Avanos na medicina tm possibilitado o desenvolvimento de medicamentos que podem prevenir ou mitigar os efeitos do Alzheimer. Especialistas destacam uma "nova era" na luta contra a demncia, uma das doenas mais temidas.
Estima-se que mais de 50 milhes de pessoas no mundo inteiro vivam com demncia. A cada ano, so diagnosticados aproximadamente 10 milhes de novos casos.
Em Portugal, cerca de 200 mil pessoas so afetadas pela demncia, sendo que o Alzheimer responsvel por 60% a 70% dos casos, segundo informao divulgada pelo CNS- Campus Neurolgico. De acordo com a Associao Alzheimer Portugal, essa uma condio cerebral progressiva que “provoca a neurodegenerao e o consequente agravamento, de forma progressiva e irreversvel, das funes cerebrais, culimando na total perda de autonomia”.
Veja tambm

Rei da Dinamarca toma medida aps Trump insistir em comprar ilha
Los Angeles em chamas: incndio mata 2, segue sem controle e pode piorar
A demncia est entre as doenas mais temidas, sendo superada apenas pelo cncer e pelo acidente vascular cerebral (AVC), segundo a informao disponibilizada no site da Alzheimer Portugal.
Segundo Jeff Cummings, professor de cincia do crebro e da sade da Universidade de Nevada, citado no jornal britnico The Guardian, os desenvolvimentos cientficos esto prestes a produzir medicamentos que podero ser utilizados em todas as regies, incluindo aquelas que tm poucos recursos.
“Estamos realmente numa nova era. Abrimos a porta para entender e manipular a biologia da doena de Alzheimer para o benefcio dos nossos doentes”, afirma.
Atualmente, existem dois frmacos que podem alterar o curso da doena em fase precoce: Lecanemab e o Donanemb - ambos foram aprovados pelas autoridades reguladoras dos medicamentos dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Em 2024, a Agncia Europeia de Medicamentos tambm aprovou o uso do Lecanemab para alguns doentes com Alzheimer numa fase precoce, uma vez que o medicamento demonstrou atrasar o progresso da doena. Inicialmente, o frmaco no foi aprovado devido aos efeitos colaterais, especialmente o inchao cerebral e as hemorragias, alm do elevado custo do tratamento. At o momento, nenhum dos dois frmacos foi aprovado em Portugal.
De acordo com Cummings, esses medicamentos oferecem dados concretos sobre como atingir a doena, abrindo novas possibilidades de terapias. Os pesquisadores fazem testes em 127 medicamentos para conter efeitos causados pelo Alzheimer.
Estudos recentes sugerem que os novos medicamentos poderiam ser istrados por injeo subcutnea, ao contrrio dos j aprovados que exigem diagnstico complexo e istrao intravenosa, representando uma limitao para as regies mais desfavorecidas.
A recente deciso da Food and Drug istration, autoridade reguladora norte-americana, permite que o diagnstico seja feito base de um exame de sangue, facilitando a inscrio em testes de medicamentos para a demncia. Essa deciso pode proporcionar a realizao de exames de sangue para se ter o diagnstico numa clnica.
Com o objetivo de combater a doena, Cummings afirmou, em evento da Alzheimer's Disease International (ADI) que, no final, a busca por medicamentos orais, comprimidos que possam ser tomados uma vez por dia.
Segundo a informao divulgada no evento, esto sendo testadas formas de comprimidos de semaglutida para o Alzheimer e espera-se que os resultados sejam conhecidos ainda neste ano. O professor de cincia que lidera os testes considera que o medicamento pode ser eficaz na reduo da inflamao, “parte fundamental da doena”.
Apesar do conhecimento adquirido pelos estudiosos sobre a manipulao da biologia, a possibilidade de cura continua a ser considerada “difcil”. Eles acreditam que 40 dos casos de Alzheimer poderiam ser prevenidos ao combater alguns comportamentos de risco, como o tabagismo, o consumo de lcool e a poluio.O nmero de indivduos que sofrem com a doena que “rouba” memrias continua a aumentar diariamente.
Fonte:Agncia Brasil