Mais Notcias : Vacina contra malria brasileira tem patente solicitada e deve entrar em testes em humanos no ano que vem; entenda
Enviado por alexandre em 22/11/2024 14:48:55

Isso porque elas tm como alvo o plasmodium falciparum, que no o parasita mais prevalente no Brasil

Uma vacina brasileira para malria desenvolvida pela Universidade de So Paulo (USP) em parceria com o Centro de Tecnologia de Vacinas (CTAVacinas), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), teve o pedido de patente feito no final de outubro. At janeiro, a dose, chamada de Vivaxin, deve ter o incio dos testes clnicos em humanos solicitado Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa).

A dose importante j que os dois nicos imunizantes que existem hoje no mundo – o RTS,S/AS01, tambm conhecido como Mosquirix, da GSK, e o R21/Matrix-M, desenvolvido pela Universidade de Oxford – no so teis no contexto brasileiro. Isso porque elas tm como alvo o plasmodium falciparum, que no o parasita mais prevalente no Brasil.

A espcie a causadora de malria responsvel por mais de 90% dos casos mundiais e pelas formas mais graves da doena. No entanto, no Brasil, segundo o ltimo boletim epidemiolgico do Ministrio da Sade, 82,5% das infeces so provocadas pelo plasmodium vivax – que no prevenido pelas vacinas atuais.

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A professora da Faculdade de Cincias Farmacuticas da Universidade de So Paulo (FCF-USP) Irene Soares, uma das coordenadoras da pesquisa, destaca que a Vivaxin se trata de “um produto indito no mundo e inteiramente produzido no Brasil”. Agncia Fapesp, contou que o imunizante ou pela fase pr-clnica, que avalia qualidade, eficcia e segurana entre animais, com resultados promissores, e agora a dose est na fase final, a da patente, antes da autorizao para os estudos com humanos.

Vacina contra mal

Em reportagem do GLOBO sobre a importncia de vacinas brasileiras contra a malria, Irene explicou a atuao da dose desenvolvida na USP: — A nossa vacina baseada na mesma protena que a das duas outras vacinas, a Mosquirix e a de Oxford. uma protena que reverte o esporozoto, a forma do parasita liberada na pele quando o mosquito (Anopheles) pica o indivduo. S que apesar de serem a mesma protena nas duas espcies de plasmodium, elas so diferentes na estrutura da regio central. Ento basicamente a primeira resposta do hospedeiro contra o parasita gerar anticorpos contra essa protena, que o objetivo da vacina.

A pesquisadora lembrou ainda que no existe hoje uma vacina inteiramente brasileira, contra qualquer doena, que tenha sido criada no pas, ado por todos os testes e, ao fim, aprovada para uso na populao. A mais avanada a SpiN-TEC, vacina contra a Covid-19 da UFMG que se encontra em fases avanadas dos testes clnicos.

Vacina contra a mal

Fotos: Reproduo

— Existe uma lacuna. Na academia, normalmente feita a pesquisa bsica, que envolve a definio de antgeno, adjuvante e provas de conceito. A partir da, resulta em publicao de artigos e os estudos so descontinuados, no chegando at a vacina. O objetivo dessa parceria (da USP com a UFMG) vencer o ‘vale da morte’ e ter o produto final, para testes em humanos, em um processo todo desenvolvido no pas, fato raro na cincia brasileira na rea de vacinas — disse Irene Agncia Fapesp.

O pedido de patente da Vivaxin foi feito por meio da Agncia USP de Inovao e do Centro de Transferncia e Inovao Tecnolgica da UFMG. A patente necessria para proteger o processo de produo e formulao final da vacina com o adjuvante desenvolvido pelos pesquisadores. J os resultados dos ltimos testes pr-clnicos sero publicados em breve em uma revista cientfica.

Outros dados positivos, porm, j foram divulgados. Em abril, um artigo no peridico Vaccine mostrou que o imunizante induziu nveis altos de anticorpos em camundongos e coelhos, alm de ter sido seguro e bem tolerado pelos animais. Os anticorpos reconheceram todas as formas do plasmodium vivax, conseguindo, em alguns casos, prevenir completamente a infeco.

Hoje, a malria representa um problema de sade pblica no Brasil na regio amaznica, que endmica para a doena e concentrou 99,98% dos casos registrados no pas em 2023. Os casos vinham caindo desde 2018, mas subiram no ano ado, quando 139.884 diagnsticos foram relatados.


Em 2024, segundo o do Centro Nacional de Inteligncia Epidemiolgica (CNIE), do Ministrio da Sade, j foram registrados at agora 117.504 diagnsticos na regio. Em 2023, 40% dos casos tiveram como local provvel de infeco reas indgenas; 33,4%, reas rurais; 14,6%, reas de garimpo; 6,5%, reas urbanas, e 4,9% foram originados em reas de assentamento.

Fonte: O Globo

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