30%, um pouquinho mais de 30% em relao ao mesmo perodo do ano anterior. Isso ainda representa a perda de 4.300 quilmetros quadrados s nesse perodo de um ano. Quatro mil e trezentos quilmetros so 80 quilmetros por 50 quilmetros que foram perdidos neste ano, ou seja, enquanto a gente no tiver desmatamento zero, a extino da floresta uma questo de tempo, porque ela cumulativa”, enfatizou o professor. Dessa maneira, a proteo da biodiversidade e interrupo do desmatamento no so apenas aes recomendveis, mas ticas e urgentes, assim como explicado por Souza Amorim, que tambm enfatiza a importncia da proteo dos pequenos insetos, classe de animais profundamente afetada pelo desmatamento. “Quando a o “corrento” [tcnica de desmatamento], 100 mil, 150 mil, 200 mil espcies podem estar sendo impactadas em cada lugar, pois no existe uma nica Amaznia. reas diferentes da Amaznia tm espcies diferentes de mamferos, espcies diferentes de aves, e deve ser o mesmo com os insetos. O nosso projeto precisa dimensionar o tamanho da biodiversidade, mostrar a complexidade, pois a teremos ferramentas muito mais precisas para indicar caminhos para a conservao.” Peculiaridades E a perda de tal biodiversidade no representa apenas uma perda biolgica, mas econmica e medicinal tambm, afinal, vrias dessas espcies tm valores cientficos para pesquisas farmacuticas, alm de sua importncia para processos biolgicos como polinizao, por exemplo. “Cada espcie tem uma bioqumica prpria e, portanto, tem um potencial de frmacos que podem ser encontrados, desde parasitoides e outros produtos que a gente usaria na medicina, que simplesmente so removidos sem que a gente sequer conhea”. Souza Amorim ainda ressalta o aspecto econmico associado ao processo de desmatamento na regio amaznica, profundamente ligado indstria agropecuria e extrativismo brasileira. “A remoo da floresta interessa a um grupo muito pequeno dentro da economia como um todo, basicamente pecuria, minerao e extrativismo de madeira”. Alm disso, ele reitera que, sob o lucro dessa pequena camada de pessoas, toda a populao brasileira prejudicada: “Prejudica a sociedade inteira e inclusive a economia inteira. A gua o fator principal, tanto no sentido de gua disponvel para as cidades, para o consumo humano, quanto gua para a agropecuria. Hoje a gente sabe que 80% da agropecuria brasileira depende de chuvas geradas na floresta em reas indgenas. Isso significa que as naes originrias so nossos parceiros na preservao da floresta, na preservao da gua, na gerao de chuva para a agropecuria. Isso nem todo mundo entende. No uma questo romntica de preservao da floresta amaznica, um elemento supercentral na economia”, explica o professor. Sobre o futuro do projeto, Souza afirma-se esperanoso e detalha que tem coletado e estudado material biolgico desde julho de 2023. “J estudamos o DNA de 20 mil exemplares de insetos aqui, ainda faltam 300 mil no nosso, e tem um projeto parceiro no Inpa, no Instituto Nacional de Pesquisa da Amaznia, em Manaus, que vai estudar mais de 260 mil exemplares, junto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ento um projeto muito grande, financiado pela Fapesp e com apoio de vrias partes, e a gente deve ter um mapeamento da fauna de insetos da Amaznia Central que nunca teve antes.” *O contedo foi originalmente publicado pelo Jornal da USP ... - Veja mais em https://ouropretoonline.atualizarondonia.com/meio-ambiente/perda-biodiversidade-amazonia-prejuizo/
Pesquisa para conter desmatamento ilegal na Amaznia destaque na revista Nature SustainabilityCientista de Dados do CEPID-CeMEAI investiga origem dos produtos comercializados e atesta confiabilidade da cadeia de suprimentos. Por Redao O desmatamento na Amaznia j foi considerado uma situao fora de controle. ndices recentes, porm, indicam tendncia de reduo, devido principalmente aos mecanismos de controle implementados e as pesquisas cientficas que viabilizaram um monitoramento eficaz das florestas. So vrias vertentes de solues nascendo dentro das universidades e uma delas, a que auxilia a conter a extrao ilegal de madeira no Brasil, foi destacada pela edio janeiro/2025 da revista Nature Sustainability, uma das mais importantes publicaes cientficas do mundo. Um dos autores do artigo e coordenador do projeto o professor Luis Gustavo Nonato, do Instituto de Cincias Matemticas e de Computao (ICMC/USP-So Carlos) e pesquisador do CEPID-CeMEAI. Segundo ele, a base do estudo est na anlise da rede de comrcio madeireiro no Brasil. “Ao implementar mecanismos de controle e regulamentaes, o governo brasileiro conseguiu impactos positivos nas taxas de desmatamento”, disse. “Ao mesmo tempo, produziu dados importantes sobre o comrcio madeireiro, uma vez que todo produto resultante da extrao de madeira, desde toras brutas at madeira processada, que devem ser registrados nos sistemas de controle a fim de serem transportados e comercializados, permitindo a modelagem e anlise da rede madeireira ao longo do tempo”. Leia tambm: Mais de 90% do desmatamento da Amaznia para abertura de pastagem, informa MapBiomas O professor responsvel pela pesquisa. Foto:Divulgao/FGV EMAp Nonato observa que o grande desafio foi a integrao de dados oriundos dos trs principais sistemas de controle operando no Brasil. “Este estudo integra dados desses sistemas para criar redes de comrcio de madeira, que ajudam a identificar empresas ou grupos que operam fora dos padres esperados. Tambm propomos um mtodo para rastrear provveis cadeias de suprimentos de empresas madeireiras, abordando preocupaes governamentais de longa data sobre a rastreabilidade da madeira”, explicou o autor. Entre os resultados, o estudo demonstra que certas componentes da rede de comrcio de madeira operam sem conexes com florestas licenciadas, sugerindo que madeira no registrada inserida nesses componentes, o que ilegal. “Mostramos ainda como a anlise da cadeia de suprimentos pode aumentar consideravelmente a confiana de consumidores na legalidade dos produtos de madeira adquiridos”. O trabalho publicado na Nature Sustainability foi desenvolvido em parceria com Victor Russo, Bernardo Costa, Felipe Moreno Vera, Guilherme Toledo, Osni Brito de Jesus, Robson Vieira, Marco Lentini e Jorge Poco. “A abordagem proposta faz uso de dados j existentes nos sistemas de controle, evitando o emprego de tecnologias economicamente custosas e de difcil implementao. Sistemas de rastreamento mais eficientes tendem a reduzir fraudes. Alm da reduo do desmatamento ilegal em si e preservao da biodiversidade, a confiabilidade sobre a origem dos produtos adquiridos aumenta a competitividade da madeira amaznica no mercado global, atraindo investimentos sustentveis que fortalecem o setor. Estamos contribuindo ainda com a melhoria nas condies de trabalho e beneficiando as comunidades locais, uma vez que a extrao e o comrcio ilegal fomentam conflitos sociais que impactam principalmente as populaes mais vulnerveis”. Leia tambm: Desmatamento e degradao aumentam pelo quinto ms consecutivo na Amaznia Outro fator importante a ser destacado, segundo o pesquisador, o fato do modelo proposto ser adaptvel a outros contexto, viabilizando solues para problemas semelhantes que envolvam a modelagem e anlise de redes comerciais e cadeias de suprimentos, abrindo caminho para projetos novos. *Com informaes da USP So Carlos ... - Veja mais em https://ouropretoonline.atualizarondonia.com/educacao/pesquisa-desmatamento-ilegal-amazonia/ |