Brasil : Dia da Visibilidade Trans: a relao com sexo e afetividade
Enviado por alexandre em 30/01/2025 00:54:58

Em paralelo, o Brasil continua sendo o pas mais letal para a comunidade, que tem expectativa de vida de 35 anos, segundo a Associao Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

Pessoas trans podem ter uma percepo divergente da sexualidade ao longo da vida devido a construes, comportamentos e dinmicas sociais. A hipersexualizao um destes fatores, principalmente no Brasil que, pelo 15 ano consecutivo, o pas que mais consome pornografia protagonizada por pessoas trans, conforme relatrio da organizao TGEU, de 2023.

Em paralelo, o Brasil continua sendo o pas mais letal para a comunidade, que tem expectativa de vida de 35 anos, segundo a Associao Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

Neste contexto, o fotgrafo Bernoch, homem trans bissexual de 31 anos, enfatiza que a sexualidade de ningum deveria ser um tabu. E datas como o Dia nacional da visibilidade trans, neste 29 de janeiro, tem o objetivo de conscientizar sobre direitos, dignidade e respeito comunidade.

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“No h jeito certo de fazer sexo. Pessoas trans, assim como as cis, transam de vrias formas, cada uma com suas preferncias e particularidades.”

Para Bernoch, a adolescncia foi um perodo de confuso ao saber que integrava a comunidade LGBTQIA+, mas no ter certeza de onde se encaixava.“Acho que eu j me sentia Bernardo e, de certa forma, sentia que era visto como, s no sabia nomear isso”, reflete.

29 de janeiro: Dia Nacional da Visibilidade Trans - SINASEFE

Foto: Reproduo/Internet

Em uma sociedade falocntrica, que defende a superioridade masculina, ele percebe que, s vezes, visto como um homem incompleto, como se faltasse o “principal”. Alguns homens cis o procuram pressupondo a ividade pela presena da vagina, enquanto mulheres cis nem cogitam a relao por causa de esteretipos.

Para Violeta Andrade, pessoa no binria bissexual de 25 anos, o sexo est ligado com a intimidade, e, consequentemente, a se sentir seguro e confortvel com outra pessoa. Por isso, Violeta prefere se relacionar com pessoas trans por imaginar um maior entendimento pessoal.

Antes do momento do sexo em si, Violeta j foi surpreendido com perguntas invasivas sobre a sexualidade: “Como pessoas trans transam? Voc vai querer me comer ou eu vou te comer? E isso independente da transexualidade, cada pessoa tem seu desempenho sexual e romntico.” Expectativas criadas em corpos trans, como a fetichizao de travestis, so um desafio incmodo para Violeta.

Socializado como uma mulher por grande parte da vida, Violeta percebe padres femininos impostos de agradar e dar prazer ao outro. A partir do dilogo sincero e fluido, Violeta constri relacionamentos sem julgamento: “Minha forma de respeito e conforto a escuta. Prestar ateno tambm para ver o que a pessoa curte ou no e no ter medo de dialogar durante o sexo.”


“Se cada um pensasse que sexo tem muito mais a ver com gostos pessoais do que com gnero e sexualidade, seria um babado muito mais bacana para construirmos”, Violeta completa.

Fonte: Correio Braziliense

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